O Papa Francisco recebeu membros do Pontifício Instituto
Bíblico, que está organizando nesses dias em Roma o Congresso “Jesus e os
Fariseus. Um reexame interdisciplinar”.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Na manhã desta
quinta-feira (09/05), o Papa Francisco recebeu os docentes e estudantes do
Pontifício Instituto Bíblico, que está completando 110 anos de fundação.
O Pontífice entregou o
seu discurso para “não entediar” os membros do Institutos, preferindo saudá-los
pessoalmente um a um.
O preconceito deriva da falta de conhecimento
O Instituto está
organizando nesses dias em Roma o Congresso “Jesus e os Fariseus. Um reexame
interdisciplinar”. Entre os cristãos e na sociedade secular, em várias línguas
a palavra “fariseu” muitas vezes significa “pessoa hipócrita” o “presunçosa”.
Para muitos judeus, todavia, os fariseus são os fundadores do judaísmo rabínico
e, portanto, seus antepassados espirituais.
“No nosso mundo, esses
estereótipos negativos se tornaram infelizmente muito comuns. Um dos estereótipos
mais antigos e prejudiciais é justamente o de ‘fariseu’, especialmente se usado
para denigrar os judeus”, escreve o Papa.
Superar o antissemitismo
Estudos recentes,
prossegue Francisco, reconhecem que hoje se sabe menos dos fariseus do quanto
acreditavam as precedentes gerações. Estamos menos certos de suas origens e de
muitos de seus ensinamentos e práticas.
“Portanto, a pesquisa
interdisciplinar sobre questões literárias e históricas acerca dos fariseus,
debatida pelo Congresso, ajudará a adquirir uma visão mais verdadeira deste
grupo religioso, contribuindo também para combater o antissemitismo.”
Amor pelo próximo
O Papa então cita
inúmeros episódios do Novo Testamento, em que Jesus discute com os fariseus e
dos quais emerge o amor pelo próximo como um indicador significativo para
reconhecer a afinidade entre eles. “Isso constitui certamente uma base
importante para qualquer diálogo, especialmente entre judeus e cristãos,
inclusive hoje.”
Com efeito, disse ainda
Francisco, para amar melhor o nosso próximo temos que conhecê-lo, e para saber
quem são, devemos encontrar o modo para superar antigos preconceitos.
O Pontífice concluiu
fazendo votos de que este Congresso traga uma compreensão mais madura e
detalhada dos fariseus, que permitirá apresentá-los de modo mais apropriado no
ensinamento e na pregação.
(vaticannews)
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