Santa Sé
Nova Iorque (RV) – Após denunciar que as negociações de Paz entre Israel
e Palestina correm o risco de fracassar, e reiterar que a Santa Sé apoia a solução de Dois Estados, o Observador
Permanente do vaticano na ONU em Nova Iorque, Arcebispo Bernardito Auza,
afirmou que é preciso que as religiões e os fiéis tenham consciência de seu papel
no processo de paz, sem resultado há 50 anos.
“Décadas de negociações fracassaram para
a criação do Estado da Palestina. O tempo há muito se esgotou para colocar um
fim ao conflito, que se tornou cada vez mais inaceitável e se torna cada vez
mais intratável”, denunciou o arcebispo em um debate no Conselho de Segurança
sobre a situação no Oriente Médio, na terça-feira (12/07).
“A paz duradoura vai permanecer um sonho distante e a segurança
permanecerá uma ilusão se Israel e Palestina não concordarem em existir lado a
lado, reconciliados e soberanos, com fronteiras mutuamente concordadas e
internacionalmente reconhecidas”, advertiu Dom Auza, para então exortar o
Conselho de Segurança:
“Permitamos que os Dois Estados sejam criados agora, pela causa dos
israelenses e palestinos que, no fundo de seus corações, desejam nada mais que
a paz e a segurança”.
Além da diplomacia
O Observador afirmou ainda que a paz não depende somente de negociações
formais solenes e condenou aqueles que perpetram a violência em nome de Deus.
“Quanto mais a religião é manipulada para justificar atos de terror e
violência, mais os líderes religiosos devem se engajar na luta para derrotar a
violência que tenta sequestrá-la para propósitos antiéticos à sua natureza”,
afirmou.
Neste ponto, Dom Auza precisou:
“Religiões e fiéis, em particular, devem provar o valor de seu papel
fundamental no processo de pacificação da região. Ambos devem colocar fim a
qualquer forma de ódio mútuo que poderia dar credibilidade a um ‘choque de
civilizações’”.
O Arcebispo recordou que o Oriente Médio, por ser o lugar de nascimento
das três principais religiões monoteístas, é também um solo fértil para uma
outra diplomacia.
“O fervor religioso apócrifo deve ser combatido pela autêntica instrução
religiosa e pelo exemplo de verdadeiras comunidades de fé. Somente assim,
aquela ‘diplomacia informal’ baseada na fé poderá frutuosamente complementar a
diplomacia formal dos Estados”, concluiu o Observador.
(RB)
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