Os desafios do apostolado do mar
Em outubro o congresso
mundial dedicado à pesca
10 de Julho de 2017
Terá lugar em outubro em Kaohsiung, Taiwan, o
XXIV congresso mundial do apostolado do mar, dedicado à pesca e aos pescadores,
anunciou o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, prefeito do dicastério para o
serviço do desenvolvimento humano integral, na mensagem enviada a 9 de julho
aos capelães e aos voluntários que se ocupam desta atividade pastoral
específica, por ocasião do anual Domingo do mar.
Depois de ter recordado que na vida diária são
utilizados continuamente «numerosos objetos e produtos que, num determinado
momento da sua viagem, foram transportados em navios», o purpurado observou que
«é difícil imaginar por detrás destes objetos os rostos dos muitos marinheiros
que garantiram uma navegação tranquila a fim de que os navios pudessem
descarregar as suas mercadorias nos portos». Eis então a importância da
celebração do Domingo do mar, que constitui um verdadeiro convite «a reconhecer
e a exprimir a nossa gratidão a esta força de trabalho composta por mais de um
milhão e meio» de pessoas, a maior parte das quais provém dos países em vias de
desenvolvimento. Graças ao trabalho difícil e aos sacrifícios dos marinheiros,
a vida diária para todos é «mais confortável pois eles transportam, de um país
para outro através dos oceanos, cerca de 90 por cento de mercadorias de todo o
tipo».
Embora o seu contributo seja essencial para a
economia mundial global, evidenciou o cardeal Turkson, «são inúmeras as
dificuldades e muitos os desafios que estas pessoas devem enfrentar e que
influenciam a sua vida e dignidade». Ao enumerá-los o prefeito do dicastério do
Vaticano pôs em primeiro lugar os sacrifícios pessoais a nível afetivo e os
vínculos familiares: «Não obstante os grandes progressos alcançados no campo
tecnológico, que melhoraram a comunicação entre os marinheiros e os seus entes
queridos, os longos meses passados longe da família continuam a representar um
sacrifício enorme, que com frequência se repercute negativamente» na vida
familiar. Em particular «as mães ficam sozinhas e são obrigadas a desempenhar
múltiplos papéis na educação dos filhos que crescem com o pai sempre ausente».
Por isso é importante que no nosso ministério pastoral os capelães do mar
prestem atenção particular a estas realidades «favorecendo e apoiando a criação
de grupos de esposas para ajuda e assistência recíprocas».
Até a utilização das redes sociais pode
revelar-se uma faca de dois gumes: de facto, «permite que os membros da tripulação
mantenham contacto com muitas pessoas no mundo inteiro»; mas ao mesmo tempo
eles podem acabar por viver «separados e isolados uns dos outros», porque
durante as longas horas de navegação «cada um vive no seu mundo virtual no qual
procura refúgio durante os momentos livres». Consequentemente, a função dos
sacerdotes e religiosos, de forma especial durante as visitas a bordo, «é
procurar criar uma “conexão humana” e reforçar a “comunicação humana” entre os
membros da tripulação a fim de evitar a solidão, o isolamento e a depressão».
Fatores que, foi a vigorosa denúncia contida na mensagem, «podem levar ao
suicídio». De acordo com um recente estudo publicado na Grã-Bretanha pelo
P&I Club, esta «resulta ser a principal causa de morte entre os marinheiros».
(osservatoreromano)
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