A
primeira festa litúrgica de santa Teresa de Calcutá
5 de Setembro de 2016
«É muito importante para nós compreender que, para ser
verdadeiro, o amor tem que doer. Doeu a Jesus amar-nos, doeu-lhe!». As palavras
que a madre Teresa pronunciou no dia 11 de dezembro de 1979 em Oslo, por
ocasião da cerimónia de atribuição do prémio Nobel para a paz, foram recordadas
pelo cardeal Pietro Parolin na homilia da missa celebrada na praça de São Pedro
na manhã de segunda-feira 5 de setembro, primeira memória litúrgica da nova
santa.
«A meu ver – observou o secretário de Estado – estas
palavras são como um patamar; superando-o, entramos no abismo que abarcou a
vida da Santa, naquelas alturas e naquelas profundidades que são difíceis de
explorar, porque voltam a percorrer de perto os padecimentos de Cristo, o seu
dom incondicional de amor e as feridas extremamente fundas que teve de sofrer».
Portanto, a Madre Teresa «abriu os olhos sobre o sofrimento, abraçou-o com um
olhar de compaixão, todo o seu ser foi interpelado e impulsionado por este
encontro, que — num certo sentido — trespassou o coração, a exemplo de Jesus».
Deste modo, ela «descobriu nos pobres o rosto de Cristo» e «respondeu ao seu
amor incomensurável com um amor sem medida pelos pobres». Ciente de que «uma
das formas mais lancinantes de pobreza consiste em saber-se não amados, não
desejados, desprezados», madre Teresa identificou «as crianças ainda não
nascidas na sua existência como “os mais pobres entre os pobres”». Por isso
«defendeu corajosamente a vida nascente, com aquela franqueza de palavra e
linearidade de ação que é o sinal mais luminoso da presença dos profetas e dos
santos, os quais não se ajoelham diante de ninguém, mas só do Omnipotente, são
interiormente livres porque interiormente fortes e não se inclinam face às
modas ou aos ídolos do momento, mas espelham-se na consciência iluminada do sol
do Evangelho».
(osservatoreromano)
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