Evangelizar, missão essencial da
Igreja:
uma revisitação à Evangelii
nuntiandi
Amigo
ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” tem
destacado, entre outros, a imprescindível necessidade de conhecer os
documentos da Igreja. Nesse sentido, temos evidenciado a importância de
conhecer, aprofundar e revisitar tais documentos para continuar nossa caminhada
missionária servindo-nos do rico patrimônio doutrinal de que dispomos, de modo
particular na esteira do Concílio ecumênico Vaticano II.
Na
edição de hoje gostaria de lançar um olhar, muito brevemente e de forma
circunscrita, a um importante documento magisterial pertinente à
missionariedade da Igreja. Trata-se da exortação apostólica "Evangelii
nuntiandi" do Papa Paulo VI, de 1975, documento que conferiu um
notável dinamismo à ação evangelizadora da Igreja nas décadas seguintes,
acompanhada por uma autêntica promoção humana.
Fruto
do Sínodo dos Bispos sobre a evangelização, o Beato Paulo VI a escreveu após 10
anos do Decreto conciliar "Ad gentes". Paulo VI fala dos
"tempos novos da evangelização", prefigurando a "nova
evangelização" tão auspiciada por João Paulo II, depois incrementada por
Bento XVI e agora impulsionada pelo Papa Francisco.
Efetivamente,
publicada no dia 8 de dezembro de 1975, na exortação, o Beato Paulo VI recolheu
os resultados da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos de 1974, dedicada ao
tema A evangelização no mundo moderno.
Nesta
edição propomos uma breve passagem do Capítulo I: "De Cristo evangelizador
a uma Igreja evangelizadora", o qual traz alguns aspectos essenciais do
testemunho e missão de Jesus. O n.12 da Exortação Apostólica destaca Jesus que
aperfeiçoa "a sua revelação, completando-a e confirmando-a com toda a
manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, com sinais e
milagres"...
A
esse propósito, a Constituição dogmática sobre a Divina Revelação, Dei
Verbum (do Concílio Vaticano II), fala da plenitude da Revelação em
Jesus Cristo em "gestis verbisque", isto é, em gestos e
palavras. A Revelação de Jesus através da Igreja se faz também em palavras e
gestos.
O
Papa Paulo VI fala do evangelizador como responsável pela evangelização porque
associado à obra de Cristo. De fato, afirma, "a Igreja existe para
evangelizar". A título de revisitação, vejamos o que diz a Exortação em
seu n. 14:
Evangelização,
vocação própria da Igreja
"A
Igreja sabe-o bem, ela tem consciência viva de que a palavra do Salvador,
"Eu devo anunciar a Boa Nova do reino de Deus", se lhe aplica com
toda a verdade. Assim, ela acrescenta de bom grado com São Paulo:
"Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; é, antes uma
necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho".
Foi com alegria e reconforto que nós ouvimos, no final da grande assembleia de
outubro de 1974, estas luminosas palavras: "Nós queremos confirmar, uma
vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão
essencial da Igreja"; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças
da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelizar constitui, de fato,
a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela
existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da
graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na
santa missa, que é o memorial da sua morte e gloriosa ressurreição."
Papa
concluir, vale aqui lembrar que a “Evangelii gaudium” do Papa Francisco,
Exortação Apostólica de novembro de 2013 sobre o anúncio do Evangelho no mundo
atual, traz grande inspiração da Evangelli nuntiandi de Paulo
VI.
(radiovaticana)
Sem comentários:
Enviar um comentário