REDAÇÃO CENTRAL, 09 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).-
Santa Teresa Benedita da Cruz nasceu em Breslau (1891), cidade que pertenceu à
Alemanha e que, em seguida, passou para a Polônia. Recebeu o nome de Edith
Stein. Na adolescência, deixou a religião judaica, porque não encontrava nela
sentido à sua vida.
Mais adiante, chegou a ser uma brilhante estudante de
fenomenologia na Universidade de Gottiengen, onde conheceu o pensamento dos
filósofos Husserl e Martin Heidegger (dois dos mais importantes do século XX).
Finalmente, Edith recebeu o diploma de Filosofia da Universidade de Freiburg.
Por
seu alto sentido de solidariedade, alistou-se à Cruz Vermelha como enfermeira
durante a Primeira Guerra Mundial, destacando-se por sua amabilidade, serviço e
autocontrole.
Em
1921, Edith decidiu acompanhar uma amiga que tinha se tornado viúva e ficou
impactada ao encontrá-la com uma grande paz e fé em Deus. Foi assim que desejou
conhecer a fonte dessas graças e começou a ler, na casa da viúva, a biografia
de Santa Teresa de Jesus.
Entrou em um estado de crise profunda e em um momento de purificação até que,
meses depois, decidiu ser batizada. Buscou a ajuda de um sacerdote e recebeu o
sacramento em 1922. Ao ser católica, sentiu-se mais judia, porque encontrou em
Jesus Cristo o sentido de toda a sua fé e vida.
Aos
poucos, foi brotando nela a inquietude vocacional, enquanto era acompanhada por
seu diretor espiritual. Começou a trabalhar como professora na escola de
formação de professores das dominicanas de Santa Madalena, ministrou palestras,
traduziu livros, destacou-se profissionalmente e, às vezes, retirava-se para
encontrar a paz na abadia beneditina de Beuron.
A
situação política na Alemanha começou a piorar, mas Edith não desanimou e
entrou para o Carmelo, o que havia sido seu sonho por muitos anos, deixando a
fama. Em 15 de abril de 1934, tomou o hábito carmelita e mudou seu nome para
Teresa Benedita da Cruz.
A
situação para os judeus se agravou e Edith pediu para ser transferida para
evitar o perigo para as religiosas do lugar. Foi enviada para uma comunidade na
Holanda, junto com sua irmã Rosa, que também tinha se convertido ao
cristianismo e servia como uma irmã leiga.
Quando
aconteceram as deportações dos judeus, os luteranos, calvinistas e católicos
concordam em ler em conjunto um texto de protesto durante os serviços
religiosos. Os nazistas também ameaçavam deportar os judeus convertidos ao
catolicismo.
As
forças de ocupação nazistas declararam todos os católicos-judeus como
“apátrida”. Um corpo militar nazista entrou no convento carmelita e levou
Teresa e Rosa. Ao sair, a santa segurou a mão de sua irmã e disse: “Venha,
vamos, por nosso povo”.
Foram
levadas ao campo de concentração de Westerbork e os prisioneiros ficaram
admirados com o testemunho de paz de Santa Teresa, que se preocupava por ajudar
e consolar os demais, mesmo nas duras condições de humilhações e tormentos que
viviam.
Foram
enviadas para Auschwitz, com milhares de judeus, e chegaram ao campo de
concentração em 9 de agosto de 1942. Imediatamente, os prisioneiros foram
conduzidos para a câmara de gás e Santa Teresa partiu para a Casa do Pai,
oferecendo sua vida pela salvação das almas, a libertação do seu povo e a
conversão da Alemanha.
Santa
Teresa Benedita da Cruz foi canonizada por São João Paulo II em 1998, que lhe
deu o título de “mártir do amor” e, em outubro de 1999, foi declarado
copadroeira da Europa.
(acidigital)
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