“Dou-vos uma grande alegria: Nasceu-vos hoje um Salvador... ”
Lc 2, 10-11
“A freguesia de São Salvador
A igreja de S. Salvador – sede da mais antiga freguesia de Angra – sendo atribuida a sua edificação a Álvaro Martins Homem, terá sido concluída em 1474 por João Vaz Corte Real, embora só em 1486 é que seja conhecida a nomeação do primeiro vigário paroquial. Depois de 1534, ao ser criada a cidade e a diocese, com sede na dita igreja de S. Salvador, é que a freguesia se passou a designar por (Angra Sé, do latim “sede” do Bispo, isto é, onde ele tem a cátedra, que, por isso mesmo, se chama de igreja catedral.
A invocação do Salvador como patrono da freguesia mostra a sua antiguidade, apesar de não ser de devoção popular. O mesmo acontece com as paróquias dedicadas a Santa Cruz. Dúvidas há se é correcto dizer O Salvador, São Salvador (sancti saluatoris) – tal como consta na bula do Papa Paulo III – ou Santíssimo Salvador (do Mundo), devido ao argumento teológico da divindade de Cristo.
A invocação do Salvador não só mostra a antiguidade da paróquia, dedicada a Jesus Cristo, e não a um santo, como se deve ao facto da ilha Terceira ter sido achada a 1 de Janeiro, dia em que a Igreja celebrava a festa do santo nome de Jesus. Assim, se compreende que uma das imagens do patrono seja um Menino Jesus de pé com o globo na mão. Além disso, o Papa Sisto IV, em 1481, atribuía a jurisdição espiritual das ilhas descobertas ao Prior de Tomar, como Vigário Geral da Ordem de Cristo. O Salvador é o patrono da Ordem. O mesmo que na igreja do cais angrense tem a designação de Santo Cristo da Misericórdia, e, no Convento de S. Gonçalo, de Divino Imperador.
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No nosso cartão de identidade pessoal conhecemos esta freguesia como sendo (Angra)-Sé. Se algum dia, teoricamente, ou na habitual deslocação discreta de serviços, Angra perdesse a Sé da Diocese, não perderia, de certo, o seu orago, sendo registados de novo os seus naturais ou residentes em (Angra
-São Salvador. É que “a pedra que rejeitaram os construtores tornou-se pedra angular.” Ontem como hoje! Só nela pode ser edificada uma vida pessoal e uma cidade feliz. Ainda estamos a tempo de uma conversão que nos transfigure em imagem viva de Cristo, o Homem Novo.”
(Enxerto do artigo publicado em “Boletim Paroquial de São Salvador da Sé” e da autoria do Sr Pe Dr Hélder Fonseca Mendes – Pároco (in solidum)da Sé.)
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