terça-feira, 12 de abril de 2022

Número de crianças mortas na Ucrânia sobe para 186


“Mais da metade das crianças ucranianas estão agora deslocadas internamente ou fugiram para países vizinhos. Crianças continuam a ser mortas, feridas e profundamente traumatizadas pela violência devastadora que as cerca, estão aterrorizadas, em choque e desesperadas por segurança”, denuncia o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Sobe para 186 o número de crianças mortas na Ucrânia desde o início da invasão russa. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 12, pelo escritório do Procurador-Geral. No total, as crianças vítimas da guerra até agora são 530, das quais 186 foram mortas e 344 feridas.


O Unicef, por sua vez, fez um balanço das condições de sofrimento em que vivem as crianças durante a guerra: em apenas 6 semanas, cerca de 2/3 de todas as crianças ucranianas, ou seja, 4,8 milhões de 7,5 milhões, fugiram das suas casas (2,8 milhões estão na Ucrânia e os restantes 2 milhões em outros países).


Papa: não esquecer das crianças

 

A Semana Santa de 2022 é marcada pelo drama das vítimas e os horrores da guerra na Ucrânia. Na Missa do Domingo de Ramos na Praça São Pedro, o Papa Francisco pediu uma "trégua pascal" e afirmou que "quando se usa violência, nada mais se sabe sobre Deus, que é Pai, nem sobre os outros, que são irmãos. Esquece-se a razão por que se está no mundo e chega-se a realizar absurdas crueldades. Vemo-lo na loucura da guerra, onde se torna a crucificar Cristo":


Sim, Cristo é pregado na cruz mais uma vez nas mães que choram a morte injusta de maridos e filhos. É crucificado nos refugiados que fogem das bombas com os meninos no braço. É crucificado nos idosos deixados sozinhos a morrer, nos jovens privados de futuro, nos soldados mandados a matar os seus irmãos. Hoje, Cristo está crucificado aí.


Também ao final da Audiência Geral da última quarta-feira, algumas crianças ucranianas subiram ao palco da Sala Paulo VI acompanhadas por seus pais. A mais nova estava no colo de sua mãe, e o maior levava um desenho. "Saudemo-los e rezemos junto com eles", exortou o Papa Francisco, que comentou:


"Estas crianças tiveram que fugir e chegar a uma terra estranha: este é um dos frutos da guerra. Não os esqueçamos, e não esqueçamos o povo ucraniano".

Deslocados pela guerra na Ucrânia são mais de 7 milhões, metade crianças

O diretor de programas do Unicef, Manuel Fontaine, alerta que das 3,2 milhões de crianças que se estima terem permanecido em suas casas, quase metade pode estar em risco de não ter comida suficiente. 

Segundo Andrea Iacomini, porta-voz do Unicef/Italia, a guerra na Ucrânia já provocou o deslocamento de 7,1 milhões de pessoas, sendo a metade delas crianças, cuja situação é sempre mais grave.

“Mais da metade das crianças ucranianas estão agora deslocadas internamente ou fugiram para países vizinhos. Crianças continuam a ser mortas, feridas e profundamente traumatizadas pela violência devastadora que as cerca, estão aterrorizadas, em choque e desesperadas por segurança”, alerta.

 “Ataques com armas explosivas continuam em áreas urbanas povoadas, afetando cada vez mais suas casas, escolas, hospitais, sistemas de água, usinas de energia e locais onde os civis buscam abrigo”. As crianças em toda a Ucrânia – diz com veemência Andrea – “precisam urgentemente de estabilidade, proteção e cuidados”.

Milhares delas continuam sendo forçados a se proteger em abrigos subterrâneos e estações de metro, onde as condições são terríveis. “A guerra e o deslocamento em massa estão prejudicando os meios de subsistência das famílias, deixando muitas pessoas sem renda suficiente para atender às suas necessidades básicas e incapazes de fornecer apoio adequado para seus filhos. A Ucrânia está ficando sem suprimentos essenciais, e é por isso que um pacote de suprimentos e serviços para mulheres e crianças é cada vez mais urgente”.


(vaticannews)

*Notícia atualizada às 10h52 de 12 de abril


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