Na oração mariana, Francisco pediu à Bem-Aventurada Virgem Maria
que interceda junto ao Senhor Ressuscitado para que dê à amada terra da
Bulgária o impulso sempre necessário de ser terra de encontro, na qual,
"independentemente das diferenças culturais, religiosas ou étnicas,
possais continuar a reconhecer-vos e estimar-vos como filhos de um mesmo
Pai"
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
“Cristo vive. Ele é a
nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo. Tudo o que toca torna-se
novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras que quero dirigir a cada
um de vós são: Ele vive e quer-te vivo! Está em ti, está contigo e jamais te
deixa”.
Foi o que disse o Papa
Francisco no Regina Caeli deste III Domingo da Páscoa,
conduzido pelo Pontífice na Praça de São Aleksander Nevsky, diante da Catedral
Patriarcal, em Sófia, neste primeiro dia de sua visita à Bulgária, no âmbito de
sua 29ª viagem apostólica internacional.
Na oração dominical deste
período pascal, o caloroso encontro com cerca de três fiéis e peregrinos. Ao
chegar à praça, diante do ícone de Nossa Senhora de Nasebar, o Papa deteve-se
brevemente em oração enquanto entoavam um canto mariano.
Esta fé em Cristo
ressuscitado, disse Francisco na alocução que precedeu a oração mariana, tem
vindo a ser proclamada desde há dois mil anos por todos os cantos da terra,
através da generosa missão de tantos crentes, que são chamados a dar tudo pelo
anúncio evangélico, sem guardar nada para si mesmos.
Da Bulgária, a intuição ecumênica de João XXIII
“Na história da Igreja,
também aqui na Bulgária, houve Pastores que se distinguiram pela santidade de
vida. Entre eles, apraz-me recordar o meu antecessor – por vós designado «o
Santo búlgaro» – São João XXIII, um Santo pastor, cuja memória permanece
particularmente viva nesta terra, onde ele viveu de 1925 a 1934. Aqui aprendeu
a admirar a tradição da Igreja Oriental, estabelecendo relações de amizade com
as outras Confissões religiosas.”
Francisco ressaltou que a
experiência diplomática e pastoral na Bulgária deixou uma marca tão forte no
coração de pastor de João XXIII que o levou a promover na Igreja a perspetiva
do diálogo ecumênico. “Este recebeu um notável impulso no Concílio Vaticano II,
desejado precisamente pelo Papa Roncalli. A esta terra, de certo modo, devemos
agradecer a intuição sábia e inspiradora do «Papa bom»”, acrescentou.
Desejo conjunto de percorrer o caminho ecumênico
Na esteira deste caminho
ecumênico, disse o Santo Padre, “daqui a pouco terei a alegria de saudar os
expoentes das várias Confissões religiosas da Bulgária, que, apesar de ser um
país ortodoxo, se revela uma encruzilhada onde se encontram e dialogam várias
expressões religiosas. A estimada presença no encontro dos Representantes
destas diversas Comunidades indica o desejo que todos têm de percorrer o
caminho, cada dia mais necessário, de «adotar a cultura do diálogo como
caminho, a colaboração comum como conduta, o conhecimento mútuo como método e
critério».”
Santos Cirilo e Metódio: a oração do Papa
Em seguida, o Pontífice
recordou a figura dos Santos Cirilo e Metódio e ressaltou a visita feita pouco
antes à igreja Patriarcal de Santo Aleksander, onde rezou em memória dos
evangelizadores dos povos eslavos.
Francisco pediu à
Bem-Aventurada Virgem Maria que interceda junto ao Senhor Ressuscitado para que
dê à amada terra da Bulgária o impulso sempre necessário de ser terra
de encontro, na qual, independentemente das diferenças culturais,
religiosas ou étnicas, possais continuar a reconhecer-vos e estimar-vos como
filhos de um mesmo Pai.
“A nossa invocação é
expressa com a antiga oração do Regina Caeli. Fazemo-lo aqui, em Sófia, diante
do ícone de Nossa Senhora de Nesebar (significa «Porta do Céu»), muito amado
pelo meu antecessor São João XXIII, que começou a venerá-lo aqui, na Bulgária,
e conservou-o consigo até à morte.”
(vaticannews)
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