sábado, 15 de janeiro de 2022

Presença cristã em Israel cresce em número, mas diminui em termos percentuais


De acordo com dados publicados na véspera de Natal de 2021 pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel, atualmente são mais de 182 mil cidadãos cristãos no país, que representam 1,9% da população nacional.

A população cristã de Israel continua em ligeiro crescimento numérico, que a caracterizou desde a criação do Estado Judeu, mas também apresenta progressiva redução em termos percentuais em relação à outras comunidades religiosas – judeus, muçulmanos e drusos – presentes no país. Este é o cenário delineado pelos dados publicados na véspera de Natal de 2021 pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel.

De acordo com os números fornecidos pela instituição israelense, 182 mil cristãos vivem em Israel, o equivalente a 1,9% da população nacional. Em 2020, a comunidade cristã no Estado judeu cresceu 1,4% em relação à pesquisa anterior. As estatísticas israelenses divulgadas também fornecem dados sobre elementos que apresentam a comunidade cristã do ponto de vista étnico, pessoal, profissional e cultural. Ao mesmo tempo, a fim de compreender adequadamente a extensão dos números fornecidos, é útil levar em conta alguns fatores importantes que afetam a coleta de dados e comparar os resultados das últimas pesquisas com estatísticas semelhantes fornecidas por Israel em anos precedentes.


Se considerarmos toda a tabela de crescimento das diferentes comunidades religiosas registradas no Estado de Israel desde o seu nascimento, nota-se, por exemplo, que os cristãos presentes no Estado judeu em 1949 era 34 mil. No ano de 1970 mais do que dobraram, passando dos 75 mil. Duas décadas depois, em 1990, eram quase 115 mil e em 2019 eram mais de 180 mil. Considerando os mesmos intervalos de tempo, a população muçulmana de Israel cresceu de 111 mil pessoas (em 1949), para quase 1,606 milhões muçulmanos registrados em Israel em 2019. Os judeus, que em 1949 eram quase 1,174 milhões, em 2019 passaram a ser 6,697 milhões. As taxas de crescimento da população cristã em Israel são, portanto, incomparavelmente mais baixas do que as registradas nos componentes judaico e islâmico da sociedade. Uma certa semelhante pode ser registrada apenas com os números de crescimento registrados entre os drusos, que eram inferiores a 15 mil em 1949 e se tornaram 143 mil em 2019.


De acordo com os dados recém publicados em ralação a 2020, 76,7% dos cristãos em Israel são árabes palestinos, sendo que a maioria deles vive na região norte do país (com mais de 21 mil batizados em Nazaré). A maioria dos cristãos não árabes está concentrada na área de Jaffa e Tel Aviv. Mas deve-se ter em mente que as pesquisas estatísticas israelenses levam em consideração apenas os cidadãos cristãos que residem permanentemente no país, excluindo do cálculo dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros presentes em Israel por períodos de tempo mais ou menos longos. Esses cristãos representam um percentual cada vez mais relevante nas Igrejas e Comunidades eclesiais da Terra Santa. Os cristãos não-árabes, permanentemente presentes em Israel, imigraram em grande parte nas últimas décadas, chegando ao país principalmente dos países da antiga União Soviética, seguindo parentes judeus.


Em 2020, houveram 2.497 novos nascimentos em famílias cristãs e o número médio de crianças com idade até dezessete anos foi de 1,93 por família. Essa é a menor taxa de natalidade entre todos os componentes da sociedade israelense. Se considerarmos as famílias judias, por exemplo, o número médio de filhos é igual a 2,43 e nas famílias muçulmanas chega a 2,60. Apesar disso, os cristãos são o componente com maior nível médio de escolaridade, especialmente na parcela feminina da população.


Entre as porcentagens fornecidas pelo Escritório Central de Estatísticas também está aquela segundo a qual, 84% dos cristãos em Israel se declaram “satisfeitos” com sua condição de vida. Este dado desperta interesse principalmente pelas recentes controvérsias ocorridas após a declaração divulgada em meados de dezembro por altos representantes das Igrejas e comunidades eclesiais de Jerusalém. Na declaração, fez-se referência, entre outras coisas, a “incontáveis ataques” perpetrados por grupos radicais contra igrejas, mosteiros e representantes do clero. Por trás de tais violências e profanações, se pressupõe um verdadeiro plano destinado a “expulsar” a presença cristã de Jerusalém e da Terra Santa. 


*Com Agência Fides


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