Mesmo
nos problemas e sofrimentos, Deus nos guia sempre
“Deus guia amorosamente nossa vida, e o faz sempre. Mesmo em
meio aos problemas e aos sofrimentos, esta certeza alimenta a esperança e a
coragem”, disse o Papa no Angelus deste III Domingo do Advento, domingo da
alegria.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
“A consciência de que nas
dificuldades podemos sempre dirigir-nos ao Senhor, e de que Ele jamais refuta
nossas invocações, é um grande motivo de alegria”: disse o Papa Francisco na
oração do Angelus ao meio-dia deste III Domingo do Advento (16/12), chamado
domingo da alegria.
De fato, o Santo Padre
enfatizou que neste domingo a liturgia nos convida à alegria, destacando as
palavras com as quais o profeta Sofonias se dirige à pequena porção do povo de
Israel: “Alegra-te, filha de Sião, grita de alegria, Israel, exulta e aclama
com todo o coração, filha de Jerusalém!” (3,14). “Gritar de alegria, exultar,
alegrar-se: este é o convite deste domingo”, prosseguiu.
“Os habitantes da cidade
santa são chamados a alegrar-se porque o Senhor revogou a sua condenação”,
frisou o Pontífice e acrescentou – atendo-se liturgia dominical - que Deus
perdoou, não quis punir, consequentemente, para o povo não há mais motivo de
tristeza e de desconforto, mas tudo leva a uma gratidão alegre a Deus, que quer
sempre resgatar e salvar aqueles que ama.
Domingo Gaudete, domingo da alegria
O amor do Senhor pelo seu
povo é incessante, comparável à ternura do pai pelos filhos, do esposo pela
esposa, como diz ainda Sofonias: “Alegrar-se-á por tua casa, renovar-te-á por
seu amor, exultará por ti com grito de alegria” (v. 17). “Este é – assim se
chama – domingo da alegria. O terceiro domingo do Advento, antes do Natal”,
disse ainda.
Este apelo do profeta é
particularmente apropriado no tempo em que nos preparamos para o Natal, disse o
Papa, “porque se aplica a Jesus, o Emanuel, o Deus-conosco: a sua presença é a
fonte da alegria”.
“As palavras do anjo
Gabriel à Virgem são como um eco das palavras do profeta. O que diz o arcanjo
Gabriel?: ‘Alegrai, cheia de graça, o Senhor é convosco’ (Lc 1,28). Isso é,
‘alegrai-vos’, diz a Nossa Senhora. Numa aldeia perdida da Galileia, no coração
de uma jovem mulher desconhecida para o mundo, Deus acende a centelha da
felicidade para o mundo inteiro.”
E hoje o mesmo anúncio é
dirigido à Igreja, chamada a acolher o Evangelho para que se torne carne, vida
concreta, e diz à Igreja, a todos nós: «Alegrai-vos, pequena comunidade cristã,
pobre e humilde, mas bonita a meus olhos porque desejai ardentemente meu Reino,
tendes fome e sede de justiça, teceis com paciências com textura de paz, não
segui os poderosos do momento, mas permaneceis fielmente ao lado dos pobres. E
assim não tendes medo de nada, mas vosso coração é na alegria”.
Na presença do Senhor, nosso coração na alegria
“Se nós caminharmos
assim, na presença do Senhor, nosso coração estará sempre na alegria. A alegria
de alto nível, quando há, repleta, a alegria humilde de todos os dias, isto é,
a paz. A paz é a menor alegria, mas é a alegria.”
Francisco lembrou que
também São Paulo na liturgia deste domingo nos exorta a não angustiar-nos sem
esperança por nada, mas em toda circunstância apresentar a Deus nossos pedidos,
nossas necessidades, nossas preocupações, “com orações e súplicas” (Fil 4,6).
“Nenhuma preocupação,
nenhum medo jamais conseguirá tirar-nos a serenidade que vem não de coisas
humanas, das consolações humanas: não; a serenidade que vem de Deus, do saber
que Deus guia amorosamente nossa vida, e o faz sempre. Mesmo em meio aos
problemas e aos sofrimentos, esta certeza alimenta a esperança e a coragem.”
Advento, tempo de conversão
Mas para acolher o
convite do Senhor à alegria, prosseguiu o Santo Padre, é preciso ser pessoas
dispostas a interrogar-se. O que significa isso? “Justamente como aqueles que,
após ter ouvido a pregação de João Batista, lhe perguntam: ‘Tu pregas assim. E nós,
o que devemos fazer? O que devo fazer? (Lc 3,10)’. Essa pergunta é o primeiro
passo para a conversão que somos convidados a realizar neste tempo do Advento”,
exortou Francisco.
Na saudação aos vários
grupos de fiéis e peregrinos presentes, o Pontífice lembrou que na semana
passada foi aprovado em Marraquexe, em Marrocos, o Pacto Mundial por uma
Migração Segura, Ordenada e Regular, que se propõe a ser um quadro de
referência para a comunidade internacional.
Portanto, faço votos de
que a comunidade internacional, “graças também a este instrumento, possa atuar
com responsabilidade, solidariedade e compaixão por aqueles que, por vários
motivos, deixaram seu país, e confio esta intenção às orações de vocês”, disse
o Papa.
Bênção dos "Bambinelli", imagens do Menino Jesus
Francisco dirigiu-se de
modo especial às crianças de Roma, presentes na Praça São Pedro para a bênção
dos “Bambinelli”, imagens do Menino Jesus a serem colocadas no presépio. O
Pontífice agradeceu aos Oratórios Romanos e aos voluntários.
O Papa abençoou as
imagens do Menino Jesus ressaltando que o Espírito Santo colocará no coração
delas a humildade, a ternura e a bondade de Jesus. “Este é o verdadeiro Natal!
Que seja assim para vocês e para seus familiares.”
(vaticannews)
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