quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Convento fundado por madre Teresa é incendiado em contínua escalada de violência no Haiti


Missionárias da Caridade em procissão religiosa nas Ruas de Porto Príncipe ??
Missionárias da Caridade em procissão religiosa nas Ruas de Porto Príncipe, Haiti. | Willuconquer, Wikimedia

Uma gangue armada saqueou e incendiou, em uma escalada de violência, um convento das Missionárias da Caridade no Haiti, fundado pela própria madre Teresa em 1979.

Segundo a agência de notícias católica Zenit, o ataque devastador aconteceu na noite de 26 de outubro. O grupo de agressores foi liderado por um dos líderes de gangues mais infames do Haiti — o ex-policial Jimmy Chérizier, conhecido como “Barbeque”.

Chérizier lidera as Forças Revolucionárias da Família G9 e Aliados, uma coalizão de nove gangues sediadas na capital do país, Porto Príncipe. Ele tem sido um agitador principal nos esforços para derrubar o que restou do governo do Haiti.

Chérizier e seus homens saquearam o convento e seu dispensário de auxílio adjacente antes de incendiar a propriedade. Nenhuma das freiras ficou ferida, pois a polícia pediu que elas desocupassem a propriedade um mês antes do ataque, segundo um relatório da Santa Sé.

As Missionárias da Caridade têm dado assistência médica gratuita a membros vulneráveis ​​da comunidade local desde sua criação, atendendo cerca de 1,5 mil pacientes internados e 30 mil pacientes ambulatoriais por ano, segundo o relatório.

“Itens roubados agora são vendidos abertamente no mercado perto da escola San José”, disse à Zenit a irmã Paësie, fundadora da Família Kizito, uma comunidade religiosa na maior favela de Porto Príncipe.

Ataques a freiras em Porto Príncipe têm ocorrido com frequência. No começo deste ano, seis freiras da Congregação das Irmãs de Sant’Ana foram sequestradas por membros de gangues.

O caos generalizado e a violência das gangues têm se espalhado por todo o país desde que um grupo de mercenários, em sua maioria estrangeiros, matou o presidente Jovenel Moïse em julho de 2021.

Moïse se recusou a deixar o cargo depois do término de seu mandato em fevereiro de 2021 e enfrentou apelos de partidos da oposição para renunciar por conta de sua suposta corrupção e incompetência. O então primeiro-ministro Ariel Henry assumiu o cargo, o que provocou mais agressões.

Chérizier ameaçou causar uma guerra civil se Henry não renunciar.

“A situação em Porto Príncipe é inaceitável, intolerável e inconcebível”, disse o padre Baudelaire Martial, da Congregação da Santa Cruz, à CNA, agência em inglês da EWTN News, em agosto. “Vivemos em condições muito precárias”, completou.

 (acidigital)

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