Por Redação central
A Igreja Católica celebra hoje, 1º de dezembro, são Carlos de Foucauld (1858-1916), um eremita e místico francês canonizado em 15 de maio de 2022 pelo papa Francisco.
Foucauld inspirou muitos movimentos e correntes espirituais contemporâneas graças ao seu exemplo de perseverança na busca espiritual e a seu testemunho do que é viver desapegado das seguranças que o mundo de hoje oferece.
Um místico dos tempos modernos
Mas acima de tudo, Foucauld buscou seguir os passos de Cristo. Fê-lo precisamente num momento da história em que a sociedade começava a ser construída não só sem Deus, mas também contra Deus.
Nascido na nobreza francesa, tornou-se militar e aventureiro. Ao encontrar-se com Deus, abandonou tudo para viver para Ele. Assim, Carlos de Foucauld tornou-se um místico nos tempos modernos.
“A fé é incompatível com o orgulho, com a vanglória, com o desejo da estima dos homens. Para crer é preciso humilhar-se”, escreveu o santo.
Dono de um coração insatisfeito
Carlos de Foucauld nasceu em Estrasburgo, França, em 1858, em uma família aristocrática. O santo ficou órfão aos seis anos de idade. Sua mãe morreu em trabalho de parto e seu pai morreu de tuberculose logo depois. Junto com sua irmã, De foucauld foi deixado aos cuidados de um de seus avós.
Depois de estudar nos colégios jesuítas em Nancy, primeiro, e depois em Paris, De Foucauld entrou no serviço militar em 1876, mas foi dispensado por má conduta alguns anos depois, enquanto estava na Argélia, então colônia francesa na África. Ele voltou ao exército por causa de uma revolta no país africano. Finda a revolta, De Foucauld deixou definitivamente ao exército.
Em 1882 fez uma expedição ao Marrocos. Tendo se tornado um explorador, estudou árabe e hebraico.
Durante a sua viagem, fez-se passar por judeu, mais aceitos pelos muçulmanos marroquinos do que os cristãos. O ex-militar percorreu lugares inóspitos na Argélia e na Tunísia, e descreveu culturas e costumes. De Foucauld foi premiado com a medalha de ouro da Sociedade Geográfica Francesa.
Uma longa viagem interior
Em 1886, Foucauld teve uma profunda experiência de conversão. Tudo começou quando ele percebeu a entrega e o fervor com que os muçulmanos viviam sua fé. Seus olhos se abriram em terras que não eram as suas, mas onde, assim como em sua pátria, havia um Deus a ser venerado. Para Carlos, a religião sempre esteve à margem, longe de seus interesses. A própria ideia de um Deus criador sempre lhe pareceu repulsiva.
Com a ajuda de um sacerdote, o padre Huvelin, Carlos começou a descobrir a verdadeira essência do cristianismo e a perceber que faltava em sua vida o que ele mais desejava. Abrindo o coração ao Senhor, fez uma sincera confissão de vida ao sacerdote.
Depois de fazer uma peregrinação à Terra Santa com a intenção de percorrer os caminhos que Jesus percorreu, Foucauld ingressou no mosteiro de Notre Dames-des-Neiges para ser monge trapista; lá ele adotou o nome de Marie-Alberic. Depois, foi enviado para o mosteiro de Akbes na Síria e depois se estabeleceu em Roma, onde começou a estudar.
Depois, ele decidiu deixar os trapistas e voltar ao norte da África. O objetivo do homem do mundo premiado e invejado era viver oculto, como ocuto viveu Jesus entre a infância, narrada nos Evangelhos de Mateus e Luccas, e a vida pública.
Deiciu, então, voltar para o norte da Árica.
Voltou como peregrino à Terra Santa, onde permaneceu alguns anos, e depois voltou para a França. Depois de retomar os estudos de teologia, foi ordenado sacerdote em 1901.
Espiritualidade do deserto
Já como padre, Carlos de Foucauld foi morar perto do Marrocos.
De Foucaud foi missionário para os tuaregues, povo que habita o deserto do Saara. Ele escreveu vários livros sobre esse povo e traduziu os Evangelhos para o idioma deles. Ele também escreveu o primeiro dicionário tuaregue-francês. O bom Carlos se estabeleceu no coração do deserto do Saara, em Tamanrasset (Hoggar, Argélia), abraçando o estilo de vida eremita e o misticismo.
Em 1909 fundou a União dos Irmãos e Irmãs do Sagrado Coração, tendo como principal objetivo a evangelização das colônias francesas na África. No entanto, ninguém perseverou no projeto e ele ficou praticamente sozinho. Assim, os berberes, etnia do norte da África, se tornaram sua nova família, em seu novo mundo. Muitos deles reconheceram em Carlos um verdadeiro amigo.
“Despojado de tudo”
Em 1º de dezembro de 1916, são Carlos de Foucauld foi assassinado na porta da ermida onde vivia e rezava.
(acidigital)
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