O Papa encontra os sobreviventes e os
familiares
das vítimas do atentado de Nice ·
Um convite a não ceder à «tentação de
responder ao ódio com o ódio e à violência com a violência» foi feito pelo Papa
Francisco aos sobreviventes e aos familiares das vítimas do massacre de Nice do
dia 14 de julho passado.
O Pontífice recebeu-os em audiência na
manhã de sábado, 24 de setembro, na sala Paulo VI, falando e encorajando
prolongadamente muitas das mil pessoas que vieram da cidade francesa ainda
abalada pela tragédia que se verificou no dia da festa nacional. No discurso
pronunciado em italiano e traduzido por um intérprete, o Papa reafirmou a
«prioridade urgente» de «estabelecer um diálogo sincero e relações fraternas
entre todos, sobretudo entre quantos confessam um Deus único e misericordioso».
«Encontro-me convosco com profunda
comoção – confidenciou – vós que sofreis porque, numa noite de festa, a
violência atingiu cegamente a vós ou a algum dos vossos queridos, sem
considerar a origem ou a religião». Por isso o Papa expressou o seu desejo «de
partilhar uma dor que se torna ainda mais forte» quando se pensa «nas crianças,
até em inteiras famílias, cuja vida foi interrompida de repente e de maneira
tão dramática». E garantiu a cada um «compaixão, proximidade e oração».
Dirigindo-se a quantos perderam os
seus queridos, o Pontífice auspiciou que «a certeza da vida eterna», partilhada
também por crentes de outras religiões, possa ser «de conforto ao longo da
vida, e constituir um forte motivo de perseverança para ir em frente com
coragem». E às «pessoas que ficaram feridas, nalguns casos mutiladas de modo
atroz» – sobretudo as que não puderam vir ou ainda estão no hospital» –
Francisco recordou que «a Igreja, nestes momentos tão difíceis, pede ao Senhor
que instile nos corações sentimentos de paz e fraternidade».
Por fim, o Papa evidenciou que «o drama vivido
pela cidade de Nice suscitou em toda a parte gestos significativos de
solidariedade e acompanhamento», frisando que sobretudo entre as pessoas
atingidas as relações inter-religiosas são «muito vivas. E isto – concluiu –
pode contribuir para aliviar as feridas».
(osservatoreromano)
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