segunda-feira, 31 de maio de 2021
Terço de 31 de maio dedicado a Nossa Senhora Desatadora de Nós
Solidão, desemprego, violência doméstica e social, mas também progresso humano acessível a todos, e a retomada de um forte impulso na ação pastoral. Estas são as várias situações confiadas a Maria na oração do Terço com as quais o Papa encerrará o mês mariano na segunda-feira, 31 de maio nos Jardins do Vaticano
Debora Donnini – Vatican News
Nos Jardins do Vaticano, diante da imagem Nossa Senhora Desatadora de Nós à qual é muito devoto, o Papa Francisco elevará sua oração recitando o Terço no dia 31 de maio. Uma oração que será expressa em particular nas cinco intenções que dizem respeito aos tantos nós a serem desatados, agora firmemente unidos à humanidade, especialmente neste tempo de pandemia. É assim que na próxima segunda-feira à tarde se encerrará o mês mariano e a maratona de oração que começou na Basílica Vaticana e uniu o mundo através do Terço recitado todos os dias com uma intenção específica em 30 Santuários em todos os cinco continentes. É uma oração destinada sobretudo a invocar o fim da pandemia e o reinício das atividades.
Santuários do mundo rezam o terço para o fim da pandemia
A celebração do Terço começará com uma solene procissão, guiada pelo Bispo de Augsburg, que levará o ícone a um lugar especial nos Jardins do Vaticano, que para a ocasião se tornará um verdadeiro Santuário ao ar livre. Acompanhando a procissão estarão as crianças que receberam sua Primeira Comunhão de uma paróquia de Viterbo, adolescentes crismados da paróquia de São Domingos de Guzmán, um grupo de escoteiros de Roma, algumas famílias e por alguns religiosos representando todo o povo de Deus. Os jovens da Associação SS. Pedro e Paulo carregarão o ícone de Nossa Senhora, com a Guarda Suíça e a Gendarmaria do Vaticano como guarda de honra. A procissão será animada pelo coro da diocese de Roma e pela Banda de Arcinazzo Romano. Os jovens da Ação Católica, algumas famílias de recém-casados e uma família de surdos onde nasceu uma vocação religiosa, se unirão à oração.
O ícone
O ícone que representa a Nossa Senhora encontra-se em Augsburg, Alemanha, e consiste em uma pintura a óleo sobre tela feita pelo pintor alemão Johann Georg Melchior Schmidtner por volta de 1700. A pintura retrata Nossa Senhora desatando os nós de uma fita branca segurada por dois anjos, rodeada de cenas bíblicas que se referem simbolicamente a imagens de esperança, misericórdia e vitória sobre o mal. "Cópia única do ícone original conhecido em toda a Baviera por ocasião de uma peregrinação das dioceses bávaras a Augsburg realizada no ano de 2015, será trazido a Roma pelo bispo de Augsburg, Dom Bertram Johannes Meier", que o presenteará ao Papa Francisco, informa o comunicado do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que organizou a iniciativa da maratona de oração. A escolha desta imagem quer representar uma oração particular para que Nossa Senhora interceda para "desmanchar" o sofrimento que uniu o mundo neste tempo de crise sanitária, mas também as relações econômicas, psicológicas e sociais. O Papa sempre demonstrou uma forte devoção a esta imagem, e difundiu seu culto, particularmente na Argentina.
Os cinco nós
O primeiro nó a desenodoar é o dos "relacionamentos feridos, da solidão e da indiferença, que se tornaram mais profundos nestes tempos". O segundo nó é dedicado ao desemprego, "com particular atenção ao desemprego juvenil, desemprego feminino, desemprego dos pais de família e daqueles que estão tentando defender seus empregados". O terceiro é representado pelo "drama da violência, em particular a que irrompe na família, no lar, contra as mulheres ou explodiu nas tensões sociais geradas pela incerteza da crise". O quarto nó se refere ao "progresso humano, que a pesquisa científica é chamada a apoiar, compartilhando descobertas para que sejam acessíveis a todos", especialmente aos mais frágeis e pobres. O quinto nó a ser desatado é o do cuidado pastoral, para que "as Igrejas locais, paróquias, oratórios, centros pastorais e de evangelização possam redescobrir entusiasmo e novo impulso em toda a vida pastoral" e "os jovens possam se casar e construir uma família e um futuro".
A evocativa celebração será encerrada com a coroação da imagem de Nossa Senhora com uma preciosa coroa feita pelos joalheiros Fratelli Savi. Será possível acompanhar toda a cerimônia ao vivo no Vatican News e nas redes sociais e católicas do mundo.
A experiência da maratona de oração
A "maratona" do Terço no mês de maio começou com a oração do Papa diante do ícone de Nossa Senhora do Socorro na Basílica de São Pedro, continuando em 30 Santuários ao redor do mundo, e se conclui com esta cerimônia. Muitos testemunhos relatam uma iniciativa que foi recebida com entusiasmo e envolvimento. Da simplicidade do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes em Nyaunglebin, em Mianmar, à solenidade de Nuestra Señora de Montserrat, na Espanha, à grande participação do povo nos Santuários da África, Índia e Coreia: estes são apenas alguns exemplos significativos do envolvimento que teve lugar. A iniciativa foi muito apreciada por sua simplicidade e, ao mesmo tempo, pelo profundo senso de comunhão com a Igreja e com o Papa Francisco. Ao acompanhar as transmissões ao vivo pela mídia, foi possível a milhões de pessoas rezar o terço todos os dias, da forma como cada cultura e cada país o expressa naturalmente.
(vaticannews)
Hoje a Igreja celebra a Visitação da Virgem Maria
REDAÇÃO CENTRAL, 31 mai. 21 / 05:00 am (ACI).- Hoje, 31 de maio, o calendário litúrgico recorda a celebração da Festa da Visitação da Virgem Maria, oficialmente instituída pelo Papa Urbano VI em 1389. Durante esta visita, Maria recitou o cântico de louvor conhecido como o Magnificat.
A Santíssima Virgem Maria, depois de ouvir do anjo Gabriel que sua prima Isabel estava esperando um filho, foi para ajudá-la e assim levar-lhe as graças e bênçãos do Filho de Deus que havia se encarnado Nela.
Além disso, Maria não foi como rainha ou senhora, mas como serva humilde e fraterna, sempre disposta a atender a todos que necessitavam.
São João Paulo II, em sua catequese de 2 de outubro de 1996, assinalou que “a direção da viagem da Virgem Santíssima é particularmente significativa: será da Galileia à Judeia, como o caminho missionário de Jesus”. Ele mencionou que “Isabel, com sua exclamação cheia de admiração, nos convida a apreciar tudo o que a presença da Virgem traz como um dom para a vida de cada crente”.
O papa emérito Bento XVI, em suas palavras de 31 de maio de 2011, disse que “ao meditar hoje a Visitação de Maria, refletimos precisamente sobre essa coragem da fé. Aquela a quem Isabel acolhe em casa é a Virgem que ‘acreditou’ no anúncio do anjo e respondeu com fé, aceitando com coragem o projeto de Deus para sua vida e acolhendo desta forma em si mesma a Palavra eterna do Altíssimo”.
O papa Francisco, na sua reflexão de 31 de maio de 2013, disse que Maria “enfrenta o caminho de sua vida, com grande realismo, humanidade, concretude” e sublinhou que “três palavras resumem a atitude de Maria: escuta, decisão, ação; palavras que indicam um caminho também para nós frente ao que o Senhor nos pede na vida”.
(acidigital)
domingo, 30 de maio de 2021
Angelus: Solenidade da Santíssima Trindade - Domingo, 30 de maio de 2021 (Texto)
PAPA FRANCESCO
ANGELUS
Praça de São Pedro
Solenidade da Santíssima Trindade - Domingo, 30 de maio de 2021
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Nesta festa em que celebramos Deus: o mistério de um só Deus, e este Deus é o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Três pessoas, mas Deus é um! O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito é Deus, mas eles não são três deuses: ele é um Deus em três Pessoas. É um mistério que Jesus Cristo nos revelou: a Santíssima Trindade. Hoje paramos para celebrar esse mistério, porque Gente não é adjetivo de Deus, não. Eles são pessoas reais, diferentes, diferentes; não são - como dizia aquele filósofo - “emanações de Deus”, não, não! Eles são pessoas. Ali está o Pai, a quem rezo com o Pai Nosso; ali está o Filho, que me deu redenção, justificação; existe o Espírito Santo, que habita em nós e habita a Igreja. E isso fala ao nosso coração, porque o encontramos encerrado naquela expressão de São João que resume toda a Revelação:1 Jo 4 : 8-16). O Pai é amor, o filho é amor, o Espírito Santo é amor. E na medida em que é amor, Deus, sendo um e único, não é solidão, mas comunhão, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Porque o amor é essencialmente um dom de si, e em sua realidade original e infinita é o Pai que se doa gerando o Filho, que por sua vez se doa ao Pai e seu amor mútuo é o Espírito Santo, vínculo de sua unidade. . Não é fácil entender, mas você pode viver esse mistério, todos nós, você pode viver muito.
Este mistério da Trindade nos foi revelado pelo próprio Jesus. Ele nos fez conhecer a face de Deus como um Pai misericordioso; apresentou-se, verdadeiro homem, como Filho de Deus e Verbo do Pai, Salvador que dá a vida por nós; e ele falou do Espírito Santo que procede do Pai e do Filho, Espírito da Verdade, Espírito Paráclito - falamos no domingo passado desta palavra “Paráclito” - isto é, Consolador e Advogado. E quando Jesus apareceu aos Apóstolos depois da sua ressurreição, Jesus os enviou para evangelizar «todos os povos, baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» ( Mt 28,19).
A festa de hoje, portanto, faz-nos contemplar este maravilhoso mistério de amor e de luz, de onde viemos e para o qual se orienta o nosso caminho terrestre.
________________________________________
Saúdo calorosamente todos vós, vindos de Roma, da Itália e de outros países. Vejo que existe Canadá, Colômbia ... Devemos orar pela Colômbia! E lá também está a Polónia, e aqui outros países… Saúdo todos vós! Em particular, as confirmações da paróquia do Sacro Mártir Romano. Saúdo os peregrinos polacos e abençoo os participantes na grande peregrinação ao Santuário mariano de Piekary Śląskie. E, como de costume, saúdo os filhos da Imaculada Conceição.
Desejo a todos um feliz domingo. E, por favor, não se esqueça de orar por mim. Bom almoço e adeus!
© Copyright - Libreria Editrice Vaticana
sábado, 29 de maio de 2021
A Trindade (Preparação da Festa)
A festa da TRINDADE nos convida a refletir
sobre o Mistério da vida íntima de Deus e
conhecer melhor quem é nosso Deus.
Ele se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.
A 1ª Leitura apresenta o Deus da ALIANÇA.
Deus é o PAI que com sabedoria criou e dirige o universo. (Dt 4, 32-34.39-40)
É parte de um discurso de Moisés, no final de sua vida,
em que resume a Aliança e suas exigências.
Convida Israel a contemplar a sua história e
a ação de Deus na sua vida e na libertação do Egito.
Dá pistas para reconhecer o verdadeiro rosto de Deus.
É um Deus que estabelece COMUNHÃO e familiaridade com seu Povo.
Ele vai ao encontro, fala com eles e está sempre atento aos seus problemas.
É um Deus fiel, apesar da infidelidade de Israel.
É um Deus próximo do Povo, embora esse se afaste dele.
- E conclui convidando o Povo a cumprir os mandamentos do Senhor,
pois são sugestões de um Deus que nos ama
e quer a nossa felicidade e a nossa plena realização.
* O Antigo testamento não conhecia o Mistério da Trindade.
Nessa etapa, aparece a UNICIDADE e a ESPIRITUALIDADE de Deus,
assim como os atributos de ONIPOTÊNCIA e MISERICÓRDIA
Na 2ª Leitura, Paulo ressalta que Deus se tornou próximo do homem.
É um Deus que nos tornou filhos adotivos e
por isso, podemos chamá-lo de "Abba", "PAI". (Rm 8,14-17)
No Evangelho, Jesus envia os discípulos em Missão
para pregar o Evangelho e Batizar em nome da TRINDADE. (Mt 28,16-20)
O texto descreve o encontro final entre Jesus e os discípulos.
Nele aparece uma fórmula trinitária usada no batismo cristão.
Pelo Batismo, nos tornamos participantes da Comunhão trinitária.
Mateus revela que a Igreja é uma Comunidade Missionária
e tem duas etapas de iniciação cristã: ENSINO e BATISMO.
Inicia com a catequese sobre as palavras e os gestos de Jesus e
o Batismo sela a íntima comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
+ A celebração da festa da Trindade
não é um convite para decifrar o Mistério de um Deus em três pessoas,
mas um convite para contemplar Deus que é AMOR e vive em comunhão
de pessoas e nos convida a participar da vida íntima de Deus.
O Prefácio de hoje afirma:
"Com o vosso Filho único e o Espírito Santo sois um só Deus e um só Senhor. Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus.
Tudo o que revelastes e nós cremos a respeito de vossa glória
atribuímos igualmente ao Filho e ao Espírito Santo.
E, proclamando que sois o Deus eterno e verdadeiro,
adoramos cada uma das pessoas, na mesma natureza e igual majestade".
Esse Mistério é algo tão sublime, que supera nossa capacidade de compreender,
mas podemos e devemos crescer no conhecimento de Deus...
Sabemos da existência desse Mistério, porque Jesus nos revelou.
Por que Cristo nos revelou esse Mistério?
+ Certamente, não foi para ser um problema para nossa compreensão.
Pelo contrário, porque Deus nos ama, ele quer
que participemos ainda mais de perto de sua vida de amor.
O próprio Cristo nos apontou o modo:
"Se alguém me ama, guardará as minhas palavras;
e meu Pai o amará e nós viremos a ele e
faremos nele a nossa morada..."
Que verdade consoladora: a nossa pessoa ser um Templo da Trindade...
- Em nós está o PAI, que nos chamou do nada, insuflou-nos o sopro da vida,
deu-nos um nome, confiou-nos uma missão.
- Em nós está o FILHO, que entregou sua vida por nós,
imagem do Filho de Deus a ser imitada e reproduzida por todos nós.
- Em nós está o ESPÍRITO SANTO,
que nos ilumina e fortalece nos caminhos de Deus.
E toda essa maravilha começou em nós desde o nosso BATISMO.
- Do Pai, somos filhos amados...
- Do Filho, somos irmãos e participamos da mesma vida e do mesmo projeto.
- Do Espírito Santo, recebemos inspiração e impulso para vivermos a vida
divina.
Essa relação com as três pessoas divinas, deve ser cultivada em nossa vida.
Somos chamados a renovar o nosso compromisso batismal,
para sermos reflexos da Trindade, sinais de comunhão, partilha e esperança,
num mundo tão dividido, individualista e desesperançado.
- A Bíblia nos conta que em Moisés, após ter falado com Deus,
dois raios de luz tão intensa iluminavam sua face,
que não podiam olhar para ele...
Que todos quantos nos encontrarem nessa semana,
após esse nosso encontro com Deus nessa celebração,
possam ver em nós, alguém que também se encontrou com seu Deus...
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 30.05.2021
(buscandonovaságuas)
Terço de 31 de maio dedicado a Nossa Senhora Desatadora de Nós
Solidão, desemprego, violência doméstica e social, mas também progresso humano acessível a todos, e a retomada de um forte impulso na ação pastoral. Estas são as várias situações confiadas a Maria na oração do Terço com as quais o Papa encerrará o mês mariano na segunda-feira, 31 de maio nos Jardins do Vaticano
Debora Donnini – Vatican News
Nos Jardins do Vaticano, diante da imagem Nossa Senhora Desatadora de Nós à qual é muito devoto, o Papa Francisco elevará sua oração recitando o Terço no dia 31 de maio. Uma oração que será expressa em particular nas cinco intenções que dizem respeito aos tantos nós a serem desatados, agora firmemente unidos à humanidade, especialmente neste tempo de pandemia. É assim que na próxima segunda-feira à tarde se encerrará o mês mariano e a maratona de oração que começou na Basílica Vaticana e uniu o mundo através do Terço recitado todos os dias com uma intenção específica em 30 Santuários em todos os cinco continentes. É uma oração destinada sobretudo a invocar o fim da pandemia e o reinício das atividades.
Santuários do mundo rezam o terço para o fim da pandemia
A celebração do Terço começará com uma solene procissão, guiada pelo Bispo de Augsburg, que levará o ícone a um lugar especial nos Jardins do Vaticano, que para a ocasião se tornará um verdadeiro Santuário ao ar livre. Acompanhando a procissão estarão as crianças que receberam sua Primeira Comunhão de uma paróquia de Viterbo, adolescentes crismados da paróquia de São Domingos de Guzmán, um grupo de escoteiros de Roma, algumas famílias e por alguns religiosos representando todo o povo de Deus. Os jovens da Associação SS. Pedro e Paulo carregarão o ícone de Nossa Senhora, com a Guarda Suíça e a Gendarmaria do Vaticano como guarda de honra. A procissão será animada pelo coro da diocese de Roma e pela Banda de Arcinazzo Romano. Os jovens da Ação Católica, algumas famílias de recém-casados e uma família de surdos onde nasceu uma vocação religiosa, se unirão à oração.
O ícone
O ícone que representa a Nossa Senhora encontra-se em Augsburg, Alemanha, e consiste em uma pintura a óleo sobre tela feita pelo pintor alemão Johann Georg Melchior Schmidtner por volta de 1700. A pintura retrata Nossa Senhora desatando os nós de uma fita branca segurada por dois anjos, rodeada de cenas bíblicas que se referem simbolicamente a imagens de esperança, misericórdia e vitória sobre o mal. "Cópia única do ícone original conhecido em toda a Baviera por ocasião de uma peregrinação das dioceses bávaras a Augsburg realizada no ano de 2015, será trazido a Roma pelo bispo de Augsburg, Dom Bertram Johannes Meier", que o presenteará ao Papa Francisco, informa o comunicado do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que organizou a iniciativa da maratona de oração. A escolha desta imagem quer representar uma oração particular para que Nossa Senhora interceda para "desmanchar" o sofrimento que uniu o mundo neste tempo de crise sanitária, mas também as relações econômicas, psicológicas e sociais. O Papa sempre demonstrou uma forte devoção a esta imagem, e difundiu seu culto, particularmente na Argentina.
Os cinco nós
O primeiro nó a desenodoar é o dos "relacionamentos feridos, da solidão e da indiferença, que se tornaram mais profundos nestes tempos". O segundo nó é dedicado ao desemprego, "com particular atenção ao desemprego juvenil, desemprego feminino, desemprego dos pais de família e daqueles que estão tentando defender seus empregados". O terceiro é representado pelo "drama da violência, em particular a que irrompe na família, no lar, contra as mulheres ou explodiu nas tensões sociais geradas pela incerteza da crise". O quarto nó se refere ao "progresso humano, que a pesquisa científica é chamada a apoiar, compartilhando descobertas para que sejam acessíveis a todos", especialmente aos mais frágeis e pobres. O quinto nó a ser desatado é o do cuidado pastoral, para que "as Igrejas locais, paróquias, oratórios, centros pastorais e de evangelização possam redescobrir entusiasmo e novo impulso em toda a vida pastoral" e "os jovens possam se casar e construir uma família e um futuro".
A evocativa celebração será encerrada com a coroação da imagem de Nossa Senhora com uma preciosa coroa feita pelos joalheiros Fratelli Savi. Será possível acompanhar toda a cerimônia ao vivo no Vatican News e nas redes sociais e católicas do mundo.
A experiência da maratona de oração
A "maratona" do Terço no mês de maio começou com a oração do Papa diante do ícone de Nossa Senhora do Socorro na Basílica de São Pedro, continuando em 30 Santuários ao redor do mundo, e se conclui com esta cerimônia. Muitos testemunhos relatam uma iniciativa que foi recebida com entusiasmo e envolvimento. Da simplicidade do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes em Nyaunglebin, em Mianmar, à solenidade de Nuestra Señora de Montserrat, na Espanha, à grande participação do povo nos Santuários da África, Índia e Coreia: estes são apenas alguns exemplos significativos do envolvimento que teve lugar. A iniciativa foi muito apreciada por sua simplicidade e, ao mesmo tempo, pelo profundo senso de comunhão com a Igreja e com o Papa Francisco. Ao acompanhar as transmissões ao vivo pela mídia, foi possível a milhões de pessoas rezar o terço todos os dias, da forma como cada cultura e cada país o expressa naturalmente.
(vaticannews)
sexta-feira, 28 de maio de 2021
Carta a bispos alemães: São capazes de suportar o ódio do mundo pelo Evangelho?
Por Walter Sánchez Silva | ACI Prensa
DENVER, 27 mai. 21 / 11:22 am (ACI).- O arcebispo Samuel Aquila, de Denver, Estados Unidos, escreveu uma carta aberta aos bispos católicos do mundo, especialmente aos da Alemanha, na qual faz uma extensa crítica e questionamentos ao polêmico Caminho Sinodal da Igreja alemã.
“Uma resposta ao ´Fórum I´ do Caminho Sinodal Católico Alemão: Uma carta aberta aos bispos católicos do mundo”, é o título da carta do arcebispo de Denver, escrita “para a nossa oração e reflexão”, neste 26 de maio, quando a Igreja celebra a festa de São Felipe Neri.
A Caminho Sinodal é um processo realizado por bispos e leigos alemães para discutir quatro questões principais: a forma como o poder é exercido na Igreja, a moral sexual, o sacerdócio e o papel da mulher.
Inicialmente, os bispos alemães asseguraram que o processo seria concluído com uma série de decisões “vinculantes”, o que gerou preocupação no Vaticano diante da possibilidade de infringir os ensinamentos e a disciplina da Igreja Católica. O Vaticano enviou uma carta aos bispos alemães afirmando que esses planos não eram “eclesiologicamente válidos”.
Depois de vários diálogos entre o Vaticano e a Conferência Episcopal, o Caminho Sinodal começou no dia 1º de dezembro de 2019 e deve terminar em fevereiro de 2022.
Nos últimos dias, a crise na Alemanha piorou depois que, apesar da proibição explícita do Vaticano, vários padres e agentes pastorais abençoaram casais homossexuais, deram a comunhão aos protestantes e permitiram que 12 mulheres pregassem homilias em várias partes do país.
Em sua carta publicada na íntegra hoje pela ACI Prensa (em espanhol), Dom Aquila questionou os bispos da Alemanha: “Queremos falar sobre a Cruz? Temos a coragem de andar no caminho da cruz, suportando o ódio do mundo pela mensagem do Evangelho? Daremos ouvidos ao chamado do Senhor Jesus ao arrependimento e teremos a coragem de proclamá-lo em um mundo incrédulo?
“Estamos 'não nos envergonhando do evangelho' (Rom 1:16) e da sua oferta de libertação do pecado, graças à morte e ressurreição de Cristo, ou da sua oferta de um relacionamento íntimo com seu Pai no amor de seu Espírito Santo?”, continuou.
Em sua carta, o arcebispo de Denver lembra que a autoridade dos bispos se origina em Cristo, e não neles próprios.
“Todo sucessor dos apóstolos deve resistir à tentação de imitar os profetas tolos que, seguindo seu próprio espírito, promoveram suas próprias opiniões e ideias, na época de Ezequiel. Da mesma forma, todo sucessor dos apóstolos deve rejeitar a tentação de imitar os profetas e os sacerdotes do tempo de Jeremias, que adaptaram o seu ensino às preferências do povo”, disse o prelado.
Em seguida, dom Aquila afirma que “a maioria de nós, fora da Alemanha, está ciente, pela mídia, do Caminho Sinodal Católico Alemão e da franqueza de alguns bispos que pedem mudanças radicais no ensino e na prática da Igreja”.
Ordenação de mulheres?
O arcebispo Aquila concentrou a sua reflexão no “Texto Fundamental do Fórum I” do Caminho Sinodal. O texto pede, entre outras coisas, “reavaliar criticamente a determinação de São João Paulo II de que 'a Igreja não tem o direito de ordenar mulheres ao sacerdócio', cuja validade deve ser comprovada por alegados 'novos entendimentos' do último quarto de século que questionam a 'coerência de sua argumentação'”.
Em diferentes ocasiões, o papa Francisco disse durante seu pontificado que a palavra final sobre a ordenação de mulheres veio de São João Paulo II, que em sua carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 1994, estabeleceu que a Igreja não pode conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, mas apenas aos homens.
“De forma mais profunda, o Caminho Sinodal, embora se apresente como ancorado no Concílio Vaticano II, interpreta seus documentos de forma seletiva e confusa para propor pontos de vista insustentáveis sobre a natureza da Igreja (Lumen gentium), a sua relação com o mundo (Gaudium et spes), e o seu fundamento na revelação divina (Dei Verbum), visões impossíveis de conjugar com uma leitura completa do Concílio”.
O Concílio Vaticano II foi o evento eclesial mundial mais importante do século XX. Foi também um evento ecumênico, com o objetivo de buscar o “aggiornamento” ou a atualização da Igreja no mundo de hoje. Os documentos Lumen Gentium, Gaudium et spes e Dei Verbum são parte do resultado das deliberações dos bispos ou padres conciliares participantes no concilio.
Dom Aquila alertou que, “para justificar o desejo do Caminho Sinodal de democratizar o governo da Igreja e acolher a possibilidade de admissão de mulheres ao sacerdócio”, o que o Texto Básico faz é simplesmente questionar a distinção entre o “sacerdócio” dos batizados e o sacerdócio ministerial ordenado.
Além disso, “o Texto Básico falha ao unir claramente este 'sacerdócio ministerial especial' com o sacramento da Ordem, querido e instituído pelo próprio Jesus Cristo. Esse erro parece claramente intencional”.
A hierarquia da Igreja
O arcebispo de Denver observa que, “em notável contraste com a Lumen gentium, a doutrina da sucessão episcopal direta dos apóstolos foi completamente omitida do Texto Básico”.
O bispo argumenta que “o Concílio Vaticano II fundamenta a constituição hierárquica da Igreja diretamente na intenção manifesta de Jesus Cristo e do próprio Espírito Santo. Portanto, está fora da competência da Igreja, na Alemanha ou em qualquer outro lugar, alterar isso fundamentalmente”.
Dom Aquila reconhece que os casos de abuso, incluindo os de poder, têm afetado a Igreja, mas considera “lamentável que o Texto Básico esteja convencido de que a melhor ou a única reforma possível do exercício do poder é diluí-lo em um sistema de freios e contrapesos”.
No entanto, isso não significa que os fiéis leigos não possam “ou não devam ajudar o clero no governo da Igreja”, mas “a configuração hierárquica entre os dons é importante, precisamente para o bem de todos”.
O arcebispo Aquila enfatiza que “o poder cristão deve ser crucificado, continuamente, por meio do arrependimento e do serviço humilde aos fiéis” e que “na purificação das estruturas de autoridade eclesial não há alternativa que a penitência e a busca sincera da santidade”.
A Igreja está preparada para suportar o ódio do mundo?
Em sua carta, o arcebispo Aquila afirmou que “a Igreja deve aceitar humildemente e responder penitentemente às críticas do mundo quando não vive de acordo com seu próprio ensinamento, como no caso do escândalo dos abusos sexuais”.
“No entanto, também deve estar preparada para suportar o ódio do mundo pela sua fidelidade à Palavra de Deus”, continuou.
“Ela não deve se conformar com o mundo, mas sim servir de fermento no mundo (Gaudium et spes, 40). Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Somos enviados ao mundo consagrados na verdade por Jesus”.
O arcebispo de Denver disse que, ao ler o Texto Fundamental (Grundtext), é “difícil evitar a conclusão de que a Assembleia Sinodal espera alcançar uma Igreja que, longe de estar preparada para sofrer o ódio do mundo por sua fidelidade a Cristo, esteja eminentemente condicionada pelo mundo e seja confortavelmente aceita como uma instituição respeitável entre as outras”.
“O Texto Básico não evidencia virtualmente nenhuma avaliação sobre como as exigências específicas do Evangelho, conforme é proclamado pela Igreja na fé e na caridade, podem levar, e de fato levam, à forte oposição que o Novo Testamento consistentemente suscita entre o espírito do mundo e a fidelidade a Jesus Cristo”.
Além disso, “o texto ignora o custo do discipulado da forma como Cristo o expõe no Evangelho”, adverte o arcebispo Aquila.
O Magistério da Igreja
O arcebispo observa que a assembleia sinodal “reinterpreta o papel do Magistério da Igreja, considerando-o como um moderador de diálogo. Esta posição sobre a autoridade magisterial, incluindo a do Santo Padre, foi ilustrada pela reação de Sua Excelência o bispo Bätzing à resposta da Congregação para a Doutrina da Fé a um dubium sobre a possibilidade de abençoar uniões do mesmo sexo”.
Dom Georg Bätzing, presidente do episcopado alemão e um dos promotores no país da bênção dos casais homossexuais e da Eucaristia aos protestantes, disse há poucos dias que o Caminho Sinodal está tentando “discutir a questão das relações bem-sucedidas de uma forma abrangente, que também leve em consideração a necessidade e os limites do desenvolvimento doutrinário da Igreja. Os pontos de vista que a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) hoje propôs devem ser e serão, com certeza, aceitos nessas conversas”.
O Arcebispo Aquila afirma que “assim, a decisão da CDF, que é uma expressão do magistério pontifício ordinário, apenas acrescenta ‘pontos de vista’ que serão levados em consideração pela Assembleia”.
“Para ser claro, o Papa e os bispos podem e devem ouvir, e de fato ouvem, as vozes dos fiéis e consultam os fiéis especialistas em campos relevantes. No entanto, no final, só os bispos, em comunhão com o Papa, têm a responsabilidade de ensinar com autoridade, 'dotados da autoridade de Cristo' (Lumen gentium, 25)”, acrescenta.
O arcebispo de Denver explicou que “não é responsabilidade dos bispos ensinar seus próprios pontos de vista e opiniões” e que, como São Paulo, “eles devem ensinar apenas o que eles mesmos receberam”.
O prelado enfatiza que a abordagem da assembleia sinodal “é suficientemente flexível para deixar qualquer conteúdo verdadeiro e decisivo sem sentido”.
Nesse sentido, “a assembleia se acha não só competente, mas até mesmo obrigada pelo dever, a tomar decisões pela Igreja, excedendo o discurso de bloqueio (Diskursblockaden) daqueles que podem se opor aos seus julgamentos (Grundtext, p. 15)”.
Ao destacar a importância de seguir fielmente o Magistério da Igreja, o arcebispo questionou: “permaneceremos unidos à vinha, Cristo Jesus, e daremos frutos, ou secaremos (Jo 15, 5-6)? Nós, como a igreja em Éfeso, a quem Jesus ressuscitado se dirige, abandonamos o primeiro amor (cf. Ap 2,4)?
“Se assim for, demos ouvidos à exortação e à advertência do Senhor dos reis da terra: 'Reconhece, então, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas´ (Ap 2, 5; cf. 1, 5)”.
“Meu irmão, vamos nos lembrar de Cristo crucificado. Lembremo-nos do nosso primeiro amor”, conclui o arcebispo de Denver.
(acidigital)
quinta-feira, 27 de maio de 2021
Palavra de Vida – maio 2021
«Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus,
e Deus permanece nele.» (1 Jo 4, 16)
“Deus é amor”: é a definição mais luminosa de Deus na Sagrada Escritura, que aparece apenas duas vezes, precisamente neste texto, uma carta ou talvez uma exortação que ecoa o quarto Evangelho. De facto, o autor é um discípulo que dá testemunho da tradição espiritual do apóstolo João. Ele escreve a uma comunidade cristã do primeiro século que, infelizmente, já se confrontava com uma das provas mais dolorosas, ou seja, a discórdia, a divisão quer no âmbito da fé, quer do testemunho. Deus é amor: Ele, enquanto Trindade, vive em si mesmo a plenitude da comunhão e transmite este amor às suas criaturas. A quantos o acolhem, dá-lhes o poder de se tornarem seus filhos (1), com o seu próprio DNA, capazes de amar. E o Seu é um amor gratuito, que liberta de todo o medo e timidez (2).
Depois, para que se realize a promessa da recíproca comunhão: nós em Deus e Deus em nós, é necessário “permanecer” neste mesmo amor ativo, dinâmico, criativo. Por conseguinte, os discípulos de Jesus são chamados a amarem-se uns aos outros, a dar a vida; são chamados a partilhar os bens com quem se encontra em necessidade. Com este amor, a comunidade permanece unida, profética, fiel.
«Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.»
É um anúncio forte e claro também para nós, hoje, que nos podemos sentir esmagados por acontecimentos imprevisíveis e dificilmente controláveis, como a pandemia ou outras tragédias pessoais ou coletivas. Sentimo-nos perdidos e as- sustados, mais tentados a fecharmo-nos em nós mesmos, a levantar muros para nos protegermos daqueles que parecem ameaçar as nossas seguranças, do que a construir pontes para nos encontrarmos.
Nestas circunstâncias, como é possível continuar a acreditar no amor de Deus? É possível continuar a amar?
Josiane, libanesa, estava longe do seu país quando teve conhecimento da terrível explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020. Confidencia aos que, como ela, vivem a Palavra de vida: «No meu coração senti dor, cólera, angústia, tristeza, confusão. Irrompia com força a pergunta: não bastava o que o Líbano já tinha sofri- do antes? Pensava naquele bairro arrasado, onde nasci e vivi; onde, agora, familiares e amigos morreram, estão feridos ou ficaram desalojados; onde os prédios, as escolas, os hospitais, que conheço muito bem, estão destruídos.
Procurei estar próxima da minha mãe e dos meus irmãos, responder às muitas mensagens de tantas pessoas que declaravam solidariedade, afeto, oração; escutando a todos, nesta profunda ferida que se tinha aberto. Queria acreditar, e ACREDITO, que estes encontros com quem sofre são um chamamento ao qual temos que responder com o amor que Deus colocou no nosso coração.
Para além das lágrimas, descobri uma luz ao ver tantos libaneses, muitos deles jovens, que se ergueram, olharam à sua volta e prestaram auxílio aos que se encontravam em necessidade. Nasceu em mim a esperança que surjam muitos jovens dispostos a comprometerem-se seriamente na política, convencidos que a solução se encontra no diálogo verdadeiro, na concórdia, em descobrirmo-nos irmãos, porque o somos de facto.
«Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.»
Chiara Lubich oferece-nos uma preciosa sugestão para vivermos esta Palavra do Evangelho: «Não é possível separar a cruz da glória; não se pode separar o Crucificado do Ressuscitado. São dois aspetos do mesmo mistério de Deus que é Amor (3). […] Depois de termos feito a oferta, procuremos não pensar mais nisso, mas em fazer o que Deus quer de nós, lá onde estamos: […] procuremos amar os outros, os próximos que estão à nossa volta. Se assim fizermos, poderemos experimentar um efeito insólito e inesperado: a nossa alma enche-se de paz, de amor, e também de alegria pura, de luz. […]. E, enriquecidos por esta experiência, pode- remos ajudar mais eficazmente todos os nossos irmãos a encontrar a bem-aventurança no meio das lágrimas, a transformar em serenidade aquilo que os aflige. Tornar-nos-emos, assim, instrumentos de alegria para muitos, daquela felicidade a que aspira todo o coração humano» (4).
Letizia Magri
1) Cf. Jo 1, 12; 1 Jo 3,1. 2) Cf. 1 Jo 4,18. 3) Cf. 1 Jo 4,10. 4) C. Lubich, Palavra de Vida de Janeiro de 1984, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 279-281.
quarta-feira, 26 de maio de 2021
AUDIÊNCIA GERAL - 35. A certeza de ser escutados (Texto)
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Pátio São Dâmaso
Quarta-feira, 26 de maio de 2021
Catequese - 35. A certeza de ser escutados
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Há uma contestação radical à oração, que deriva de uma observação que todos nós fazemos: rezamos, pedimos, e, no entanto, por vezes as nossas orações parecem não ser ouvidas: o que pedimos – para nós ou para os outros – não se realizou. Passamos por esta experiência muitas vezes. Se a razão pela qual rezámos era nobre (como pode ser a intercessão pela saúde de uma pessoa doente, ou pelo fim de uma guerra), o não cumprimento parece escandaloso. Por exemplo, pelas guerras: rezamos a fim de que acabem as guerras, as guerras em tantas partes do mundo, pensemos no Iémen, na Síria, países que estão em guerra há anos, há anos! Países atormentados pelas guerras, rezamos e elas não terminam. Como pode isto acontecer? «Alguns deixam mesmo de orar porque, segundo pensam, o seu pedido não é atendido (Catecismo da Igreja Católica, n. 2734). Mas se Deus é Pai, por que não nos ouve? Ele, que nos garantiu que dá coisas boas aos filhos que Lhe pedem (cf. Mt 7, 10), por que não responde aos nossos pedidos? Todos nós tivemos esta experiência: rezámos, rezámos, pela doença de um amigo, de um pai, de uma mãe e depois eles morreram, Deus não nos atendeu. É uma experiência de todos nós.
O Catecismo oferece-nos um bom resumo da questão. Adverte-nos contra o risco de não termos uma experiência autêntica de fé, mas de transformarmos a nossa relação com Deus em algo mágico. A oração não é uma varinha mágica: é um diálogo com o Senhor. De facto, quando rezamos, podemos cair no risco de não sermos nós a servir Deus, mas de pretender que Ele nos sirva (cf. n. 2735). Eis então uma oração que é sempre exigente, que pretende orientar os acontecimentos de acordo com o nosso plano, que não permite qualquer outros projetos para além dos nossos desejos. Por outro lado, Jesus teve grande sabedoria ao colocar o “Pai-Nosso” nos nossos lábios. É uma oração unicamente de pedidos, como sabemos, mas os primeiros que pronunciamos estão todos da parte de Deus. Pedem que não seja realizado o nosso desejo, mas a sua vontade para o mundo. Melhor deixar que Ele faça: «Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade» (Mt 6, 9-10).
O apóstolo Paulo lembra-nos que nem sequer sabemos o que é conveniente pedir (cf. Rm 8, 26). Pedimos pelas nossas necessidades, pelo que precisamos, pelas coisas que desejamos, “mas isto é conveniente ou não?”. Paulo diz-nos: nem sequer sabemos o que é conveniente pedir. Quando rezamos, devemos ser humildes: esta é a primeira atitude quando se reza. Assim como há o costume em muitos lugares que para ir rezar à igreja, as mulheres usam o véu ou se benzem com a água santa antes de iniciar a rezar, deste modo devemos dizer-nos, antes da prece, o que é mais conveniente, que Deus me conceda aquilo que mais me convém: Ele sabe. Quando rezamos devemos ser humildes, para que as nossas palavras sejam realmente orações e não um vanilóquio que Deus rejeita. Também podemos rezar por motivos errados: por exemplo, para derrotar o inimigo na guerra, sem nos perguntarmos o que pensa Deus dessa guerra. É fácil escrever num estandarte “Deus está connosco”; muitos estão ansiosos por garantir que Deus esteja com eles, mas poucos se preocupam em verificar se estão realmente com Deus. Na oração, é Deus que nos deve converter, não nós que devemos converter Deus. É a humildade. Vou rezar, mas Tu, Senhor, converte o meu coração para que peça o que é conveniente, o que for melhor para a minha saúde espiritual.
No entanto, o escândalo permanece: quando as pessoas rezam com um coração sincero, quando pedem bens que correspondem ao Reino de Deus, quando uma mãe reza pelo filho doente, por que parece que às vezes Deus não ouve? Para responder a esta pergunta, precisamos de meditar calmamente sobre os Evangelhos. As narrações da vida de Jesus estão cheias de orações: muitas pessoas feridas no corpo e no espírito pedem-lhe que as cure; há aqueles que rezam por um amigo que já não pode andar; há pais e mães que lhe trazem filhos e filhas doentes... Todas são orações impregnadas de sofrimento. É um coro imenso que invoca: “Tende piedade de nós”.
Vemos que por vezes a resposta de Jesus é imediata, mas noutros casos, é adiada no tempo: parece que Deus não responde. Pensemos na mulher cananeia que implora a Jesus pela sua filha: esta mulher deve insistir longamente para ser ouvida (cf. Mt 15, 21-28). Há também a humildade de ouvir uma palavra de Jesus que parece um pouco ofensiva: não devemos lançar o pão aos cães, aos cãezinhos. Mas àquela mulher não importa a humilhação: importa a saúde da filha. E vai adiante: “Sim, também os cãezinhos comem o que cai da mesa”, e isto agradou a Jesus. A coragem na oração. Pensemos também no paralítico trazido pelos seus quatro amigos: inicialmente Jesus perdoa os seus pecados e só num segundo momento o cura no seu corpo (cf. Mc 2, 1-12). Assim, nalgumas ocasiões, a solução para o drama não é imediata. Também na nossa vida, cada um de nós tem esta experiência. Façamos mente local: quantas vezes pedimos uma graça, um milagre, digamos, e nada aconteceu. Depois, com o tempo, a situação resolve-se, mas segundo o modo de Deus, o modo divino, não de acordo com o que queríamos naquele momento. O tempo de Deus não é o nosso tempo.
Deste ponto de vista, a cura da filha de Jairo merece especial atenção (cf. Mc 5, 21-33). Há um pai que está com pressa: a sua filha está doente e por esta razão pede a ajuda de Jesus. O Mestre aceita imediatamente, mas quando estão a caminho da casa acontece outra cura, e depois chega a notícia de que a menina morreu. Parece ser o fim, mas em vez disso Jesus diz ao pai: «Não tenhas receio; crê somente!» (Mc 5, 36). “Continua a ter fé”: pois é a fé que sustenta a oração. E, de facto, Jesus despertará aquela menina do sono da morte. Mas durante algum tempo, Jairo teve que caminhar no escuro, apenas com a chama da fé. Senhor, dai-me fé! Que a minha fé cresça! Pedir esta graça, ter fé. No Evangelho Jesus diz que a fé move montanhas. Mas, ter fé seriamente. Jesus, diante da fé dos seus pobres, dos seus homens, cai vencido, sente uma ternura especial, diante daquela fé. E ouve.
Também a oração que Jesus dirige ao Pai no Getsémani parece não ter sido ouvida: “Pai, se possível, afasta de mim o que me espera”. Parece que o Pai não o ouviu. O Filho terá de beber até ao fim o cálice da paixão. Mas o Sábado Santo não é o capítulo final, porque no terceiro dia, isto é o domingo, há a ressurreição. O mal é senhor do penúltimo dia: recordai bem isto. O mal nunca é o senhor do último dia, não: do penúltimo, o momento no qual a noite é mais escura, precisamente antes da aurora. No penúltimo dia há a tentação onde o mal nos faz compreender que venceu: “Viste? Eu venci!”. O mal é senhor do penúltimo dia: no último dia há a ressurreição. Mas o mal nunca é senhor do último dia: Deus é o Senhor do último dia. Porque este dia pertence apenas a Deus, e é o dia em que todos os anseios humanos de salvação serão cumpridos. Aprendamos esta paciência humilde de esperar a graça do Senhor, esperar o último dia. Muitas vezes, o penúltimo dia é muito doloroso, pois os sofrimentos humanos são maus. Mas o Senhor está presente e no último dia Ele resolve tudo.
________________________________________
Saudações:
Saúdo os fiéis de língua portuguesa, encorajando-vos a viver sempre os vossos dias sob o olhar da nossa Mãe do céu. Ela conforta todos aqueles que estão na provação e mantém aberto o horizonte da esperança. Ao mesmo tempo que vos entrego, vós e as vossas famílias, à sua proteção, sobre todos invoco a Bênção de Deus.
________________________________________
Resumo da catequese do Santo Padre:
Acontece às vezes que a nossa oração não é atendida por Deus; pelo menos assim nos parece, pois o que pedimos não se realiza. Mas, se Deus é Pai, por que não nos escuta? Também a oração que Jesus faz ao Pai no Jardim das Oliveiras parece que não foi atendida: o Filho teve de beber até ao fundo o cálice da Paixão. O capítulo final, porém, não foi a sepultura, mas a ressurreição ao terceiro dia. O Mal pode ser senhor do penúltimo dia; nunca do último. Este, o último, pertence só a Deus, e é o dia em que se realizam todos os anseios humanos de salvação. Por isso, como escreve o apóstolo Paulo, não sabemos sequer o que mais nos convém pedir. Quando rezamos, corremos o perigo de não servir a Deus, mas de pretender que Deus nos sirva a nós: não admitimos outra alternativa, senão a dos nossos desejos. É fácil erguer uma bandeira com a escrita «Deus está connosco»; ansiosos por assegurar que Deus está connosco, pouco nos preocupa verificar se nós efetivamente estamos com Deus. Enfim, não sabemos o que pedir, para rezar como convém. Que fazer então? Deixar de rezar, porque afinal Deus não nos ouve? Para responder a esta pergunta, é preciso meditar com calma os Evangelhos: lá vemos que a resposta de Jesus aos inúmeros pedidos que Lhe fazem às vezes é imediata, outras vezes não. Na leitura inicial, ouvimos a súplica de Jairo pela cura de sua filha; Jesus acolhe a súplica, mas iam ainda a caminho quando lhes chega a notícia de que a filha morreu. Parece o fim! Mas Jesus diz ao pai: «Não tenhas receio; crê somente». É a fé que sustenta a oração. De facto, depois Jesus ressuscita a menina. Mas, por um certo tempo, Jairo teve de caminhar na escuridão, só com a luz da fé. Na oração, lembremo-nos sempre disto: é Deus que nos deve converter a nós; não somos nós que devemos converter Deus.
________________________________________
© Copyright - Libreria Editrice Vaticana
LOADING...
terça-feira, 25 de maio de 2021
segunda-feira, 24 de maio de 2021
China restringe peregrinação a santuário mariano da padroeira do país
PEQUIM, 24 mai. 21 / 02:10 pm (ACI).- O governo chinês decretou que somente um grupo de fiéis locais poderá peregrinar ao Santuário de Nossa Senhora de Sheshan, localizado província de Shanghai, para celebrar a festa da padroeira da China neste 24 de maio. As autoridades de Pequim alegam a necessidade de contenção da pandemia de covid-19, mas um parque de diversão e um campo de golfe locais estão abertos para turistas de todo o país.
Segundo a agência Asia News do Pontifício Instituto para as missões no exterior (PIME), a Diocese de Xangai só tem permissão de organizar uma peregrinação da pequena igreja situada a meio da colina onde fica o santuário até a basílica no topo.
No dia 17 de maio, o jornal China Daily, o jornal oficial em inglês do governo comunista chinês, anunciou ofertas para passar o dia do Turismo, 19 de maio, no Sheshan National Tourist Resort.
No último domingo, 23, o papa Francisco convidou os fiéis reunidos na Praça de São Pedro a rezar pelos católicos na China, hoje, dia 24.
“Convido-vos a acompanhar com fervorosa oração os fiéis cristãos da China, nossos queridos irmãos e irmãs, que levo no profundo do meu coração. Que o Espírito Santo, protagonista da missão da Igreja no mundo, os guie e os ajude a ser portadores do alegre anúncio, testemunhas de bondade e de caridade, e construtores em sua pátria de justiça e de paz”, disse o papa.
Asia News denunciou que desde a instituição da jornada mundial de oração pelos fiéis na China, convocada pelo papa emérito Bento XVI em sua Carta aos Católicos da China em 2007, o governo tem dificultado as peregrinações a Sheshan no mês em que a Igreja chinesa celebra a sua padroeira.
“Em 2008, foram as Olimpíadas de Pequim que se aproximavam; em 2010, a Expo Xangai; e em 2011, tensões sobre ordenações ilegais. Em suma, as autoridades têm encontrado muitas razões, mas todas remetem a uma, nomeadamente o desejo de impedir uma demonstração de obediência dos fiéis ao Papa e uma demonstração de unidade com a Igreja chinesa”, disse a agência de notícias do PIME.
A história do Santuário
A devoção a Maria na China data do tempo da missão do padre jesuíta Matteo Ricci. Recebido pelo imperador em 22 de janeiro de 1601, Matteo Ricci trouxe 12 presentes, incluindo a cópia da imagem de Maria Salus Populi Romani, guardada em Santa Maria Maggiore na capela onde Santo Inácio de Loyola celebrou sua primeira missa.
Os jesuítas foram os promotores da devoção em Sheshan. Em 1863, eles adquiriram a colina do santuário e, em 1870, prometeram construir uma basílica se Nossa Senhora salvasse a diocese da destruição após uma revolta sangrenta.
Nossa Senhora ouviu a oração e, um ano depois, foi colocada a primeira pedra da primeira basílica dedicada à Virgem Maria no continente asiático. Em 1874, o beato Pio IX concedeu uma indulgência plenária aos peregrinos que visitassem o santuário e, em 1894, houve tantas peregrinações que se decidiu construir uma nova igreja.
Em 1924, o primeiro sínodo chinês, convocado em Xangai pelo então delegado apostólico Celso Costantini, estabeleceu que Nossa Senhora de Sheshan fosse proclamada "Rainha da China".
(acidigital)
O Terço de 24 de maio no martirizado Mianmar
A maratona de oração nos santuários pelo fim da pandemia chega a Nossa Senhora de Lourdes em Nyaunglebin, em Mianmar, com intenção especial por todos os que garantem os serviços essenciais. A proximidade do Papa com um país devastado pela guerra civil.
Jane Nogara - Vatican News
Trinta Santuários, representativos de todo o mundo, conduzem a recitação do Terço todos os dias durante o mês de maio em uma maratona de oração com o tema: "De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus", para invocar o fim da pandemia e a retomada das atividades sociais e de trabalho. Hoje dia 24 de maio, a oração do Terço será no Santuário de Nossa Senhora de Lourdes em Nyaunglebin, em Mianmar com intenção especial por todos os que garantem os serviços essenciais. A oração terá início às 13 horas, horário de Brasília, e pode ser acompanhada pelas redes sociais e no site do Vatican News.
Papa: uma Ave-Maria para Mianmar
O Santuário dedicado a Nossa Senhora de Lourdes em Nyaunglebin, em Mianmar, foi o último a ser incluído entre as igrejas participantes da maratona de oração promovida pelo Papa para invocar o fim da pandemia. O país asiático, como sabemos, é infelizmente cenário de uma guerra civil sangrenta, e o Rosário diário representa um ponto de união da pequena comunidade católica local. O Papa recordou isto durante o Regina Coeli no dia 2 de maio passado: "Há uma iniciativa que me é muito cara: a da Igreja birmanesa, que nos convida a rezar pela paz reservando uma Ave Maria do Rosário diário para Mianmar. Cada um de nós se volta para nossa Mãe quando estamos em necessidade ou dificuldade: este mês pedimos a nossa Mãe do Céu para falar ao coração de todos os responsáveis de Mianmar, para que eles encontrem a coragem de percorrer o caminho do encontro, da reconciliação e da paz".
Santuário
Inspirado na igreja francesa de mesmo nome, o santuário birmanês de Nossa Senhora de Lourdes está localizado em Nyaunglebin, a cerca de cem quilômetros de Yangon, a capital de Mianmar, ao longo da estrada principal para Mandalay, a segunda cidade do estado. É o destino de celebrações e peregrinações impressionantes. Especialmente em 11 de fevereiro, quando a Igreja celebra a Virgem de Lourdes, cuja devoção está ligada à presença dos padres missionários franceses que aqui chegaram em 1902, construindo uma missão que se tornou um ponto de referência para as aldeias que gravitam ao seu redor. Hoje existe também um centro nacional de peregrinação mariana.
(vaticannews)
A oração de Francisco pelos católicos chineses
O Papa Francisco convidou os fiéis de todo o mundo a se unirem em oração amanhã com os católicos chineses, que celebram no dia 24 de maio sua padroeira. “Que o Espírito Santo, protagonista da missão da Igreja no mundo, os guie e os ajude a ser portadores do alegre anúncio, testemunhas de bondade e de caridade, e construtores em sua pátria de justiça e de paz.”
Vatican News
Antes de se despedir dos fiéis na Praça São Pedro, ao final do Regina Coeli o Papa recordou que os católicos chineses celebram amanhã a sua padroeira, Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos.
A Virgem é venerada de modo especial no Santuário de Sheshan, em Shanghai, e é invocada assiduamente pelas famílias cristãs nas provações e esperanças da vida cotidiana.
“Quanto é bom e quanto é necessário que os membros de uma família e de uma comunidade cristã estejam sempre mais unidos no amor e na fé! Deste modo, os pais e os filhos, os avós e as crianças, os pastores e os fiéis podem seguir o exemplo dos primeiros discípulos que, na Solenidade de Pentecostes, eram unânimes na oração com Maria à espera do Espírito Santo.”
O Papa então convidou os presentes a acompanharem na oração os fiéis na China, “nossos caríssimos irmãos e irmãs que levo no profundo do meu coração”.
“Que o Espírito Santo, protagonista da missão da Igreja no mundo, os guie e os ajude a ser portadores do alegre anúncio, testemunhas de bondade e de caridade, e construtores em sua pátria de justiça e de paz.”
(vaticannews)
domingo, 23 de maio de 2021
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO (Texto)
SANTA MISSA NA SOLENIDADE DE PENTECOSTES
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica de São Pedro
Domingo, 23 de maio de 2021
________________________________________
«Virá o Paráclito, que Eu vos hei de enviar da parte do Pai» (cf. Jo 15, 26). Com estas palavras, Jesus promete aos discípulos o Espírito Santo, o dom supremo, o dom dos dons; e fala do Espírito, usando uma palavra particular, misteriosa: Paráclito. Debrucemo-nos hoje sobre esta palavra, que não é fácil de traduzir pois encerra vários significados. Substancialmente, Paráclito significa duas coisas: Consolador e Advogado.
1. O Paráclito é o Consolador. Todos nós, especialmente em momentos difíceis como este que estamos a atravessar devido à pandemia, procuramos consolações. Muitas vezes, porém, recorremos só a consolações terrenas, que depressa se extinguem, são consolações momentâneas. Hoje Jesus oferece-nos a consolação do Céu, o Espírito, o «Consolador perfeito» (Sequência). Qual é a diferença? As consolações do mundo são como os anestésicos: oferecem um alívio momentâneo, mas não curam o mal profundo que temos dentro. Insensibilizam, distraem, mas não curam pela raiz. Agem à superfície, ao nível dos sentidos, dificilmente ao nível do coração. Com efeito, só dá paz ao coração quem nos faz sentir amados tal como somos. E o Espírito Santo, o amor de Deus, faz isso: como Espírito que é, age no nosso espírito, desce ao mais íntimo de nós mesmos. visita «o íntimo do coração», pois é «das almas hóspede amável» (ibid.). É a ternura de Deus em pessoa, que não nos deixa sozinhos; e o facto de estar com quem vive sozinho, já é consolar.
Irmã, irmão, se sentes o negrume da solidão, se trazes dentro um peso que sufoca a esperança, se tens no coração uma ferida que queima, se não encontras a via de saída, abre-te ao Espírito. Como dizia São Boaventura, «onde houver maior tribulação, Ele leva maior consolação. Não faz como o mundo, que na prosperidade consola e adula, mas na adversidade troça e condena» (Sermão na Oitava da Ascensão). Assim faz o mundo, assim faz sobretudo o espírito maligno, o diabo: primeiro, lisonjeia-nos e faz-nos sentir invencíveis – as lisonjas do diabo, que fazem crescer a vaidade –, depois atira-nos ao chão e faz-nos sentir errados: joga connosco. Faz todo o possível por nos derrubar, enquanto o Espírito do Ressuscitado nos quer levantar. Olhemos os Apóstolos: estavam sozinhos naquela manhã, estavam sozinhos e perdidos, com as portas fechadas pelo medo; viviam no temor, tendo diante dos olhos todas as suas fragilidades e fracassos, os seus pecados: tinham renegado Jesus Cristo. Os anos transcorridos com Jesus não conseguiram mudá-los, continuavam a ser os mesmos. Depois, recebem o Espírito e tudo muda: os problemas e defeitos permanecem os mesmos, mas eles já não os temem porque não temem sequer quem pretende fazer-lhes mal. Sentem-se intimamente consolados, e querem fazer transbordar a consolação de Deus. Antes eram medrosos, agora só têm medo de não testemunhar o amor recebido. Jesus profetizara-o: o Espírito «dará testemunho a meu favor. E vós também haveis de dar testemunho» (Jo 15, 26-27).
Avancemos um passo. Também nós somos chamados a dar testemunho no Espírito Santo, a tornar-nos paráclitos, isto é consoladores. Sim, o Espírito pede-nos para darmos corpo à sua consolação. E como podemos fazê-lo? Não fazendo grandes discursos, mas aproximando-nos das pessoas; não com palavras empoladas, mas com a oração e a proximidade. Lembremo-nos de que a proximidade, a compaixão e a ternura são o estilo de Deus, sempre. O Paráclito diz à Igreja que hoje é o tempo da consolação. É o tempo do anúncio feliz do Evangelho, mais do que do combate ao paganismo. É o tempo para levar a alegria do Ressuscitado, não para nos lamentarmos do drama da secularização. É o tempo para derramar amor sobre o mundo, sem abraçar o mundanismo. É o tempo para testemunhar a misericórdia, mais do que para inculcar regras e normas. É o tempo do Paráclito! É o tempo da liberdade do coração, no Paráclito.
2. Depois, o Paráclito é o Advogado. No contexto histórico de Jesus, o advogado não exercia as suas funções como hoje: em vez de falar pelo acusado, costumava ficar junto dele sugerindo-lhe ao ouvido os argumentos para se defender. Assim faz o Paráclito, «o Espírito da verdade» (Jo 15, 26), que não nos substitui, mas defende-nos das falsidades do mal, inspirando-nos pensamentos e sentimentos. Fá-lo com delicadeza, sem nos forçar: propõe, não Se impõe. O espírito da falsidade, o maligno, faz o contrário: procura constranger-nos, quer fazer-nos acreditar que somos sempre obrigados a ceder às más sugestões e aos impulsos dos vícios. Esforcemo-nos então por acolher três sugestões típicas do Paráclito, do nosso Advogado. São três antídotos basilares contra três tentações atualmente muito difusas.
O primeiro conselho do Espírito Santo é: «Vive no presente»; no presente, não no passado nem no futuro. O Paráclito afirma o primado do hoje, contra a tentação de fazer-se paralisar pelas amarguras e nostalgias do passado, ou de focar-se nas incertezas do amanhã e deixar-se obcecar pelos temores do futuro. O Espírito lembra-nos a graça do presente. Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente!
Depois o Paráclito aconselha: «Procura o todo». O todo, não a parte. O Espírito não molda indivíduos fechados, mas funde-nos como Igreja na multiforme variedade dos carismas, numa unidade que nunca é uniformidade. O Paráclito afirma o primado do todo. É no todo, na comunidade que o Espírito gosta de agir e inovar. Olhemos para os Apóstolos. Eram muito diferentes entre eles: por exemplo, havia Mateus, um publicano que colaborara com os Romanos, e Simão, chamado o Zelote, que a eles se opunha. Tinham ideias políticas opostas, visões do mundo diferentes. Mas, quando recebem o Espírito, aprendem a dar o primado não aos seus pontos de vista humanos, mas ao todo de Deus. Hoje, se dermos ouvidos ao Espírito, deixaremos de nos focar em conservadores e progressistas, tradicionalistas e inovadores, de direita e de esquerda; se fossem estes os critérios, significava que na Igreja se esquecia o Espírito. O Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades. Faz-nos sentir parte do mesmo Corpo, irmãos e irmãs entre nós. Procuremos o todo! E o inimigo quer que a diversidade se transforme em oposição e por isso faz com que se torne ideologia. Devemos dizer «não» às ideologias, «sim» ao todo.
Por fim, o terceiro grande conselho: «Coloca Deus antes do teu eu». Está aqui o passo decisivo da vida espiritual, que não é uma coleção de méritos e obras nossas, mas humilde acolhimento de Deus. O Paráclito afirma o primado da graça. Só deixaremos espaço ao Senhor, se nos esvaziarmos de nós mesmos; só nos encontramos a nós mesmos, se nos entregamos a Ele; só como pobres em espírito é que nos tornamos ricos de Espírito Santo. Isto vale também para a Igreja. Com as nossas forças, não salvamos ninguém, nem sequer a nós mesmos. Se estiverem em primeiro lugar os nossos projetos, as nossas estruturas e os nossos planos de reforma, então decairemos no funcionalismo, no pragmatismo, no horizontalismo e não produziremos fruto. Os «ismos» são ideologias que dividem, que separam. A Igreja não é uma organização humana – é humana, mas não é apenas uma organização humana –, a Igreja é o templo do Espírito Santo. Jesus trouxe o fogo do Espírito à terra, e a Igreja reforma-se com a unção, a gratuidade da unção da graça, com a força da oração, com a alegria da missão, com a beleza desarmante da pobreza. Coloquemos Deus em primeiro lugar!
Espírito Santo, Espírito Paráclito, consolai os nossos corações. Fazei-nos missionários da vossa consolação, paráclitos de misericórdia para o mundo. Ó nosso Advogado, suave Sugeridor da alma, tornai-nos testemunhas do hoje de Deus, profetas de unidade para a Igreja e a humanidade, apóstolos apoiados na vossa graça, que tudo cria e tudo renova. Amen.
________________________________________
© Copyright - Libreria Editrice Vaticana
LOADING...
SOLENIDADE DE PENTECOSTES (Texto)
SOLENIDADE DE PENTECOSTES
PAPA FRANCESCO
REGINA CAELI
Praça de São Pedro,
domingo, 23 de maio de 2021
________________________________________
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O livro dos Atos dos Apóstolos (cf. 2,1-11) narra o que aconteceu em Jerusalém cinquenta dias depois da Páscoa de Jesus, os discípulos reunidos no Cenáculo e com eles a Virgem Maria. O Senhor ressuscitado disse-lhes que ficassem na cidade até que recebessem o dom do Espírito do alto. E isto se manifestou com um "rugido" que de repente veio do céu, como um "vento impetuoso" que encheu a casa onde estavam (cf. v. 2). É, portanto, uma experiência real, mas também simbólica. Uma coisa que aconteceu, mas também nos dá uma mensagem simbólica para a vida.
Essa experiência revela que o Espírito Santo é como um vento forte e livre, ou seja, nos traz força e nos traz liberdade: vento forte e livre. Não pode ser controlado, interrompido ou medido; nem prevê sua direção. Não se deixa enquadrar nas nossas necessidades humanas - procuramos sempre enquadrar as coisas - não se deixa enquadrar nos nossos padrões e nos nossos preconceitos. O Espírito procede de Deus Pai e de seu Filho Jesus Cristo e irrompe sobre a Igreja, irrompe sobre cada um de nós, dando vida à nossa mente e ao nosso coração. Como diz o Credo: “Ele é Senhor e dá vida”. Ele tem senhorio porque ele é Deus e dá vida.
No dia de Pentecostes, os discípulos de Jesus ainda estavam confusos e com medo. Eles ainda não tiveram coragem de sair. E também nós, às vezes, preferimos ficar dentro das paredes protetoras de nossos ambientes. Mas o Senhor sabe como nos alcançar e abrir as portas do nosso coração. Ele envia o Espírito Santo sobre nós que nos envolve e vence todas as nossas hesitações, derruba nossas defesas, desmonta nossas falsas certezas. O Espírito nos torna novas criaturas, como fez naquele dia com os Apóstolos: ele nos renova, novas criaturas.
Eles, depois de receberem o Espírito Santo, não eram mais os mesmos de antes - ele os mudou - mas eles saíram, saíram sem medo e começaram a pregar Jesus, a pregar que Jesus ressuscitou, que o Senhor está conosco, de forma que todos os entendessem em sua própria língua. Por ser universal, o Espírito não tira as diferenças culturais, as diferenças de pensamento, não, é para todos, mas cada um o entende na sua cultura, na sua língua. O Espírito muda o coração, amplia os olhos dos discípulos. Permite-lhes comunicar a todos as grandes obras de Deus, sem limites, ultrapassando os limites culturais e religiosos dentro dos quais pensavam e viviam. Os Apóstolos permitem-lhes chegar ao próximo, respeitando as suas possibilidades de escuta e compreensão, na cultura e na língua de cada um (vv. 5-11). Em outras palavras, o Espírito Santo coloca diferentes pessoas em comunicação, realizando a unidade e universalidade da Igreja.
E hoje essa verdade nos diz muito, essa realidade do Espírito Santo, onde na Igreja existem pequenos grupos que estão sempre buscando a divisão, para se separar dos outros. Este não é o Espírito de Deus, o Espírito de Deus é harmonia, é unidade, une diferenças. Um bom cardeal, que foi arcebispo de Gênova, costumava dizer que a Igreja é como um rio: o importante é ficar dentro; se você ficar um pouco daquele lado e um pouco daquele outro, não importa, o Espírito Santo cria a unidade. Ele usou a figura do rio. O importante é ficar na unidade do Espírito e não olhar para as coisinhas que você é um pouco deste lado e um pouco daquele lado, ore desta ou daquela forma ... Isso não é de Deus A Igreja é para todos, para todos, como o Espírito Santo mostrou no dia de Pentecostes.
Hoje pedimos à Virgem Maria, Mãe da Igreja, que interceda para que o Espírito Santo desça em abundância e encha o coração dos fiéis e acenda em todos o fogo do seu amor.
________________________________________
Depois da Regina Caeli
Queridos irmãos e irmãs!
Confio a situação da Colômbia, que continua preocupante, à oração de todos vós. Nesta solenidade de Pentecostes, rezo para que o querido povo colombiano saiba acolher os dons do Espírito Santo, para que, através de um diálogo sério, possam ser encontradas soluções justas para os numerosos problemas que padecem sobretudo os mais pobres, devido à pandemia. Peço a todos que evitem, por razões humanitárias, comportamentos prejudiciais à população no exercício do direito ao protesto pacífico.
Oramos também pelo povo da cidade de Goma, na República Democrática do Congo, que foi forçado a fugir devido à erupção do grande vulcão Nyiragongo.
Os fiéis católicos na China celebrarão amanhã a festa da Bem-Aventurada Virgem Maria, Auxiliadora dos Cristãos e padroeira celeste de seu grande país. A Mãe do Senhor e da Igreja é venerada com particular devoção no Santuário de Sheshan, em Xangai, e é invocada com assiduidade pelas famílias cristãs nas provações e esperanças da vida quotidiana. Como é bom e necessário que os membros de uma família e de uma comunidade cristã estejam cada vez mais unidos no amor e na fé! Deste modo, pais e filhos, avós e filhos, pastores e fiéis podem seguir o exemplo dos primeiros discípulos que, na solenidade de Pentecostes, foram unânimes na oração com Maria à espera do Espírito Santo. Portanto, eu os convido a acompanhar com fervorosa oração os fiéis cristãos na China, nossos queridos irmãos e irmãs, que mantenho no fundo do meu coração. O Espírito Santo, protagonista da missão da Igreja no mundo, os oriente e os ajude a serem portadores da boa nova, testemunhas do bem e da caridade e construtores da justiça e da paz na sua pátria.
E falando da festa de amanhã, Maria Auxiliadora, um pensamento aos Salesianos, que tanto trabalham, tanto na Igreja pelos mais distantes, pelos mais marginalizados, pelos jovens. O Senhor os abençoe e os leve adiante com tantas santas vocações!
O ano Laudato Si ' termina amanhã . Agradeço a todos aqueles que participaram de inúmeras iniciativas em todo o mundo. É um caminho que devemos seguir juntos, ouvindo o grito da Terra e dos pobres. Por isso, a "Plataforma Laudato si ' " começará de imediato , um percurso operacional de sete anos que guiará famílias, comunidades paroquiais e diocesanas, escolas e universidades, hospitais, empresas, grupos, movimentos, organizações, institutos religiosos a assumir um estilo de vida sustentável . E os melhores votos aos numerosos animadores que hoje recebem o mandato de difundir o Evangelho da Criação e de cuidar da nossa casa comum.
Saúdo cordialmente todos vós, vindos de Roma, da Itália e de outros países. Vejo Polônia, México, Chile, Panamá e muitos outros aqui ... Vejo bandeiras lá: Colômbia. Obrigado por estar presente! Em particular, saúdo os jovens do Movimento dos Focolares ... Estes Focolares são barulhentos! E os participantes da “Caminhada da amizade com as forças da ordem”.
Desejo a todos um feliz domingo. E, por favor, não se esqueça de orar por mim. Bom almoço e adeus. Muitas saudações para você!
________________________________________
© Copyright - Libreria Editrice Vaticana
sábado, 22 de maio de 2021
Papa recebe presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Na agenda do encontro com o Papa Francisco, foram debatidos temas de comum interesse para a Santa Sé e a Europa, como as consequências sociais da pandemia, as migrações e as mudanças climáticas, além da situação no Oriente Médio.
Vatican News
O Papa Francisco recebeu hoje em audiência, no Palazzo Apostólico Vaticano, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
No decorrer dos colóquios, segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, fez-se referência às boas relações bilaterais e às iniciativas em andamento para os 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a União Europeia.
Falou-se também sobre o desenvolvimento humano e social do continente, também na perspectiva da Conferência sobre o futuro da Europa. Ainda na agenda, temas de comum interesse, como as consequências sociais da pandemia, as migrações e as mudanças climáticas, além da situação no Oriente Médio.
Depois da audiência com o Pontífice, a Presidente da Comissão Europeia foi recebida pelo secretário de Estado, Card. Pietro Parolin, acompanhado de Dom Paul Richard Gallagher, secretário das Relações com os Estados.
(vaticannews)
Papa Francisco: onde há guerras, há derrota da política
O Pontífice celebrou a chegada de Scholas Occurrentes nos cinco continentes através de um encontro virtual que, da sede da fundação pontifícia em Roma, reuniu jovens de várias partes do mundo. Além de encorajá-los na caminhada, mais desafiadora na pós-pandemia, o Papa refletiu sobre o tema da política, novamente refletindo sobre os países que produzem, promovem e vendem armas. Além de quem as abençoa: “digo sinceramente, dói meu coração quando vejo sacerdotes abençoando as armas. Os instrumentos de morte não devem ser abençoados".
Andressa Collet - Vatican News
O Papa encontrou na tarde desta quinta-feira (20), na sede de Scholas Occurentes em Roma, jovens e colaboradores da fundação pontifícia que nasceu na Argentina, além daqueles que se conectaram ao vivo direto dos Estados Unidos, Espanha e Austrália, além de estudantes de outras partes do mundo. Foi quando Jacopo questionou Francisco em nome de um grupo de caráter internacional que se reuniu na pandemia para aprofundar o tema da política: "como os jovens podem mudar a política para tornar realidade o sonho da 'Fratelli tutti'?". E o Papa foi tão claro quanto a pergunta do rapaz, afirmando que a política é a maior forma de caridade e acrescentou:
“O teste de política é a guerra, o teste de honra de uma nação para mim é: você produz armas? Você promove guerras? Você faz a sua riqueza porque vende armas para que outros se matem? E ali saberemos se uma nação é moralmente sadia.”
Francisco acrescentou: “quando me falam sobre o estado da política no mundo, eu digo: vejam onde há guerras, ali há a derrota da política". O Papa também comentou que, inclusive pra ele, e “digo sinceramente, dói meu coração quando vejo sacerdotes abençoando as armas. Os instrumentos de morte não devem ser abençoados".
Além da transmissão de vídeos com atividades da rede global registados nos 5 continentes, o Pontífice inaugurou virtualmente uma nova sede de Scholas na Austrália e ouviu depoimentos emocionados de jovens. Todos que se envolveram com o encontro virtual direto do Palácio São Calisto, no bairro Trastevere, em Roma, também participaram de um ato simbólico, cavando um buraco em vasos de terra como sinal de renascimento, de reinício e também de "risco". Porque, como afirmou o Papa Francisco antes de dar a bênção final, até mesmo arriscar é importante: "Scholas não pode ser compreendida sem esta atitude de risco".
A Scholas Occurrentes é uma fundação pontifícia que teve origem na cidade de Buenos Aires em 2001, quando Jorge Mario Bergoglio era arcebispo da capital da Argentina, integrando estudantes de escolas públicas e privadas, de todas as religiões, para educar os jovens no compromisso pelo bem comum. A organização internacional promove a cultura da paz e do encontro e atualmente está presente em 190 países.
(vaticannews)
Hoje é celebrada Santa Rita de Cássia, padroeira das causas impossíveis
REDAÇÃO CENTRAL, 22 mai. 21 / 05:00 am (ACI).- Santa Rita de Cássia não teve uma vida fácil. Foi uma filha obediente e esposa fiel, mas maltratada por seu marido. Ficou viúva e viu seus filhos morrer. Entretanto, seu amor por Jesus Cristo a levou a ser a santa do impossível e padroeira dos necessitados por milagres que Deus realizou durante sua vida e depois de sua morte. Sua festa é celebrada neste dia 22 de maio.
Ela nasceu em 1381, na Itália, em um momento de conquista, rebeliões e corrupção. Como seus pais, era analfabeta, mas Deus lhe concedeu a graça de ler. Queria ser religiosa, mas seus pais escolheram um esposo e ela aceitou de forma obediente.
Seu marido tinha maus hábitos, bebia muito, era mulherengo e a maltratava. Mas, Santa Rita se manteve fiel na oração. Tiveram filhos gêmeos que possuíam o mesmo temperamento do pai. Após 20 anos de casamento, o marido se converteu, Rita o perdoou e, juntos, aproximaram-se ainda mais da vida de fé. Um dia, ele não voltou para casa e foi encontrado assassinado.
Os filhos juraram vingar a morte de seu pai e a dor de Santa Rita aumentou ainda mais. Nem suas súplicas os fizeram desistir. A mãe aflita rogou ao Senhor para salvar seus filhos e tirar suas vidas antes que eles mesmos se condenassem com um pecado mortal. Assim, ambos sofreram de uma terrível doença e antes de morrer perdoaram os assassinos.
Mais tarde, Santa Rita quis ingressar na congregação das Irmãs Agostinianas, mas não foi fácil, porque tinha sido casada e por causa da morte sombria de seu marido. Ela se colocou em oração e certa noite ouviu que a chamavam três vezes pelo nome. Ele abriu a porta e encontrou Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista, de quem era muito devota.
Eles pediram que ela os seguisse e, depois de percorrer as ruas, sentiu que a elevavam no ar e a empurravam suavemente para Cássia até se encontrar em cima do Mosteiro de Santa Maria Madalena. Ali, entrou em êxtase e quando voltou a si estava dentro do Mosteiro e as religiosas agostinianas não puderam negar mais o seu ingresso na comunidade.
Fez sua profissão religiosa no mesmo ano (1417) e foi colocada à prova com duras provações por parte de suas superioras. Santa Rita recebeu os estigmas e as marcas da coroa de espinhos na cabeça. Ao contrário de outros santos com este dom, as chagas dela exalavam um odor ruim e teve que viver isolada por muitos anos.
Depois de uma doença grave e dolorosa, partiu para a Casa do Pai em 1457. A ferida de espinho em sua testa desapareceu e no lugar ficou um ponto vermelho como um rubi, que tinha deliciosa fragrância. Seu corpo permanece incorrupto.
(acidigital)
sexta-feira, 21 de maio de 2021
5 coisas que todo católico deve saber sobre o Espírito Santo
REDAÇÃO CENTRAL, 20 mai. 21 / 07:00 am (ACI).- No próximo domingo será celebrado Pentecostes, dia em que os cristãos recordam quando Jesus, depois de sua Ascensão ao céu, enviou o Espírito Santo aos seus discípulos. Posteriormente, os apóstolos saíram às ruas de Jerusalém e começaram a pregar o Evangelho e “os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos”.
A seguir, são apresentados alguns pontos para entender quem é o Espírito Santo.
1. O Espírito Santo é uma pessoa
O Espírito Santo não é uma “coisa” ou um “que”, o Espírito Santo é um “Ele” e um “quem”. Ele é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Embora possa parecer mais misterioso que o Pai e o Filho, é tão pessoa quanto eles.
2. É completamente Deus
Que o Espírito Santo seja “terceira pessoa da Trindade” não significa que seja inferior ao Pai ou ao Filho. As três pessoas, incluindo o Espírito Santo, são totalmente Deus e “há uma mesma divindade, igual em glória e coeterna majestade”, como diz o Credo de Atanásio.
3. Sempre existiu, inclusive nos tempos do Antigo Testamento
Embora tenhamos aprendido a maioria das coisas sobre Deus-Espírito Santo (assim como sobre Deus-Filho) no Novo Testamento, Este sempre existiu. Deus existe eternamente em três pessoas. Assim, quando ler acerca de Deus no Antigo Testamento, recorde que se trata das três pessoas da Trindade, entre eles o Espírito Santo.
4. No Batismo e na Crisma se recebe o Espírito Santo
O Espírito Santo pode estar ativo no mundo de formas misteriosas e que nem sempre se compreende. Entretanto, uma pessoa recebe o Espírito Santo de uma maneira especial pela primeira vez no Batismo (At 2,38) e, depois, é fortalecido com seus dons na Crisma.
5. Os cristãos são templos do Espírito Santo
Os cristãos têm o Espírito Santo, que habita neles de uma maneira especial e, portanto, existem graves consequências morais como explica São Paulo:
“Fuja da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo”.
(acidigital)
Papa: superar a crise promovendo a "cultura do cuidado" é uma questão de justiça
Os efeitos da crise provocada pela pandemia guiaram o discurso do Papa Francisco a um grupo de embaixadores que iniciam seu trabalho diplomático junto à Santa Sé. "Estes problemas não são só políticos ou económicos”, afirmou Francisco, mas são questões de justiça.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência os novos embaixadores de Singapura, Zimbábue, Bangladesh, Argélia, Sri Lanka, Barbados, Suécia, Finlândia e Nepal para a apresentações de suas credenciais.
A um grupo tão heterogêneo de países, o Pontífice dedicou seu discurso aos efeitos da crise social e econômica em decorrência do coronavírus.
“A pandemia nos tornou mais conscientes da nossa interdependência enquanto membros da única família humana, como também da necessidade de estar atentos aos pobres e aos indefesos que existem entre nós.”
Para Francisco, a crise deve ser enfrentada com passos concretos e corajosos que levem a desenvolver uma «cultura do cuidado» global. Isso significa criar novas relações e estruturas de cooperação a serviço da solidariedade.
Dívidas econômica e ecológica
Do mesmo modo que a pandemia nos conscientizou da nossa interdependência, evidenciou a dificuldade – senão a incapacidade – de buscar soluções comuns aos problemas do mundo, como a migração, as mudanças climáticas e as crises humanitárias que provocam.
“Penso na dívida econômica que pesa sobre muitos países que lutam para sobreviver e à ‘dívida ecológica’ que devemos à própria natureza”, disse o Papa, citando ainda os povos e os países atingidos pela degradação ambiental causada pelo homem e pela perda biodiversidade.
“Estes problemas não são só políticos ou económicos”, afirmou Francisco, mas são questões de justiça. Trata-se, sobretudo, de um dever moral intergeracional que diz respeito ao mundo que deixaremos a nossos filhos.
Eis então que entra em campo a importância da diplomacia, e o Papa reiterou os esforços feitos pela Santa Sé a serviço do bem comum, renovando seu apelo, de modo especial, em prol da paz na Terra Santa.
“Senhores embaixadores, ao oferecer-lhes estas reflexões, formulo os meus melhores votos para a responsabilidade que agora assumem e lhes garanto a colaboração e a ajuda dos Departamentos da Santa Sé para a realização deste dever”, concluiu o Papa, concedendo sua bênção a todos os países representados.
(vaticannews)