terça-feira, 2 de novembro de 2010

Hoje a Igreja celebra : Comemoração dos Fiéis Defuntos



Evangelho segundo S. Mateus 11,25-30


Naquela ocasião, Jesus tomou a palavra e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»
«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»


Comentário ao Evangelho do dia

feito por Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja - Confissões, I, 1-5 (a partir da trad. cf breviário)


«Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos,

que Eu hei-de aliviar-vos»


«O Senhor é grande e digno de todo o louvor» (Sl 144, 3). «Grande e poderoso é o nosso Deus; a Sua sabedoria não tem limites» (Sl 146, 5), e no entanto o homem, uma pequena parcela da criação, quer louvar-Vos, esse homem que carrega a própria mortalidade, que arrasta consigo o testemunho do seu pecado e que reconhece que «Deus Se opõe aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes» (Tg 4, 6). No entanto, parcela que é da Vossa criação, quer louvar-Vos. Vós o levais a procurar alegria no elogio que Vos faz, porque nos criastes para Vós, e o nosso coração vive sem repouso enquanto não repousar em Vós [...].

«Louvarão o Senhor, os que O procuram» (Sl 21,27). Os que O procuram encontrá-l'O-ão, e os que O encontram, louvá-l'O-ão. Que eu Vos procure então, Senhor, invocando-Vos, e que eu Vos invoque, crendo em Vós! Porque nos fostes revelado pela pregação. Senhor, invoca-Vos essa fé que me destes, a fé que me inspirastes por intermédio da humanidade de Vosso Filho, pelo ministério do Vosso pregador. E como invocarei eu o Meu Deus, Meu Deus e Meu Senhor? Ao invocá-l'O, invoco-O dentro de mim. E que lugar haverá dentro de mim para onde o meu Deus possa vir, este Deus que «criou os céus e a terra» (Gn 1, 1) ? Pois será possível haver em mim, Senhor meu Deus, alguma coisa que Vos possa conter? Será possível que os céus e a terra que criastes, e nos quais me criastes, Vos contenham ? [...] Se existo, poderei então pedir-Vos para virdes até mim, já que eu que não existiria se em mim Vós não habitásseis?


Poderei eu desejar repousar em vós? Poderei eu pedir para virdes ao meu coração, e que o inebrieis com a Vossa presença, para eu esquecer os meus males e Vos abraçar, a Vós, meu único bem? Quem sois para mim? Tende piedade de mim, para que eu possa falar. Quem sou eu a Vossos olhos, para que me ordeneis que Vos ame ? [...] Na Vossa misericórdia, Senhor meu Deus, dizei-me Quem sois para mim. «Diz à minha alma: «Eu sou a tua salvação».» (Sl 34, 3). Dizei-o; que eu Vos ouça. Vede como os ouvidos do meu coração estão à escuta. Abri-os, Senhor, fazei que eles Vos ouçam: «Eu sou a tua salvação». Correrei após estas palavras e alcançar-Vos-ei, por fim.


(Evangelho Quotidiano)



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