Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no
Vaticano. Na Praça S. Pedro, cerca de 25 mil fiéis e peregrinos ouviram o Papa
Francisco falar de uma obra de misericórdia que todos conhecem, mas que
dificilmente se coloca em prática: suportar com paciência as fraquezas do
próximo.
“Com grande facilidade, sabemos reconhecer
a presença de pessoas que podem nos incomodar. Logo pensamos: por quanto tempo
deverei ouvir as lamentações, as fofocas, os pedidos ou os triunfos desta
pessoa?”, questionou o Papa, recordando que na maioria das vezes são pessoas
próximas a nós, como parentes e colegas de trabalho.
Na Bíblia, Deus nos ensina a ser pacientes e misericordiosos, como Ele
mesmo o foi com o povo hebreu que se lamentava contra Ele durante o Êxodo, ou
como Jesus que, aos Apóstolos tentados pelo poder e pela inveja, procurava, com
muita paciência, fazer-lhes enxergar aquilo que era o essencial na sua missão.
Exame de consciência
É fácil falar dos defeitos dos outros, disse o Papa, mas nós fazemos um
exame de consciência para ver se somos nós que importunamos?
Neste sentido, são importantes também outras duas obras de misericórdia:
ensinar os ignorantes e corrigir os que erram. “Penso por exemplo nos catequistas
– entre os quais as muitas mães e religiosas – que dedicam tempo para ensinar
às crianças os elementos basilares da fé. Quanto esforço, sobretudo quando os
jovens preferiram brincar ao invés de ouvir o catecismo!”
Acompanhar na busca do essencial é belo
e importante, disse o Papa, porque nos faz compartilhar a alegria de saborear o
sentido da vida. Diante de pessoas que buscam satisfações imediatas e efêmeras,
é muito importante saber dar conselho, admoestar e ensinar.
Evitar as tentações da inveja, ambição e adulação
Para Francisco, ensinar a descobrir o que o Senhor quer de nós e como
podemos corresponder significa colocar-se no caminho para crescer na própria
vocação e evitar de cair na inveja, na ambição e na adulação – tentações sempre
à espreita inclusive entre os cristãos.
Todavia – advertiu o Pontífice –, aconselhar, admoestar e ensinar não
nos devem fazer sentir superiores aos outros, mas nos obriga a olhar para nós
mesmos para verificar se somos coerentes com aquilo que pedimos aos outros.
“Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, concluiu o Papa: ‘Por que
olha para o cisco no olho do irmão, ignorando a trave que está no seu? Que o
Espírito Santo nos ajude a ser pacientes em suportar e humildes e simples ao
aconselhar.”
Infância e Adolescência
Depois de sua catequese, o Pontífice
recordou que no próximo domingo, 20 de novembro, celebra-se o Dia Mundial dos
direitos da infância e da adolescência.
“Faço um apelo à consciência de todos,
instituições e famílias, para que as crianças sejam sempre protegidas e o seu
bem-estar, tutelado, para que jamais caiam em formas de escravidão,
recrutamento em grupos armados e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade
internacional possa proteger suas vidas, garantindo a cada menino e menina o
direito à escola e à educação, para que seu crescimento seja sereno e olhem com
confiança para o futuro.”
radiovaticana
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