Origem
Nascida em 20 de outubro de
1953, no povoado Sítio da Areia, no Rio Grande do Norte, no município de
Açu. Lindalva foi a sexta filha de uma família formada por 14 irmãos e,
ainda jovem, recebeu dos pais os ensinamentos da doutrina e da fé
cristã. Com o pai, João Justo da Fé, Lindalva estudava as Sagradas
Escrituras e participava da Santa Missa. Com a mãe, Maria Lúcia da Fé,
aprendeu a cuidar de crianças, ajudar os pobres e realizar as tarefas da
casa, sem deixar de lado os estudos. Lindalva foi batizada em 7 de
janeiro de 1954 e recebeu a Primeira Eucaristia aos 12 anos.
Juventude
Ao finalizar o Ensino
Fundamental, Lindalva trabalhou como babá e, em 1971, mudou-se para
Natal, no Rio Grande do Norte, para morar com a família de um de seus
irmãos. Na adolescência, Lindalva participava de atividades na Igreja,
mas ainda não havia decidido pela Vida Religiosa, que foi despertada
quando ela ainda morava em Natal, por meio do convite de uma amiga
chamada Conceição. “A primeira apresentação dela às Filhas da Caridade
aconteceu em um domingo pela manhã, quando ela foi apresentada à Irmã
Djanira. Ela passou a ficar muito entusiasmada em participar dos
encontros, passava lá em casa e íamos juntas para a Missa, depois, íamos
visitar o abrigo Jovino Barreto”, disse sua amiga.
Vida religiosa
Irmã Lindalva foi admitida à
Congregação no dia 16 de julho de 1989, em uma Missa celebrada por Dom
Hélder Câmara. Um mês depois, ela escreveu uma carta para a amiga
Conceição com as seguintes palavras: “Eu estou muito feliz, é como se eu
tivesse sempre morado aqui; O meu destino está nas mãos de Deus, mas
desejo de todo coração servir sempre com humildade, no amor de Cristo”.
Após concluir a segunda etapa do postulado, ingressou no noviciado. A
conclusão do Noviciado foi em 26 de janeiro de 1991.
Beata Lindalva Justo de Oliveira e o Movimento Voluntárias da Caridade
Missão
Como de costume, ao término deste período, as Irmãs são enviadas para
missão: Irmã Lindalva foi enviada para o abrigo Dom Pedro II, em
Salvador, na Bahia, onde assumiu o ofício de coordenadora do pavilhão de
idosos. No Dom Pedro II, a Irmã cuidava dos idosos com muito amor,
dedicação e alegria, sempre cantando e rezando o Terço com eles. Suas
ações de caridade não se restringiam apenas ao abrigo, ela também
participou do Movimento Voluntárias da Caridade, do núcleo da Paróquia
Nossa Senhora da Boa Viagem, onde visitava idosos e doentes nas
periferias.
Uma resposta ao assédio
Em janeiro de 1993, Augusto da
Silva Peixoto começou a receber ajuda alimentícia onde a irmã trabalhava
e logo apaixonou-se. Ela sempre deixou claro que não poderia
corresponder aos sentimentos dele. Mesmo assim, os assédios
prosseguiram. “Prefiro que meu sangue se derrame, do que ir embora”,
respondeu Irmã Lindalva, quando lhe perguntaram por que não deixava o
abrigo. A Irmã procurou a diretora do setor social e pediu que chamasse
atenção do homem, mas, sem contar sobre suas indiretas indecentes,
apenas sobre seus comportamentos inadequados em relação às regras do
abrigo, acreditando que isso seria suficiente para fazê-lo parar. Mas,
ao contrário do que era esperado, só fez aumentar o ressentimento dele,
por não ser correspondido.
Martírio
O martírio aconteceu no dia 9 de
abril de 1993. Era Sexta-feira Santa, e a Irmã havia participado da
Via-Sacra, que teve início às 4h30. Em seguida, voltou ao abrigo para
servir café aos idosos. Quando estava atrás do balcão onde ficavam os
alimentos, foi surpreendida com um toque nas costas. Ao virar, recebeu
uma facada mortal na clavícula esquerda. Mesmo caída, continuou tendo o
seu corpo perfurado por Augusto. Foram 44 perfurações. O assassino
permaneceu no local esperando que a polícia chegasse e, em depoimento,
declarou que havia cometido o crime porque a Irmã Lindalva nunca cedeu
aos seus desejos.
Processo de Beatificação e Devoção
Beatificação
No dia 2 de dezembro de 2007, a
Irmã Lindalva foi beatificada em cerimônia presidida pelo então
Arcebispo de Salvador, Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo — atualmente
Arcebispo Emérito —, no estádio do Barradão. Mais de 25 mil fiéis
participaram deste importante momento, além dos irmãos e da mãe da
bem-aventurada, na época com 85 anos de vida. Por conta do martírio, não
foi necessária a comprovação dos três milagres para que se tornasse
beata, por isso, o processo foi considerado um dos mais rápidos da
história. Mas, para a canonização, é necessária a comprovação de um
milagre que tenha acontecido após a beatificação. No caso da beata
Lindalva, já existe um episódio sendo analisado pelo Vaticano. O dia da
Beata Lindalva é comemorado em 7 de janeiro, data em que foi batizada.
Oração para a canonização
“Pai Santo, o vosso amor seduziu
o coração de Irmã Lindalva que se deixou guiar pelo dever de cuidar do
seu pai e, em seguida, pela obediência da fé, escolher a Vida
Consagrada. No Carisma Vicentino, dedicação plena aos mais abandonados,
sua vida ganhou, também na Sexta-feira Santa, a coroa do martírio. Seu
hábito azul de Filha da Caridade, tingido de Sangue, tornou-se Linda
Alva no Sangue do Cordeiro. Concedei-nos, vos pedimos, a graça de sua
beatificação afim de que ela, na Igreja, inspire a oferta de muitos e
seja a testemunha perene da límpida aurora da Páscoa de Jesus, o Filho
Amado, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.”
Minha oração
“À nossa Beata, pedimos o
dom da castidade e da retidão de coração. Fazei com que amemos a Deus
mais que tudo nessa vida e sejamos capazes de entregar toda nossa vida a
Ele, por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
Beata Lindalva Justo de Oliveira, rogai por nós!
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