segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Jovem rico

"É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha,
do que um rico entrar no Reino de Deus.»




(Sempre achei muito interessante esta catequese e hoje vai acompanhada por um comentário muito apropriado de S. Basílio, por isso resolvi partilhá-la com vocês.)


Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.

Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.» Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.» Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?» Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia, Doutor da Igreja - Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278 (a partir da trad. coll. Icthus, t. 6, p. 82 rev.)

«Ao ouvir estas palavras [...], retirou-se pesaroso.»

O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?


Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.


(EvangelhoQuotidiano)



(Senhor, dá-me discernimento para entender a grandeza do Teu Amor e por em prática este evangelho: fazer a Tua vontade, e desapegar-me disto... Porque para Ti, nada é impossível!)


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Hoje é o dia do Senhor


VIII Domingo do TC - A


Confiantes no Pai


Prosseguimos hoje a Leitura do Sermão da Montanha,

no qual Jesus proclama as atitudes básicas do discípulo

para acolher o Reino de Deus.

A Liturgia nos dá a oportunidade de contemplar

a verdadeira imagem de Deus:

É uma MÃE carinhosa e um PAI providente.


Na 1ª Leitura, Deus é comparado a uma MÃE CARINHOSA,

que não esquece de seu filhinho:

"Poderá uma mãe esquecer de seu filhinho,

e não amar o fruto do seu ventre?

Mesmo se houvesse alguma mulher capaz de esquecê-lo,

eu não te esqueceria jamais". (Is 49,14-15)


* É a expressão bíblica mais profunda e eloquente da ternura maternal de Deus

e de seu amor ao povo eleito e ao homem.

A Mãe não ama seu filho porque ele é bom, mas porque é seu filho...


Na 2ª Leitura, Paulo não se preocupa com o que possam dizer ou pensar dele.

Ele põe toda a confiança em Deus.

"Cada um receberá de Deus o devido louvor". (1Cor 4,1-5)


No Evangelho, Deus é comparado a um PAI PROVIDENTE

que cuida dos filhos, e provê as suas necessidades.

Por isso, "não vos preocupeis com o dia de amanhã". (Mt 6,24-34)


+ Jesus adverte a DOIS PERIGOS:


1) O Apego ao Dinheiro:

O cristão não deve amarrar o seu coração aos bens deste mundo.

O Dinheiro não pode se transformar em Senhor de sua vida.

Quem adora o dinheiro tem tudo, mas torna-se um escravo.

"Ninguém pode servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro".

O perigo de ele se transformar em senhor paira sobre todos, ricos e pobres.


2) As vãs Preocupações:

Não se afirma que não se deve trabalhar, mas não se deixar levar pela angústia.

O compromisso para resolver os problemas da vida

não deve nos fazer perder a alegria da vida.

Por isso, propõe servir ao Senhor, abandonando-se à Providência amorosa do Pai.


- Duas belíssimas imagens da natureza ilustram essa ideia:

Se os pássaros e os lírios do campo são objeto do cuidado de Deus,

que provê gratuitamente sua subsistência espontânea,

quanto mais o será o homem que vale muito mais que eles.


- Jesus conclui com um duplo convite:

1. "Não vos preocupeis com a vida, com o alimento, com as vestes,

o Pai do céu já sabe que temos necessidade de tudo isso".

2. "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça,

e tudo o mais vos será dado em acréscimo".


- O Reino é a transparência de Deus em nossa vida;

- A sua Justiça é um ordenamento sob seu olhar de tudo o que somos e fazemos.

- O Senhor não diz "unicamente", mas buscai "primeiro" o Reino de Deus.

Jesus não nega a importância do trabalho para a alimentação,

a saúde e o vestuário, mas quer ressaltar a atenção

que devemos dar àquilo que constrói o Reino de Deus.


+ A Proposta do Mundo

leva ao Culto do Dinheiro e ao Consumismo.

E as consequências são terríveis:

- Degrada a dignidade humana, convertendo as pessoas

em puras máquinas de produção e consumo de bens.

- Bloqueia a solidariedade, a partilha, a fraternidade e

favorece o egoísmo e a exploração.

- Torna-nos escravo das coisas e dos bens.


+ A Proposta de Jesus:

pede confiança e abandono nas mãos de Deus

a quem servimos com amor, e por quem nos sentimos amados.

Essa confiança em Deus não é alienante,

não nos exime de nossa responsabilidade nas tarefas temporais,

nem nos permite fugir de nosso compromisso cristão no mundo.


+ A qual deus servimos?


Não podemos servir a Deus e ao dinheiro.

Devemos buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça

e tudo o mais nos será dado em acréscimo.


Deixemos de ser servos do dinheiro e escravos de nós mesmos,

para servir ao Senhor com alegria e livres da angústia possessiva.


Quem se preocupa pela comida?

Quem tem pai e mãe, ou quem é órfão?

Pois bem, nós não somos órfãos, Deus é para nós Pai e Mãe!...


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa – 27.02.2011


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Rir faz bem!




O Barbeiro

Certo dia um florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo. Após o
corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro respondeu:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço
comunitário esta semana.

O florista ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia,
havia um buquê com uma dúzia de rosas na porta e uma nota
de agradecimento do florista.

Mais tarde no mesmo dia veio um padeiro para cortar o cabelo. Após o
corte, ao pagar, o barbeiro disse:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço
comunitário esta semana.

O padeiro ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, ao abrir a
barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de
agradecimento do padeiro.

Naquele terceiro dia veio um deputado para um corte de cabelo.
Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse:

- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço
comunitário esta semana.

O deputado ficou feliz e foi embora. No dia seguinte, quando o
barbeiro veio abrir sua barbearia,
havia uma dúzia de deputados
fazendo bicha para cortar o cabelo.

(Enviado pela Albertina)


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

VISITA PASTORAL À SÉ DE ANGRA

Hoje o Bispo de Angra e Açores, Senhor D. António, deu início à sua Visita Pastoral à Sé Catedral, celebrando a Eucaristia das 9.30 horas. Presentes, Párocos da Sé, do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, da Paróquia de S. Bento e Paróquia de Santa Luzia, para além do Diácono Martins do Carmo e Acólitos. O grupo Coral da Sé abrilhantou a Celebração.









Na sua homilia, o Sr Bispo apelou ao apoio às Famílias, fonte e sustentáculo da Vida, por constatar que as mesmas estão muito fragilizadas em virtude da descristianização que grassa na nossa Diocese, no nosso País, na Europa, agravada com os divórcios frequentes, os segundos casamentos, e o afastamento progressivo de Deus das suas vidas. Os filhos ainda são enviados à Catequese, mas já não participam na Eucaristia dominical.


É imperativo rezar muito pelas Famílias, para que o Senhor lhes suscite os meios para ultrapassarem as dificuldades quotidianas. Reunidos como membros desta Igreja, num só coração e numa só alma, vamos pedir o discernimento necessário para as apoiar na base do amor, da tolerância e da compreensão.



BEM VINDO, SENHOR BISPO,
QUE O SENHOR O ABENÇOE!






quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Palavra de Vida



«Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus,

esses é que são filhos de Deus.»Rm 8,14


Esta frase está no centro do hino que são Paulo canta à beleza da vida cristã, à sua novidade e liberdade, que provêm do batismo e da fé em Jesus, que nos inserem plenamente nele e, por ele, no dinamismo da vida trinitária. Tornando-nos uma única pessoa com Cristo, compartilhamos com ele o Espírito e todos os seus frutos; o primeiro entre todos é a filiação divina.

Paulo fala de “adoção”[2], mas somente para distingui-la da posição de filho natural, que cabe somente ao Filho único de Deus.

A nossa relação com o Pai não é puramente jurídica, como seria no caso de adoção, mas é algo de substancial, que muda a nossa própria natureza, como se fosse um novo nascimento. Porque toda a nossa vida passa a ser animada por um princípio novo, um espírito novo que é o próprio Espírito de Deus.

E, com Paulo, vem o desejo de elevar um canto sem fim ao milagre de morte e ressurreição que a graça do batismo realiza em nós.

«Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses é que são filhos de Deus.»

Esta frase nos revela algo que diz respeito à nossa vida de cristãos, na qual o Espírito de Jesus introduz um dinamismo, uma tensão que Paulo resume na contraposição entre carne e espírito, sendo que ele entende por carne o homem inteiro (corpo e alma) com toda a fragilidade própria de sua constituição e com o seu egoísmo, continuamente em luta com a lei do amor, ou melhor, com o próprio Amor que foi derramado em nossos corações[3].

De fato, aqueles que são guiados pelo Espírito devem enfrentar todos os dias o “bom combate da fé”[4] para conseguir dominar todas as inclinações ao mal e viver de acordo com a fé professada no batismo.

Mas como?

Sabemos que é necessário corresponder, para que o Espírito Santo possa agir. E são Paulo, ao escrever esta frase, pensava sobretudo naquele dever dos discípulos de Cristo que é justamente o de renegar-se a si mesmo, de lutar contra o egoísmo nas suas mais variadas formas.

Mas, é esta morte a nós mesmos que produz a vida, e por isso cada corte, cada poda, cada não ao nosso “eu” egoísta é fonte de nova luz, de paz, de alegria, de amor, de liberdade interior: é porta aberta ao Espírito.

Se deixarmos mais livre o Espírito Santo, que habita nos nossos corações, ele poderá nos conceder com mais abundância seus dons e poderá nos guiar no caminho da vida.

«Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses é que são filhos de Deus.»

Como viveremos, então, esta Palavra de Vida?

Antes de mais nada, devemos nos tornar cada vez mais conscientes da presença do Espírito Santo em nós. Carregamos no nosso íntimo um imenso tesouro, mas não nos damos conta disso suficientemente. Possuímos uma riqueza extraordinária; mas geralmente ela fica sem ser utilizada.

E ainda, para que possamos ouvir e seguir a sua voz, devemos dizer não a tudo o que é contrário à vontade de Deus e dizer sim a tudo aquilo que é sua vontade: não às tentações, cortando sem hesitar as sugestões que elas trazem; sim aos deveres que Deus nos confiou; sim ao amor para com todos os próximos; sim às provações e dificuldades que encontramos…

Se agirmos assim, o Espírito Santo nos guiará, dando à nossa vida cristã aquele sabor, aquele vigor, aquela força de atração, aquela luminosidade que não pode deixar de ter se essa vida for autêntica.

Então também quem está ao nosso lado vai perceber que não somos somente filhos de nossa família humana, mas filhos de Deus.

Chiara Lubich


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Hoje a Igreja celebra : Cadeira de São Pedro



(Nesta Palavra de hoje, Jesus dá poder ao Apóstolo Pedro para “ligar e desligar” , para ser Guia, Rocha que sustenta a Igreja em altura de tempestades. É este Pedro que, cheio do Espírito Santo, confessa que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. É Pedro que exorta os presbíteros a darem testemunho de Cristo, a serem dinâmicos, a apascentarem as “ovelhas” com determinação e tolerância e paciência. Como esta Palavra é actual!)


LITURGIA DA PALAVRA


1ª Carta de S. Pedro 5,1-4.

Aos presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui testemunha dos padecimentos de Cristo e também participante da glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação: Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho espírito de lucro, mas com zelo; não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho. E, quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da glória.

Livro de Salmos 23 (22) ,1-3.4.5.6.

O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia me por caminhos rectos, por amor do seu nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão me confiança.
Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão de acompanhar me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.


Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.

Ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas.» Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.» Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.»

Da Bíblia Sagrada

….........


Comentário ao Evangelho do dia feito por : Concílio Vaticano II - Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», § 22



«Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja»



Assim como, por instituição do Senhor, São Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio apostólico, assim de igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios ecuménicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz; e também na reunião de Concílios, nos quais se decidiram em comum coisas importantes, depois de ponderada a decisão pelo parecer de muitos; o mesmo é claramente demonstrado pelos Concílios Ecuménicos, celebrados no decurso dos séculos. E o uso já muito antigo de chamar vários Bispos a participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio insinua-a já também. É, pois, em virtude da sagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio que alguém é constituído membro do corpo episcopal.


Porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido com sua cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente. A Ordem dos Bispos, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral, e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se continua perpetuamente, é também, juntamente com o Romano Pontífice, sua cabeça, e nunca sem a cabeça, sujeito do supremo e pleno poder sobre toda a Igreja, poder este que não se pode exercer senão com o consentimento do Romano Pontífice. Só a Simão colocou o Senhor como pedra e clavário da Igreja (cfr. Mt. 16, 18-19), e o constituiu pastor de todo o Seu rebanho (cfr. Jo. 21, 15 ss.); mas é sabido que o encargo de ligar e desligar conferido a Pedro (Mt. 16,19) foi também atribuído ao colégio dos Apóstolos unido à sua cabeça (Mt. 18,18; 28, 16-20). Este colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e universalidade do Povo de Deus e, enquanto reunido sob uma só cabeça, revela a unidade do redil de Cristo.


(EVANGELHO QUOTIDIANO)


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Prece



" A nós e a todos os que neste dia se encontrarem connosco, concedei Senhor, a alegria e a paz.

Senhor Deus, dirigi e santificai neste dia os nossos sentimentos, palavras e obras segundo os vossos mandamentos, a fim de alcançarmos, com a vossa ajuda, a salvação e a liberdade eternas."

(LH-TC, 2ªfeira III, do saltério)

Caminho Neocatecumenal: Convívio Mensal





E o Senhor reúne as “que são suas”

e as conduz às “águas refrescantes”.



Mais uma vez nos reuniu o Senhor no seu redil – na freguesia as Doze Ribeiras -, para lhe rezarmos em comunhão, partilharmos as nossas vivências e avaliarmos a “saúde do coração” da nossa Comunidade, neste último mês.

Muitos cânticos, a cargo do nosso salmista, Tiago, admonições e partilhas suscitadas pelo Espírito Santo, só podiam resultar em muita participação, humildade e alegria.


A Palavra de Deus é de facto actual, eficaz e guia das nossas vidas. A Palavra sobre o “Bom Pastor” - Jo 10,1 + - antecedida por uma apelativa admonição , foi para mim, origem de uma reflexão profunda e mais uma vez me surpreender pelo Amor eterno do meu Deus.

As ovelhas são tidas como animais que vão instintivamente atrás umas das outras, sem voz activa... Mas as “ovelhas” do Evangelho de Jesus, não são assim: elas sabem o que querem! Vivem juntas, em comunhão, no redil preparado pelo Pastor; elas estão ali, porque querem, por opção pessoal de cada uma. As “ovelhas” conhecem o Senhor e por isso escolheram segui-Lo. Elas trabalham, produzem, dão fruto … Nós somos as “ovelhas” deste redil. Ninguém está aqui obrigado! Jesus chamou-nos e nós respondemos ao chamamento e quanto mais conhecemos o Senhor, mais queremos estar junto D`Ele, para segui-Lo para onde Ele for e darmos bom fruto.

Claro que somos todos diferentes e isso é que nos enriquece e completa como comunidade; o Senhor dá os Dons que quer, quando quer e a quem quer, segundo a Sua vontade. Para aceitar as desigualdades entre nós, é preciso pedir muita fé e humildade.

Por vezes também aparecem “mercenários” - que nos inculcam o orgulho, auto-suficiência ... - que nos afastam da Voz do Pastor e que o demónio coloca no nosso caminho, na nossa Comunidade para nos confundir e desviar do redil. Só que as suas propostas, são efémeras e não nos trazem paz nem alegria.

É o Senhor da Vida, que nos dá Vida.

E o Senhor reúne as “que são suas” e as conduz às “águas refrescantes”.






TEM UM BOM DIA


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Hoje é o dia do Senhor



VII Dom do TC – A

Perfeitos como o Pai


Nesse domingo, continuaremos o Sermão da Montanha.

Jesus nos coloca a essência do seu ensinamento:

O AMOR,

para sermos "perfeitos como o Pai".


O Evangelho apresenta mais dois exemplos (antíteses),

que mostram a novidade de Jesus em relação a antiga Lei:

Perdão x vingança, Amor x Ódio... (Mt, 5,38-48)


1) PERDÃO: "Ouvistes: Dente por dente, olho por olho..."

É a conhecida Lei do talião, que não pretendia autorizar a vingança,

mas limitar: não podia ser maior do que a violência original...


EU: "Não ofereçais resistência ao malvado...":

Jesus cita quatro exemplos de situações de violência:

- Violência física: Se te bater na Face direita oferece a esquerda;

- Injustiça económica: Se tomar tua túnica dá-lhe também o manto;

- Abuso do Poder: Se mandar andar um Km anda dois;

- empréstimo: Se alguém te pedir não vires as costas.


Na lógica dos homens é uma loucura... O próprio Cristo diante da bofetada,

não ofereceu a outra face... mas protestou...

- A Lei antiga procurava limitar a violência, mas, na prática, justificava...


- JESUS: Não é suficiente...

o Cristão deve ser um sacramento de amor e de perdão.


PERDÃO: é uma extensão do amor. Através do perdão,

o amor é confirmado e a paz se faz presente na relação humana.

A não resistência ao malvado rompe o ciclo contínuo da vingança.

- Perdão é cortar o mal pela raiz, extinguindo a maldade e o ressentimento.

A dificuldade de perdoar impede o seguimento radical de Jesus Cristo

- Não é uma resignação fatalista, mas a não violência activa do amor...

(Exemplos: M.L.King, Gandhi, Dom Romero...)

- Suportar a injustiça não significa aprová-la, pode ser uma denúncia profética...

= Amar como Deus ama é o núcleo do novo.

Só assim podemos rezar o Pai Nosso: "Perdoai, assim como perdoamos..".


* O Espírito de vingança ("Talião" de hoje)

está bem enraizado também em nosso coração:

"Quem ri por último, ri melhor..."; "Não levo desaforo para casa..."


2) AMOR AOS INIMIGOS: "Ouviste o que foi dito:

Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo..."


EU: "Amai os vossos inimigos, e rezai pelos que vos perseguem..."


- Já no Antigo Testamento encontramos:

. "Não guardes ódio no coração contra teu irmão".

. "Não procures vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas".

. "Amarás o próximo como a ti mesmo..." (1ª Leitura Lv 19,1-2.17-18)


O texto esclarece que a "Santidade" que o Senhor exige

não se manifesta em formas de religiosidade externa,

mas no amor ao irmão.

Mas na prática, o amor ao próximo se limitava só para os compatriotas...


- JESUS: amplia as dimensões da caridade: amar até os inimigos...

Motivo: Uns e outros são filhos de Deus = irmãos...


A compreensão de que somos todos filhos do mesmo Pai e Mãe e

a percepção de que seu amor é sem limites leva à fraternidade universal,

à solidariedade e à partilha, vivendo-se com alegria,

tendo como meta a união e a paz.


E nos apresenta um Modelo: O Pai Celeste:

"Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito..."

A Imitação de Deus, na sua perfeição ou santidade,

concretiza-se no amor manifestado também ao inimigo.

Trata-se de um amor gratuito e desinteressado,

que supera a restrição à religião e à raça.

"Desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus".

O amor sem distinção possibilita fazer a experiência de filhos,

reproduzindo na terra a bondade do Pai celeste,

que "faz nascer o seu sol sobre maus e bons,

e faz cair a chuva sobre justos e injustos."

O amor leva a superar o espírito de hostilidade, a vingança, o ódio e o rancor, para construir a fraternidade.


Só assim nos tornamos verdadeiros filhos de Deus...

- "Se amais aos que vos amam... que recompensa tendes?

também os publicanos (pecadores) o fazem..."

- "Se saudais os vossos irmãos... Os gentios também o fazem..."


* Será um programa realizável? Ou uma Utopia para sonhadores, uma loucura?


A 2ª Leitura responde que é uma loucura para os homens,

mas é "Sabedoria" para Deus. (1Cor 3, 16-23)


+ Temos inimigos a perdoar e rezar por eles?

+ Pessoas que não gostamos ou que não gostam de nós?

+ Qual a nossa atitude para com elas?


+ A Eucaristia que celebramos é de fato

um gesto de COMUNHÃO com Deus e os irmãos?


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 20.02.2011


sábado, 19 de fevereiro de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI – JMJ 6



PARA A XXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
2011



«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé»

(cf. Cl 2, 7)

Rumo à Jornada Mundial de Madrid

6. Queridos amigos, renovo-vos o convite a ir à Jornada Mundial da Juventude a Madrid. É com profunda alegria que espero cada um de vós pessoalmente: Cristo quer tornar-vos firmes na fé através a Igreja. A opção de crer em Cristo e de O seguir não é fácil; é dificultada pelas nossas infidelidades pessoais e por tantas vozes que indicam caminhos mais fáceis. Não vos deixeis desencorajar, procurai antes o apoio da Comunidade cristã, o apoio da Igreja! Ao longo deste ano preparai-vos intensamente para o encontro de Madrid com os vossos Bispos, os vossos sacerdotes e os responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos. A qualidade do nosso encontro dependerá sobretudo da preparação espiritual, da oração, da escuta comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.

Amados jovens, a Igreja conta convosco! Precisa da vossa fé viva, da vossa caridade e do dinamismo da vossa esperança. A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e confere-lhe renovado impulso. Por isso as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não só para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está a preparar-se activamente para vos receber e para viver juntos a experiência jubilosa da fé. Agradeço às dioceses, às paróquias, aos santuários, às comunidades religiosas, às associações e aos movimentos eclesiais, que trabalham com generosidade na preparação deste acontecimento. O Senhor não deixará de os abençoar. A Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, ao anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu a obra que Deus estava a realizar nela. Pronunciando o seu «fiat», o seu «sim», recebeu o dom de uma caridade imensa, que a levou a doar-se totalmente a Deus. Interceda por cada um e cada uma de vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Garanto-vos a minha recordação paterna na oração e abençoo-vos de coração.

Vaticano, 6 de Agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.

BENEDICTUS PP. XVI

(conclusão)

(site doVaticano)


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"Do Natal ao Carnaval"



"Há dias celebramos, com ruidosas festas de variados temas, o Natal e, a seguir, o ano novo.

Em poucas semanas chegará o Carnaval ou Entrudo.

Todavia, nas famílias, entre o Natal e o Carnaval, os dias maiores eram os das “matanças do porco”.

Rara era a casa que não criava um suíno ou dois, para serem abatidos entre o Natal e a Quaresma. Deles vinha uma parte substancial da alimentação das famílias durante quase todo o ano.

No verão anterior aparecia na ilha o Raúl da ilha Terceira com uma vara de leitões, transportados nos iates do Pico, e que ele ia vendendo de terra em terra, destinados à matança do ano seguinte. Alguns, porém, tratavam-nos durante dois anos, para obterem melhor proveito: gordura ou banha, linguiça e morcelas, torresmos e carnes conservadas em salmoura, para as diversas refeições. Uma fartura. E triste da casa que não matava porco, porque tinha um ano amargurado...

O dia da matança era um dia de festa para grados e miúdos. Principalmente as crianças esperavam o dia da matança com ansiedade. Não iam à escola. Portanto um dia de folga para se divertirem com os amigos e vizinhos, com a bexiga do animal transformada em bola de futebol. No dia seguinte era o dia dos presentes e aí se arrecadavam alguns escudos para o migalheiro.

Nesse dia recebiam-se os parentes e alguns convidados para a ceia, na qual, normalmente, eram servidas as morcelas e o fígado do animal, preparado a gosto e um dos pratos mais apreciados.

Geralmente à noite, um grupo de vizinhos ia “cantar as morcelas”: – “Senhor dono da casa / está direito, não está torto / tivemos a notícia / que estava de porco morto”.

Depois de uma, por vezes prolongada lengalenga, eram convidados a entrar e a seguir servidos com aguardente e bolachas caseiras.

Mas se era dia de mascarados – quinta-feira de amigos, amigas, compadres ou comadres, ou sábado e domingo – a casa era visitada por grupos de novos e idosos mascarados, que habitualmente percorriam as casas que “recebiam mascarados” e eram todos os anos as mesmas, exibindo trajes grotescos a imitar certos indivíduos da localidade. Umas vezes iam, isoladamente, outras em grupos. A porta da sala estava aberta e todos eram recebidos cortesmente.

É, actualmente, muito raro haver matança. Nos meios urbanos deixou de criar-se porco por exigências de salubridade pública e, mesmo nas zonas rurais, algumas famílias mantém essa tradição mas, geralmente, o animal é abatido e trabalhado no Matadouro Industrial.

Assim, a pouco e pouco, vão desaparecendo, com proveito ou sem ele, as antigas tradições.

Novos tempos..."


Vila das Lajes,

17 – 01 – 2011.

Ermelindo Ávila.

(domeuretiro.blogspot.com)

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(Partilho esta transcrição do "Notas do meu retiro", porque era precisamente assim que as festas da "matança do porco" aconteciam, na casa da minha Avó. É muito bom recordar com quem também lá estava.)


MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI – JMJ 5






«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé»

(cf. Cl 2, 7)

Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas

5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).

Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!

(continua)


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cardeal Rouco Varela entregou mochila da JMJ ao Papa



"CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - O cardeal Antonio Maria Rouco Varela, arcebispo de Madri, entregou ao Papa Bento XVI, esta semana, uma das milhares de mochilas que serão distribuídas entre os jovens que participarão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O Pontífice recebeu o cardeal Rouco em audiência na biblioteca privada do Palácio Apostólico. Durante a conversa, segundo informa a Rádio Vaticano, o purpurado atualizou o Papa sobre os preparativos para a JMJ 2011, a ser realizada em agosto próximo, em Madri.

Entre outras coisas, deu-lhe um exemplar da mochila oficial da JMJ: com as cores da bandeira espanhola - vermelho e amarelo -, ela contém um terço, o livro do peregrino, um guia, uma cópia do Youcat (versão "juvenil" do Catecismo da Igreja Católica), um voucher para utilização no transporte público, um boné e um leque.

Os inscritos terão acesso aos eventos culturais relacionados à Jornada Mundial da Juventude, bem como à cobertura de seguro durante a sua estadia em Madri."


TEM UM BOM DIA DE "AMIGAS"


MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI – JMJ 4






«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé»

(cf. Cl 2, 7)

Crer em Jesus Cristo sem o ver

4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).

Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.

Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».

(continua)


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

El nacimiento de una nueva congregación religiosa

Em Lerma



El arzobispo de Burgos celebró el domingo una misa de acción de gracias por el nacimiento de una nueva congregación religiosa, integrada en su mayoría por jóvenes universitarias. …

El nuncio de Su Santidad en España, Renzo Fratini, para quien la nueva comunidad es un símbolo de «esperanza» para la Iglesia, inició la misa con la lectura del decreto de aprobación de este nuevo instituto religioso por la Congregación para los Institutos de Vida Consagrada y con el beneplácito del Papa Benedicto XVI. …

Rápido crecimiento

«Ha sido un largo camino el que nos ha traído a este día», comentó sor Verónica en su mensaje al final de la misa. Sus palabras resumían el devenir de un grupo de cerca de doscientas monjas, todas menores de 35 años y muchas de las cuales sintieron la llamada de Dios en las Jornadas Mundiales de la Juventud. Así fueron llegando progresivamente al convento de las Clarisas en Lerma (Burgos) atraídas por el carisma de Sor Verónica, quien ingresó en la orden con apenas 18 años y desde 1994 ejercía como maestra de novicias.

El rápido y continuo crecimiento de las vocaciones hizo enseguida que el espacio vital resultara insuficiente y aceptaron el ofrecimiento de los hermanos franciscanos a quienes terminaron comprando el convento de San Pedro Regalado en La Aguilera, situado a apenas 39 kilómetros de Lerma. El 4 de diciembre de 2010, el Papa dio el visto bueno para que formaran una nueva congregación religiosa. …

«Cuando Dios quiere algo, sucede»Las hermanas de la congregación religiosa más joven de España viven estos momentos con inmensa alegría y gratitud. Llevan apenas dos meses y medio de andadura «oficial», puesto que Benedicto XVI dio el visto bueno al decreto de la Congregación de la Vida Consagrada por el que se aprueba la fundación de este instituto religioso en diciembre de 2010. «Cuando Dios quiere algo, sucede», comentaba estos días a ABC una de las hermanas de Iesu Communio (Comunión de Jesús), como han decidido llamarse. Se trata de una congregación de «derecho Pontificio», lo que significa que pueden fundar conventos en otras diócesis. Llevan además una vida contemplativa (oración y penitencia) y de clausura. Sin embargo, según sus constituciones, no viven entre rejas, hacen apostolado en su propio convento y con toda probabilidad se encontrarán con el Papa en su próxima visita a Madrid en agosto.


FUENTE:ABC.ES

MAR GONZÁLEZ / L. DANIELE / BURGOS / MADRID

FOTOGRAFÍA: FÉLIX ORDOÑEZ



MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI – JMJ 3






«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé»

(cf. Cl 2, 7)

Firmes na fé

3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.

Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.

Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.

(continua)


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Benedicto XVI aprueba las catequesis del Camino Neocatecumenal.


ÁLVARO DE JUANA

CAMINEO.INFO.- Madrid/ESPAÑA.- Benedicto XVI anunció ayer en una audiencia en Roma a los iniciadores del Camino, ante miles de miembros de este itinerario de formación cristiana para adultos, que su sistema de catequesis (que a partir de ahora se llamará Directorio Catequético) ha sido aprobado por la Santa Sede después de su estudio por diversos dicasterios.

Con esta aprobación, afirmó Benedicto XVI, «el Señor confía hoy y os fía nuevamente este instrumento precioso que es el Camino Neocatecumenal».

En la misma celebración, el Papa envió en misión a 230 familias (padres con hijos, muchos con niños pequeños) para que anuncien el Evangelio a distintos países del mundo y señaló que ­«el Camino Neocatecumenal contribuye a reavivar y consolidar en las diócesis y parroquias la iniciación cristiana, favoreciendo un gradual y radical redescubrimiento de la riqueza del bautismo».

El Papa inauguró además 13 nuevas misiones «ad gentes» («entre los gentiles», es decir, los que no son cristianos ni judíos) que llevarán el Evangelio a lugares en los que no han recibido el mensaje evangélico pero también a zonas altamente secularizadas.

En la audiencia también participaron cientos de seminaristas, catequistas itinerantes, los 78 rectores de los seminarios diocesanos misioneros Redemptoris Mater y una orquesta compuesta por 150 españoles que interpretaron una bella sinfonía sobre la Virgen María.


MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI – JMJ 2






«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé»

(cf. Cl 2, 7)



Enraizados e fundados em Cristo

2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.

A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.

Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).

Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!

(continua)


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI – JMJ 1





«Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé»

(cf. Cl 2, 7)



Na nascente das vossas maiores aspirações!

1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.

Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.

(continua)


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Hoje é o dia do Senhor


VI Domingo do Tempo Comum - A






O Cristão e a Lei


A Liturgia de hoje nos dá a oportunidade de refletir

sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da LEI DE DEUS.

Para muitos, é um tabu, uma série de proibições,

que desaprovam muitas de nossas atitudes ou ações...

- Será esse o verdadeiro sentido dos Mandamentos?


A 1a Leitura nos apresenta Deus propondo os Mandamentos ao Povo de Israel,

num clima de aliança... E o povo acolhe unânime. (Eclo 5,16-21)


* Para o povo de Israel, o amor e a fidelidade à Lei

constituem toda a justiça e a santidade... apesar de muitas infidelidades...

Mas, com o passar do tempo, reduziu a Lei a uma observância

puramente externa, sem uma convicção interior mais profunda...


No Evangelho, CRISTO censura tal atitude:

"Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos escribas e fariseus,

não entrareis no Reino dos céus!"


* Não é suficiente uma fidelidade material e externa da Lei...

É preciso uma fidelidade mais profunda, interior...

E Jesus apresenta 6 exemplos concretos.

São Antíteses: "Ouvistes o que foi dito... EU, porém, vos digo..."

mediante as quais ele proclama o sentido da nova Lei.

Hoje são lidas as primeiras quatro, referentes aos temas:

Homicídio, Adultério, Divórcio e Perjúrio.

As última duas: Perdão no lugar de vingança (Lei do talião) e

e o Amor ao inimigo, em invés de ódio, fica para o próximo domingo.


1) HOMICÍDIO: "Ouvistes: Não matarás...

aquele que matar terá de responder em Juízo..."

EU: "Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão,

terá que responder em juízo..."


CONDENA: todo tipo de morte: calúnia... mentira... fraude... ofensa...

Matar lideranças, não dando espaço na comunidade...

E o ABORTO?

(Se houvesse um Raio X capaz de mostrar o cemitério

que criamos dentro de nosso coração, nós nos assustaríamos...

Quantas pessoas estão mortas, para nós!


2) ADULTÉRIO: "Ouvistes: não cometerás adultério..."

(eram bem mais severos para as mulheres).

EU: "Quem olhar para uma mulher com desejo desonesto...

já pecou em seu coração".

CONDENA: Não só o ato consumado de adultério, mas também o desejo...

o adultério de coração.... certas amizades já são adultério...

Não basta manter escondido da esposa ou do esposo as infidelidades.

"Se teu olho for ocasião de queda... corta-o"...

Não devemos tomar ao pé da letra, mas significa radicalidade.


3) DIVÓRCIO: "Ouvistes: Aquele que repudiar sua mulher,

dê-lhe um certificado de repúdio".

A lei de Moisés "tolerava" o divórcio em certos casos (união ilícita),

para preservar a mulher nesses casos: direito de igualdade.

EU: "Todo aquele que repudia sua mulher, faz com que ela adultere:

E quem se casa com ela, comete adultério".


CONDENA: O Divórcio anula a tolerância da Lei mosaica...

e afirma a indissolubilidade do vínculo matrimonial...

* Qual nossa Atitude Pastoral, hoje, para os separados, e os de 2ª União?


4) PERJÚRIO: "Ouviste: Não jurarás falso...”

EU: "Não jureis de modo algum... Vosso SIM seja SIM, vosso NÃO, NÃO.

Tudo que for, além disso, vem do Maligno..."


CONDENA: A falsidade... - E por que precisa jurar?


Não basta uma prática apenas externa da lei...

temos que obedecer, viver o espírito da Lei.


O Sermão da Montanha nesse trecho nos ensina que a vida espiritual

não está num catálogo de normas perfeitas que proíbem as más ações,

mas limpeza da fonte de todas as ações: o coração.

Pois dele procedem assassínios, adultérios, prostituições,

falsos testemunhos e difamações.


O Salmo afirma: "Feliz quem tem vida pura e segue a Lei do Senhor".


Na 2ª Leitura, Paulo fala da "Sabedoria de Deus",

tão diferente da dos homens. (1Cor 2,6-10)


E NÓS, como observamos os Mandamentos?

- Com o espírito do Antigo Testamento?

(fazer isto ou aquilo porque é lei, porque é "obrigado" ?

- Por que vou à Missa? Porque é um preceito?


"Se a justiça de vocês não for maior que a dos escribas e fariseus...

vocês não entrarão no Reino dos céus".


"Quem me AMA, guarda os meus mandamentos..."

Seja a nossa observância uma expressão sincera e profunda

do nosso amor para com Deus.


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa- 13,02.2011