12 de out de 2024 às 00:15
A Igreja recorda hoje, (12) o beato Carlo Acutis, que morreu em 2006, aos 15 anos, de leucemia. Durante a doença, ofereceu seu sofrimento pelo Senhor, pelo papa e pela Igreja. Costumava dizer a Eucaristia era a sua autoestrada para o céu e é chamado “ciberapóstolo da Eucaristia”.
“A sua vida é um modelo particularmente para os jovens, a não encontrar gratificação somente nos sucessos efêmeros, mas nos valores perenes que Jesus sugere no Evangelho, ou seja, colocar Deus em primeiro lugar nas grandes e pequenas circunstâncias da vida, e para servir aos irmãos, especialmente os considerados últimos”, disse o cardeal Agostino Vallini, na homilia pela beatificação de Carlo Acutis, em 10 de outubro de 2020, em Assis (Itália).
Estas palavras, pronunciadas pelo cardeal Vallini, sintetizam algo essencial na vida cristã e que Carlo soube viver muito bem: o centro da nossa vida deve ser Deus. Quando fazemos de Cristo "a pedra angular", a santidade se torna possível.
Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991 em Londres (Inglaterra), onde trabalhavam seus pais, Andrea Acutis e Antonia Salzano, ambos italianos. Meses depois de seu nascimento, seus pais decidiram retornar à Itália e se estabelecer com ele em Milão.
Desde muito jovem, Carlo demonstrou um carinho especial por Deus e uma sensibilidade singular para conhecer a fé, apesar de seus pais não serem particularmente devotos naquela época. Esse amor pelo Senhor não parava de crescer e se fortalecia na adolescência, quando Carlo foi diagnosticado com leucemia. Naquele momento, longe de se desesperar, Carlo expressou sua vontade de oferecer seus sofrimentos “pelo Senhor, pelo Papa e pela Igreja”. Esse desejo, que revelou profunda maturidade espiritual em seus curtos 15 anos, era a expressão de um coração que desde a mais tenra infância foi tomando a forma do coração de Cristo.
São abundantes os testemunhos da alegria de Carlo, da sua força, da sua preocupação pelo bem dos que o rodeavam, da sua sensibilidade e empatia com os colegas – especialmente se fossem maltratados – ou com os pobres, a quem atendeu várias vezes, sozinho ou com seus amigos. Muitos ficavam impressionados com a naturalidade com que Cario abordava qualquer pessoa que estivesse sofrendo; ele queria se assegurar sempre de que Deus estivesse em suas vidas e os aliviasse material e espiritualmente.
Carlo foi chamado de "ciberapóstolo da Eucaristia", "apóstolo dos millennials" e, recentemente, "apóstolo da Internet", e há razões para isso. Carlo foi um promotor dos milagres eucarísticos no ciberespaço. Criou um site com essa finalidade, onde escreveu coisas belas como estas: “quanto mais frequente for a nossa recepção da Eucaristia, mais seremos como Jesus. E nesta terra poderemos experimentar o Céu”. Sem dúvida, palavras que revelam a sã compreensão que tinha das novas tecnologias e sua utilidade na evangelização. Diz-se também que gostava de videogames e que tinha até um PlayStation 2, que por sua própria decisão usava somente aos domingos durante uma hora.
Todo santo é filho de seu tempo, mas, ao mesmo tempo, é alguém que questiona as condições de seu tempo. O que pode ser dito sobre Carlo Acutis só pode ser entendido desta forma. Viveu como um menino comum do final do século XX – passeava, brincava, estudava, ajudava em casa, divertia-se com os amigos e a família – mas se focou no eterno, n melhor parte, sem se deixar levar pela corrente. Teve contato frequente com a Eucaristia – na oração diante do Santíssimo Sacramento e na comunhão frequente – e uma bela relação com a Virgem Maria. Carlo ia à missa várias vezes por semana e gostava de rezar o terço todos os dias. Era um jovem forjado na oração que não se perdia no “turbilhão” do mundo de hoje. Repetia constantemente: "A Eucaristia é minha autoestrada para o céu”.
Carlo morreu em 12 de outubro de 2006, dia de Nossa Senhora Aparecida. Foi sepultado em Assis, a seu pedido, pelo grande amor que nutria por são Francisco. Sua causa de beatificação foi aberta em 2013. Foi declarado venerável em 2018 e beatificado em 10 de outubro de 2020.
O milagre que tornou possível a beatificação de Carlo aconteceu no Brasil. Graças à sua intercessão, o menino Matheus foi curado de uma malformação congênita conhecida como pâncreas anular. Esta condição impede a correta ingestão e digestão dos alimentos, atrapalha a nutrição e impede o crescimento de uma pessoa, causando também graves desconfortos.
A mãe de Matheus ouviu falar de Carlo Acutis por meio de um padre amigo e se dedicou a pedir a intercessão de Carlo pela cura de seu filho. O milagre aconteceu depois que Matheus venerou uma das relíquias do beato que chegou ao Brasil em 2013.
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