sábado, 16 de novembro de 2024

Bispo dos EUA pede retorno à abstinência de carne às sextas-feiras


Dom Borys Gudziak  na reunião anual de outono da USCCB 2024 ??
Dom Borys Gudziak ontem (13) na reunião anual de outono da USCCB em Baltimore, no Estado de Maryland, EUA. | Captura de tela - USCCB
 

Um bispo dos EUA pediu ontem (13) à Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) que ajude a reviver a abstinência de carne às sextas-feiras como uma forma de comemorar o próximo décimo aniversário da encíclica Laudato Si' , sobre o meio ambiente, publicada pelo papa Francisco em 2015.

O arcebispo metropolitano da arquieparquia católica ucraniana da Filadélfia, Pensilvânia, dom Borys Gudziak, presidente do comitê de Justiça Doméstica e Desenvolvimento Humano da USCCB, comitê encarregado de promover a doutrina social da Igreja, falou ontem (13) sobre isso na reunião anual de outono da USCCB em Baltimore, no Estado de Maryland.

Em 1966, a USCCB (então chamada de Conferência Nacional de Bispos Católicos) removeu a obrigação dos fiéis de se absterem de carne nas sextas-feiras, exceto na Quaresma. A tradição de jejuar nas sextas-feiras tem origem na Igreja primitiva, mas foi codificada na lei canônica em 1917.

“Poderíamos renovar a tradição da abstinência de carne na sexta-feira”, disse dom Gudziak. “Um retorno à abstinência de sexta-feira seria bom para a alma e para o planeta, talvez para outra coisa, ao unir nossa devoção ao Senhor e reverência pela criação do Senhor”.

O arcebispo disse que, em 2011, a Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales (CBCEW, na sigla em inglês) introduziram a prática pré-concílio Vaticano II, inspirada por uma visita pastoral à Inglaterra do papa Bento XVI, que dom Gudziak disse ser conhecido como o “papa verde” por sua ênfase na importância de cuidar da criação.

Reintroduzir o jejum às sextas-feiras também aproximaria a Igreja Católica Romana de seus irmãos orientais, disse o arcebispo.

“Além disso, o jejum pode ser uma oportunidade para o engajamento sinodal, explorando práticas antigas no rito latino, como os dias de Têmporas ou os jejuns do Advento, e outras ricas práticas cristãs orientais entre católicos e outros”, disse dom Gudziak.

Além do jejum, dom Gudziak sugeriu que os católicos honrassem o sábado e recorressem ao sacramento da eucaristia.

“Em um mundo de trabalho e estímulo constantes, com fotos, telas e gadgets sempre presentes, em essência, nosso mundo não descansa e tem dificuldade com o lazer. Talvez, providencialmente, 2025 memorialize não apenas a Laudato Si' , mas também o jubileu, um ano especial enraizado no descanso do Sabbath”, disse o arcebispo.

“Nosso mundo hiperativo anseia pelo Sabbath, que é expresso na Eucaristia dominical quando o Senhor faz todas as coisas novas”, disse dom Guziak. “Sobre esse tema, eu sugeriria esforços centrados na contemplação da criação, lazer e celebração. Isso poderia levar a uma peregrinação a um santuário local significativo, basílica ou sítio ecológico em sua diocese ou eparquia que evoque a maravilha da criação de Deus”.

O arcebispo sugeriu que a USCCB considere celebrar uma missa especial para o cuidado da criação na festa de são Francisco ou “pregar sobre a união da criação e do divino na Eucaristia”.

“Para ser verdadeiramente repousante, tal iniciativa deve ser orientada para os sacramentos e transbordar de celebração e alegria”, disse dom Gudzyak. “O objetivo desta sugestão não é fazer algo, mas experimentar algo, o mistério da presença de Deus nos sacramentos e na criação”.

 (acidigital)

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