segunda-feira, 17 de julho de 2023

Papa pede aos pais que semeiem a fé nos filhos e não cedam à "moda e aos celulares"

 


Almudena Martínez-Bordiú


Vaticano, 16 Jul. 23 / 11:56 am (ACI).- No Ângelus de hoje (16), o papa Francisco refletiu sobre a parábola do semeador e incentivou a não ceder às “modas” do mundo e a continuar semeando o bem e a fé em seus filhos.

Da janela do Palácio Apostólico do Vaticano, o papa disse que “se a Palavra é a semente, nós somos o terreno: podemos recebê-la ou não. Mas Jesus, o ‘bom semeador’, não se cansa de semeá-la com generosidade”.

“Ele conhece o nosso terreno, sabe que as pedras da nossa inconstância e os espinhos dos nossos vícios podem sufocar a Palavra, mas sempre espera que possamos dar frutos abundantes”.

Francisco destacou que também os fiéis são chamados a “semear sem se cansar” e deu três exemplos disso, dirigindo-se aos pais, aos jovens e aos “semeadores” do Evangelho, como sacerdotes e religiosos.

Em primeiro lugar, disse que os pais "semeiam o bem e a fé nos filhos, e são chamados a fazer isso sem desanimar se, às vezes, eles parecem não entender ou apreciar seus ensinamentos, ou se a mentalidade do mundo ‘rema contra eles’".

“A boa semente permanece, isso é o que importa, e ela criará raízes no devido tempo. Mas se, cedendo à desconfiança, eles desistirem de semear e deixarem seus filhos à mercê das modas e do celular, sem dedicar tempo a eles, sem educá-los, então o terreno fértil se encherá de ervas daninhas. Não se canse de semear em seus filhos”, pediu o papa.

Em seguida, dirigiu-se aos jovens e disse que eles “podem semear o Evangelho nos sulcos da cotidianidade”, como na oração, “uma pequena semente que não se vê, mas com a qual se confia tudo o que se vive a Jesus, e assim Ele pode fazê-la amadurecer”.

“Também penso no tempo para dedicar aos outros, aos mais necessitados: pode parecer perdido, ao invés, é um tempo sagrado, enquanto as aparentes satisfações do consumismo e do hedonismo deixam de mãos vazias”.

Disse ainda que o estudo, “que é cansativo e não satisfaz imediatamente, como a semeadura, mas é essencial para construir um futuro melhor para todos”.

Por fim, falou dos "semeadores do Evangelho", que são os sacerdotes, religiosos e leigos envolvidos no anúncio, "que vivem e pregam a Palavra de Deus, muitas vezes sem sucesso imediato".

“Nunca nos esqueçamos, quando proclamamos a Palavra, que mesmo onde nada parece estar acontecendo, na realidade o Espírito Santo está trabalhando e o reino de Deus já está crescendo, por meio e além de nossos esforços”.

Incentivou este grupo a seguir “avante com alegria” e convidou a recordar as “pessoas que plantaram a semente da Palavra de Deus em nossa vida: ela pode ter brotado anos depois de termos encontrado seus exemplos, mas isso aconteceu graças a elas”.

 “Diante de tudo isso, perguntemo-nos: Eu semeio o bem? Preocupo-me apenas em colher para mim mesmo ou também semeio para os outros? Lanço algumas sementes do Evangelho em minha vida cotidiana: estudo, trabalho, tempo livre? Fico desanimado ou, como Jesus, continuo a semear, mesmo que não veja resultados imediatos?”, perguntou o papa.

Por fim, pediu que “Maria, que hoje veneramos como Nossa Senhora do Carmo, nos ajude a ser generosos e alegres semeadores da Boa Nova”.


(acidigital)

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