sábado, 26 de fevereiro de 2022

Kiev à beira da capitulação. O mundo sai às ruas pela Ucrânia ferida

 


Terceiro dia da invasão russa da Ucrânia, com combates que duram horas na capital Kiev, inclusive na área dos edifícios do governo. O presidente Zelensky rejeitou a proposta de evacuação dos EUA e está liderando a resistência. Enquanto isso, manifestações e vigílias de oração ao redor do mundo estão expressando apoio à população civil.

Alessandro Di Bussolo e Giancarlo La Vella – Vatican News

Pelo menos 50 explosões foram ouvidas em Kiev durante a noite, com os russos supostamente assumindo o controle da central hidrelétrica. Os líderes militares ucranianos negam isto e anunciam que repeliram um ataque inicial. A 101ª brigada, comunicam fontes do exército, "destruiu uma coluna russa perto da estação de Beresteiska", mas agora se registram combates nas ruas. As autoridades estão exortando os residentes a procurarem abrigo nos refúgios, mas falta pão e medicamentos, enquanto o presidente ucraniano, Volodomyr Zelenski, disse aos líderes europeus, que junto com os EUA congelaram os bens do presidente russo, Vladimir Putin, e seus colaboradores: "talvez esta seja a última vez que vocês me verão vivo". Em seguida, denunciou os ataques da artilharia russa aos jardins de infância e abrigos civis e pediu aos cidadãos que não depusessem suas armas.


O assédio de Kiev

A capital, por sua vez, estaria completamente cercada pelo exército russo, com o chefe do Kremlin pedindo aos militares ucranianos que tomem o poder, derrubem o governo e negociem com ele. O Ministério da Defesa de Moscou informa que o exército russo conquistou a cidade de Melitopol, no sul da Ucrânia, perto da Crimeia, e destruiu "821 alvos militares" na Ucrânia. A OTAN está fortalecendo suas posições militares nos Estados membros vizinhos, e o presidente dos EUA, Biden, alocou US$ 350 milhões em ajudas militares para Kiev, mas confirma que não enviará tropas para o território ucraniano.


Oração do mundo inteiro pela Ucrânia

Muitos países estão expressando sua solidariedade para com a Ucrânia e seu povo através de manifestações contra a guerra e vigílias de oração. Contra a intervenção de Moscou, as pessoas também estão saindo às ruas na Rússia. Uma grande parte do mundo está mostrando solidariedade para com a Ucrânia, que está prestes a capitular diante do avanço russo, uma carícia de longe, mas que alivia a dor e incute tanta coragem e esperança em homens, mulheres e crianças, os primeiros obrigados a pegar em armas, os segundos vivendo na dúvida dramática de deixar o país ou ficar e compartilhar a dor de um conflito absurdo. Na Itália, Espanha, Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Jordânia e muitos outros países, as pessoas estão gritando "não à guerra", "Ucrânia livre" e rezando.


Russos e ucranianos, dois povos amigos

Também na Rússia, os protestos contra as operações militares de Moscou continuam como também as prisões por parte de policiais: centenas de pacifistas foram presos. A União Europeia aplaude estas iniciativas, que mostram – afirmou-se - a verdadeira face da Rússia e que vão de mãos dadas com o projeto de resolução desta sexta-feira na ONU para pôr fim ao conflito, bloqueado pelo veto de Moscou, mas apoiado por um número sem precedentes de Estados membros da ONU. A China se absteve sobre a moção que condenava a invasão. O Ministro das Relações Exteriores de Pequim confirmou ao Alto Representante Europeu, Joseph Borrell, que "o respeito e a preservação da soberania e da integridade territorial também se aplicam à Ucrânia", mesmo que as legítimas exigências de segurança da Rússia sejam compreendidas. "O mundo está conosco", comentou no Twitter o presidente Zelensky, da Ucrânia.

(vaticannews)

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