Francisco está
de regresso ao Vaticano, depois de uma semana de viagem por Cuba e pelos
Estados Unidos. Em Filadélfia, participou no encontro com as famílias e, de
volta a casa, a bordo do avião, falou com os jornalistas.
O Papa
Francisco esclareceu esta segunda-feira o significado do último documento
aprovado sobre o divórcio e que torna mais fáceis e céleres os processos de
nulidade dos casamentos na Igreja Católica.
“Os que pensam
no divórcio católico enganam-se, porque este último documento, fechou a porta
ao divórcio. Facilita os prazos dos processos, mas não é divórcio, porque o
casamento é indissolúvel quando é um sacramento, e isto a Igreja não o pode
mudar. É doutrina, é um sacramento indissolúvel”, afirmou aos jornalistas, a
bordo do avião que o levou dos Estados Unidos ao Vaticano.
“Na reforma
dos processos de nulidade matrimonial, fechei a porta à via administrativa,
através da qual podia entrar o divórcio. O divórcio católico não existe, a
nulidade é reconhecida se não houve matrimónio, mas, se houve, é indissolúvel”,
sublinhou.
(Papa
sobre o divórcio)
As últimas
alterações feitas ao Código de Direito Canónico, no início deste
mês, eliminaram a necessidade de uma sentença em segunda instância, passando os
processos de nulidade a ser tratados essencialmente ao nível local, na diocese
do casal, de modo a que possam terminar mais depressa.
Isto
aplica-se, sobretudo, a casos em que as provas parecem ser particularmente
evidentes e onde ambas as partes estão de acordo quanto à nulidade do seu
casamento.
Até agora, a
sentença do processo na diocese local precisava de ser confirmada por outro
tribunal e, caso as duas primeiras sentenças fossem diferentes, o processo
seguia então para um tribunal de recurso no Vaticano.
As alterações
anunciadas entram em vigor no dia 8 de Dezembro, coincidindo com o começo do
Jubileu da Misericórdia.
“Não julgo os que não podem perdoar”
Durante a
conversa com os jornalistas a bordo do avião, Francisco falou também do perdão.
“Uma vez, uma
mulher disse-me: ‘Quando a minha mãe soube que me tinham abusado, blasfemou
contra Deus, perdeu a fé e morreu ateia’. Eu compreendo essa mulher, porque o
que foi violado e destroçado foi a sua própria carne, a da sua própria filha.
Compreendo-a. Não julgo os que não podem perdoar”, relatou.
“Compreendo-os,
rezo por eles e não os julgo. Rezo e peço a Deus – porque Deus é campeão em
arranjar caminhos de solução – peço a Deus que trate dela”, concluiu.
(Papa
sobre o perdão)
“Todos os muros caem”
O Papa falou
também sobre os muros que se erguem hoje na Europa. "Sabemos como acabam
os muros. Todos os muros caem. Hoje, amanhã, daqui a 100 anos... mas cairão.
Não é uma solução. O muro não é uma solução.”
Reconhecendo
que o “velho continente” passa por momentos complicados, com a entrada de
tantos refugiados, Francisco voltou a apelar ao diálogo para que possam
construir “pontes” – essas, sim, duram para “sempre”.
“Temos de ser
inteligentes, porque chega esta grande onda migratória e não é fácil encontrar
soluções. Mas só e sempre através do diálogo é que os países da Europa se devem
entender.”
(Papa
sobre os muros que se erguem na Europa)
Francisco
regressou esta segunda-feira ao Vaticano, depois de uma semana de viagem por
Cuba e pelos Estados Unidos. O Papa partiu de Filadélfia, onde participou no
encontro com as famílias. O balanço da visita é, segundo o Vaticano, muito
positivo.
(rrenascença)
28 Set, 2015 - 10:58