Hoje a Igreja celebra a beata Chiara Luce Badano
29 de out de 2024 às 00:01
Hoje (29), a Igreja recorda a beata "Luce" (Luz) Badano (1971-1990), nascida em um dia como hoje há 50 anos. Chiara nasceu em Sassello, Ligúria, Itália, em 29 de outubro de 1971. Desde pequena demonstrou um profundo amor a Deus, com um caráter forte, mas dócil; um coração cheio de alegria, com uma ternura pouco comum que parecia brotar através do seu olhar, sempre cheio de luz. Todos a sua volta a reconheciam como uma jovem bondosa e ativa.
Aos nove anos ingressou no Movimento dos Focolares. Depois, em 1985, se mudou para Savona para continuar com seus estudos no ensino médio. Aos 16 anos, vivendo como qualquer adolescente entre amigos, música e esportes, ela decidiu consagrar sua vida a Deus. Já nessa época, Chiara começou a desenvolver um vínculo muito estreito com a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich, que lhe deu o apelido de "Luce".
No verão de 1988, Chiara foi diagnosticada com um tumor no ombro. A avaliação médica indicou "sarcoma osteogênico com metástase", um tipo de tumor agressivo e doloroso. A jovem se propôs a lutar contra a doença e começou um tratamento intenso de quimioterapia, enquanto tentava continuar com a sua vida comum, sem perder a alegria na fé. Repetia constantemente que oferecia todas as suas dores a Deus, “Por Jesus, por Jesus”; “Isso o faço por ti, Jesus. Si tu o queres, eu também”.
O processo de sua doença a levou pouco a pouco a ficar prostrada. Chiara queria se manter lúcida para oferecer a sua dor, e renunciou aos sedantes e analgésicos. Sua intenção era acompanhar a Cristo sofredor e abandonado.
Seus amigos a visitavam para lhe animar, mas, paradoxalmente, eram eles que, depois de se encontrarem com ela, ficavam animados a seguir o Senhor mais de perto e a visitá-la com frequência. Chiara sabia que a probabilidade de morrer era grande, mas longe de se abandonar, se uniu mais a Jesus, convertendo-se em fonte de consolo para os que a rodeavam. Assim, por um tempo, se dedicou a acompanhar, enquanto ainda podia caminhar, a um jovem que sofria com depressão. Depois, entregou todas as suas economias a um amigo que partiu em missão humanitária para a África.
Apesar dos esforços dos médicos, a doença avançou rapidamente e ela perdeu a mobilidade nas pernas. "Se eu tivesse que escolher entre caminhar ou ir para o paraíso, escolheria a última possibilidade", disse ela aos pais, quando não pedia mais a cura, mas se encontrar com Jesus.
Em julho de 1989, ela sofreu uma forte hemorragia, um sinal de que o fim estava próximo. Assim que teve forças, disse aos pais: "Não chorem por mim. Vou estar com Jesus. No meu funeral não quero que chorem, mas cantem bem alto".
Em sua cama, Chiara rezou pedindo para poder cumprir a vontade de Deus até o último suspiro. “Não peço a Jesus que venha me buscar para me levar ao paraíso; não gostaria de lhe dar a impressão de que não quero mais sofrer”, chegou a dizer a sua mãe, com quem já preparava o que tinha começado a chamar sua "festa de bodas", ou seja, o seu funeral.
No domingo, 7 de outubro de 1990, Chiara morreu acompanhada de seus pais. Seus amigos aguardavam atrás da porta do quarto. Suas últimas palavras para a sua mãe foram: “Tchau. Seja feliz, porque eu sou”.
Cerca de duas mil pessoas compareceram ao seu funeral.
Beatificação de Chiara Luce Badano
Em dezembro de 2009, o papa emérito Bento XVI reconheceu publicamente o milagre que tornaria possível a beatificação de Chiara. Os pais de um menino italiano pediram a intercessão de Badano para que seu filho se curasse de uma meningite grave que estava causando o colapso de seus órgãos internos. De repente, o menino ficou curado e nenhum dos médicos responsáveis pelo tratamento tinha uma explicação.
Chiara Badano foi beatificada em 25 de setembro de 2010. O arcebispo Angelo Amato, chefe da Congregação para a Causa dos Santos, colocou Chiara como um exemplo de como mesmo em uma vida curta se pode viver com grandeza e santidade: “Hoje há gente cheia de virtudes que, na família, na escola ou na sociedade, estão longe de desperdiçar a vida".
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