“Cristão ajuda sempre com alegria,
sem fazer 'cara feia' “
Cidade do Vaticano (RV) - Se aprendêssemos a servir e
fôssemos ao encontro dos outros, como mudaria o mundo. Foi a consideração com a
qual o Papa Francisco concluiu a homilia da missa da manhã, celebrada na Casa
Santa Marta, nesta terça-feira (31/05).
Francisco dedicou sua reflexão a Nossa Senhora, no dia
que se encerra o mês mariano. “Serviço e encontro fazem sentir uma alegria que
preenche nossas vidas”, disse o Papa.
Coragem feminina, capacidade de
ir ao encontro dos outros, estender a mão para uma ajuda, solicitude. E,
principalmente, alegria, daquelas que enchem o coração e dão à vida um novo
sentido e uma nova direção.
Estes foram os tópicos extraídos por Francisco do
Evangelho do dia (Lucas 1, 39-56), que narra a visita de Maria a Santa Isabel.
Este trecho, junto com as palavras do Profeta Sofonias
na Primeira leitura (Sofonias 3, 14-18) e de São Paulo, na Segunda (Romanos 12,9-16b), delineia
uma liturgia “cheia de alegria” e chega como “um vento novo” que preenche
nossas vidas.
Alegria e cara virada
“É feio ver cristãos com a cara
virada, cristãos tristes, é feio, feio, feio... Não são plenamente cristãos.
Acreditam que são, mas não o são totalmente. Esta é a mensagem cristã. E nesta
atmosfera de alegria que a liturgia nos dá de presente, gostaria de ressaltar
apenas duas coisas: primeiro, um comportamento; segundo, um fato. O
comportamento é o serviço”.
As mulheres: coragem da Igreja
O serviço de Maria é realizado sem incertezas,
observou o Papa. Maria, afirma o Evangelho, “se dirigiu apressadamente”, embora
estivesse grávida e arriscasse se deparar com malfeitores no decorrer da
estrada.
“Esta jovem de 16 ou 17 anos, não mais”, acrescentou
Francisco, “era corajosa. Levanta-se e vai”, sem desculpas:
“Coragem de mulher. As mulheres corajosas que existem
na Igreja são como Nossa Senhora. Essas mulheres que levam avante a família,
essas mulheres que levam avante a educação dos filhos, que enfrentam tantas
adversidades, tanta dor, que curam os doentes... Corajosas: levantam-se e
servem, servem.
O serviço é sinal cristão. Quem não vive para servir,
não serve para viver. Serviço na alegria, esta é a atitude que gostaria de
destacar hoje. Há alegria e também serviço. Sempre para servir”.
O encontro é um sinal cristão
O segundo ponto sobre o qual o
Papa se detém é o encontro entre Maria e sua prima. “Essas duas mulheres –
evidenciou – se encontram, e se encontram com alegria”, aquele momento é “só
festa”.
Se “nós aprendêssemos isso, serviço e ir ao encontro
dos outros, concluiu Francisco, “como o mundo mudaria":
“O encontro é outro sinal cristão. Uma pessoa que se
diz cristã e não é capaz de ir ao encontro dos outros, de encontrar os outros,
não é totalmente cristã. Seja o serviço, seja o encontro, requerem sair de si
mesmos: sair para servir e sair para encontrar, para abraçar outra pessoa. É
com este serviço de Maria, com este encontro que se renova a promessa do
Senhor, se atua no presente, naquele presente. E propriamente o Senhor – como
ouvimos na primeira Leitura: ‘O Senhor, teu Deus, está no meio de ti” – o
Senhor está no serviço, o Senhor está no encontro”.
(CM/BF)
br.radiovaticana
31.05.2016