domingo, 25 de junho de 2017

HOJE É O DIA DO SENHOR



XII DOMINGO DO TEMPO COMUM


O Medo

No domingo passado, vimos que Deus chama e envia
inúmeras pessoas para realizar seu Plano de Salvação. 

As leituras bíblicas deste domingo falam das dificuldades
que os discípulos encontrarão para serem fiéis a esse chamado,
mas garantem também que o amor de Deus não os abandona.

A 1a Leitura apresenta o drama vivido pelo profeta do JEREMIAS.
Para ser fiel à sua missão, experimenta perseguição, solidão e abandono.
No entanto não deixa de confiar em Deus. (Jr 20,10-13)

No começo, teve medo e resistiu:
     "Vê, Senhor, que eu não sei falar, sou ainda menino".
- E o Senhor não desiste:
      "Para onde eu te enviar, irás; e o que eu te mandar, falarás:
       não tenhas MEDO, pois eu estarei contigo para te livrar".
- Acolhendo a ordem do Senhor, Jeremias vai a Jerusalém e
diante do templo pronuncia um discurso violento:
acusa as autoridades, desmascara suas trapaças e
prediz a destruição do templo de Jerusalém.
- A reação foi imediata: foi preso incomunicável numa cruel prisão...
Considerado um "Profeta da desgraça",
sentiu-se repudiado pelo povo e abandonado pela própria família...

- Aí surgem as "Lamentações de Jeremias",
que são verdadeiros desabafos do profeta na sua amargura.
No entanto não deixou de confiar em Deus,
e exclama: "Tu, Senhor, estás comigo"...
Ele sabe que Deus nunca abandona aqueles que procuram
testemunhar no mundo as suas propostas, com coragem e verdade.

Na 2ª Leitura, Paulo afirma que para a salvação o essencial
não é cumprir a Lei de Moisés, mas acolher a oferta de Salvação
que Deus faz a todos por Jesus. (Rm 5,12-15)

O Evangelho continua o "Sermão apostólico". (Mt 10,26-33)

São recomendações de Jesus ao enviar os apóstolos em Missão.
Jesus repete três vezes: "não tenhais medo".
Pois quem tem medo não é mais livre. E aponta três tipos de medo:

1. Medo do fracasso (fiasco).
   JC. garante: Apesar das provocações e dificuldades,
         a sua mensagem se difundirá e transformará o mundo...
2. Medo da morte: (maus tratos... ou a própria morte...)
   JC. afirma que decisivo não é a morte física, mas perder a vida definitiva.
3. Medo pela sobrevivência (por causa da perseguição...):
JC. convida os discípulos a terem confiança na Providência de Deus.
E ilustra a solicitude de Deus com duas imagens:
Os pássaros de que Deus cuida e
os cabelos, cujo número só Deus conhece...
Se Deus cuida dos pássaros... tanto mais dos discípulos do seu Filho...
Não tenhais medo dos homens... tende confiança em Deus!

+ O Medo ainda nos acompanha:
- Por Medo, a pessoa se tranca dentro de seu pequeno mundo,
  cada vez mais se isola da sociedade.
- Por Medo, levanta muros protetores cada vez mais altos,
  criam-se condomínios mais fechados e seguros,
  como se isso resolvesse o problema do medo.
- Medo da doença... do desemprego... (Qual o nosso maior medo?)

O MEDO é também um grande impedimento
ao anúncio do Evangelho e à sincera profissão de fé.
- Por Medo de serem criticados ou desprezados,
muitos deixam de anunciar as maravilhas do Reino.
- Por Medo ou vergonha, muitos se omitem diante dos critérios em voga
sobre amor e família, sexo e casamento, matrimônio e divórcio, vida e aborto, educação e liberdade, dinheiro e direitos humanos.
E quando os princípios da moral cristã são taxados de antiquados,
ficam assustados, confusos, desorientados... 
Será que vale a pena continuar remando contra a maré?
- E por medo ou vergonha, se calam... e cedem ao velho respeito humano...

Para esses, Jesus adverte: "Quem me negar diante dos homens,
também eu o negarei diante do meu Pai, que está nos céus".

A Palavra de Deus de hoje convida-nos a não ter medo.
Convida-nos a ter a coragem das nossas idéias, a força da fé,
a coragem do anúncio cristão, do testemunho... a intrepidez da verdade.

Ele nos garante: "Não tenhais medo, eu venci o mundo".
E com ele também nós venceremos...

+ Migrante: Celebramos, de 18 a 25/06 a 32ª Semana do Migrante com o tema ‘Migração, biomas e bem viver’.
O lema ‘Uma oportunidade para imaginar outros mundos’ é um convite
à mudança de mentalidade ecológica frente a um sistema que explora a natureza.
A migração forçada pelo medo de um sistema injusto que exclui milhões
de seres humanos, obrigando-os a migrar para sobreviver e salvar suas vidas.
"Assim, para diminuir as desigualdades e injustiças reinantes no mundo,
é possível imaginar e construir outra forma de bem viver a vida,
baseada na redução da produção e do consumo.
Um caminho para reconstruir uma sociedade decente,
não de abundância material, mas de um mundo sem miseráveis".

                                           

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 25.06.2017


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