terça-feira, 20 de novembro de 2007

Cidade do Vaticano


(Transcrição)
«Populorum Progressio» adiantou respostas ao desafio da globalização há 40 anos
O cardeal Martino analisa a actualidade da histórica encíclica de Paulo
VICIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 19 de Novembro de 2007 (ZENIT.org).
- Quatro décadas após sua publicação, a encíclica de Paulo VI sobre a necessidade de promover o desenvolvimento dos povos («Populorum progressio») revela-se profética em suas respostas ao desafio actual da globalização, constata o presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz.Esta semana, o organismo vaticano celebrará seu 40º aniversário remetendo-se ao histórico documento pontifício durante sua assembleia geral – terça e quarta – e dedicando-lhe o III Congresso mundial dos organismos eclesiais que trabalham pela justiça e a paz – encontro que Roma acolhe de quinta-feira a sábado.É indubitável para o cardeal Renato Martino que a definição da encíclica sobre «o desenvolvimento» – «novo nome da paz» – é um indicador de sua actualidade. «Paulo VI sabia que se não se sanassem os problemas do subdesenvolvimento económico, social e político, a indignação dos pobres cresceria até provocar conflitos e terrorismo internacional», explica o purpurado em uma entrevista publicada em «L’Osservatore Romano» – edição diária em italiano, 18 de Novembro de 2007.É surpreendente, em sua opinião, a actualidade do documento pontifício, «sua capacidade verdadeiramente profética de falar também à humanidade de nosso século XXI».«Destino universal dos bens da criação», «economia ao serviço do homem», denúncia das «especulações e exportações de recursos em proveito de quem as utiliza para seu próprio capricho», denúncia do «ulterior crescimento da riqueza dos ricos e do poder dos fortes que tornam mais grave a servidão dos oprimidos»: são temas dos quais «Populorum progressio» fala e que «hoje experimentamos na globalização», observa o purpurado. Propor constantemente esta encíclica «com valor e constância diários» é o que a Santa Sé e a Igreja fazem, sublinha o cardeal Martino, recordando o contexto da publicação do documento. Ela foi escrita «nos anos nos quais se dava o despertar dos homens e dos povos até então escravizados nas colônias – aponta. O Ocidente, que já não podia seguir apropriando-se do destino» daqueles, «oferecia-se para associar-se (ainda que certamente não de maneira desinteressada) ao desenvolvimento das novas nações», e «precisamente a maneira de tal intromissão impulsionou Paulo VI a intervir para afirmar que a Igreja não podia permanecer alheia ‘às alegrias e às esperanças, às tristezas e às dores do homem’», um chamado conciliar.Em uma época «na qual quase toda avaliação política se baseava na contraposição leste-oeste», o então pontífice havia entendido que o eixo mais crítico era o norte-sul. «A história se encarregou de dar-lhe a razão – afirma o cardeal Martino: superaram-se as tensões leste-oeste, mas entre norte e sul surgiram mecanismos cruéis, como a dívida externa, as guerras combatidas no sul do mundo, a produção e o comércio de armas».
…………..
(In ZENIT)

Sem comentários: