terça-feira, 5 de abril de 2022

 Terra Santa: chefes das Igrejas de Jerusalém condenam a "violência indiscriminada"




Os patriarcas e chefes das Igrejas locais em Jerusalém denunciaram fortemente os ataques que atingiram vários locais na Terra Santa nas últimas duas semanas, causando confrontos em toda a região, com um número de mais de 12 mortos e muitos feridos. A ocupação do histórico Hotel Little Petra pelo grupo radical Ateret Cohanim também foi condenada.

Anna Poce – Vatican News

Em declaração divulgada em 2 de abril no site do Patriarcado Latino de Jerusalém, os patriarcas e chefes das Igrejas locais da Cidade Santa, condenando todos os atos de violência contra todo ser humano, ofereceram suas orações e expressaram suas condolências às famílias das vítimas dos recentes ataques terroristas, rezando pela cura dos feridos.

"Diante deste improviso aumento do derramamento de sangue", os líderes cristãos expressaram suas preocupações "com o aumento das tensões durante os principais feriados religiosos das três religiões Abraâmicas: Ramadã, Pessach e Semana Santa/Páscoa". Por esta razão, apelaram aos fiéis das três tradições a "demonstrarem respeito mútuo e cuidado pelos outros, que estão no coração dos ensinamentos de cada fé", e apelaram às autoridades governamentais para "exercerem políticas de tolerância religiosa, de limitação do uso da força e de atenuação dos conflitos".


Caminhando na via da paz

"Encorajamos todas as pessoas de boa vontade", diz a nota, "a percorrer o caminho da paz que é tão central para o simbolismo de Jerusalém, 'a cidade da paz'". Desta forma, podemos ser verdadeiras testemunhas no mundo da visão comum de Paz/Salom/Salaam que está consagrada no coração de nossas distintas, mas interligadas, crenças religiosas".


Ocupação do Little Petra Hotel

Em outra declaração, também divulgada em 2 de abril, os patriarcas e chefes das Igrejas locais em Jerusalém condenaram a ocupação do histórico Little Petra Hotel pelo grupo Ateret Cohanim - judeus radicais que pretendem obter uma maior presença judaica nos bairros de Jerusalém Oriental - definindo-o "uma ameaça à existência do bairro cristão em Jerusalém e à coexistência pacífica da comunidade nesta cidade". Eles então lembraram que haviam advertido repetidamente contra "as ações ilegítimas dos extremistas", marcadas pela intimidação e pela violência. O Hotel Petra é objeto de uma batalha legal de 18 anos entre o Patriarcado greco-ortodoxo e o poderoso grupo de colonos israelenses, Ateret Cohanim.

"Ao ocupar a propriedade da Igreja greco-ortodoxa, o Little Petra Hotel, o Ateret Cohanim cometeu atos criminosos de assalto e violação de propriedade. Eles agiram como se estivessem acima da lei, sem medo das consequências", escreveram os líderes cristãos, acrescentando que "este problema não diz respeito às propriedades individuais, mas a todo o caráter de Jerusalém, incluindo o bairro cristão". O hotel, de fato, está localizado na rota percorrida por milhões de peregrinos cristãos que visitam Jerusalém todos os anos. "Representa o patrimônio cristão e fala da nossa própria existência neste lugar".

Os chefes das Igrejas locais, salientando como os grupos extremistas radicais estão impondo "sua ilegítima e perigosa agenda de todos os lados", expressaram sua rejeição a tudo isso e a preocupação de que isso poderia "levar à instabilidade e tensão em um momento em que todos estão tentando reduzi-los e construir confiança, a fim de alcançar justiça e paz". "Atos de coerção e violência", concluíram, "não podem levar à paz".


(vaticannews)

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