Na homilia na Casa Santa Marta, Francisco falou de três
características do cristão para viver a alegria pascal: obediência, testemunho
e concretude.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco retomou
as celebrações matutinas na capela da Casa Santa Marta. Na sua homilia desta
quinta-feira (12/04), o Pontífice se inspirou na alegria pascal para ressaltar
três características: obediência, testemunho e concretude.
Os 50 dias do tempo
pascal foram para os apóstolos um “tempo de alegria” pela Ressurreição de
Cristo. Uma alegria verdadeira, mas ainda duvidosa, temerária, enquanto depois,
com a descida do Espírito Santo, a alegria se tornou “corajosa”: antes
“entendiam porque viam o Senhor, mas não entendiam tudo”, estavam felizes mas
não conseguiam entender. “Foi o Espírito Santo que os fez entender tudo”,
afirmou o Papa.
Obediência
Como narra a primeira
leitura extraída dos Atos (At 5,27-33), os Apóstolos são levados diante do
Sinédrio, onde o sumo sacerdote lhes recorda a proibição de ensinar em nome de
Jesus. “É preciso obedecer a Deus ao invés do que aos homens”: é a resposta de
Pedro. A palavra “obediência” retorna também no Evangelho do dia (Jo 3,31-36).
E o Papa a destaca que
“uma vida de obediência” é aquela que caracteriza os apóstolos que receberam o
Espírito Santo. Obediência para seguir a estrada de Jesus, que “obedeceu até ao
fim” como no Monte das Oliveiras. Obediência que consiste em fazer a vontade de
Deus. A obediência é o caminho que o Filho “nos abriu”, disse Francisco, e o
cristão, portanto, “obedece a Deus”, assim como fizeram os apóstolos.
Ao invés, os sacerdotes
queriam comandar e resolver tudo com uma gorjeta: “a propina chegou até ao
Sepulcro”. Assim se resolvem as coisas do mundo, disse o Papa, isto é, “com
coisas mundanas”. A primeira é “o dinheiro”, do qual o diabo é o senhor, e
sobre o qual o próprio Jesus diz que não se pode servir a dois senhores.
Testemunho
A segunda característica
dos apóstolos é “o testemunho”: “o testemunho cristão incomoda”, afirmou o
Papa. Um pouco talvez procuramos um “meio-termo” entre o mundo e nós, mas o
testemunho cristão não conhece “meio-termo”. “Conhece a paciência de acompanhar
as pessoas que não compartilham o nosso modo de pensar, a nossa fé, de tolerar,
mas jamais de vender a verdade”, reiterou:
Primeiro, obediência.
Segundo, testemunho, que incomoda tanto. E todas as perseguições que existem,
daquela época até hoje... Pensem nos cristãos perseguidos na África, no Oriente
Médio… Mas existem mais do que nos primeiros tempos, na prisão, degolados,
enforcados por confessar Jesus. Testemunho até o fim.
Concretude
A concretude dos
apóstolos é, enfim, o terceiro aspecto sobre o qual reflete o Papa: falavam de
coisas concretas, “não de fábulas”. Assim como os apóstolos viram e tocaram,
cada um de nós, disse ainda Francisco, “tocou Jesus na própria vida”:
Acontece que muitas vezes
os pecados, os comprometimentos, o medo, nos fazem esquecer este primeiro
encontro, do encontro que nos mudou a vida. Eh sim, nos remete a uma lembrança,
mas a uma lembrança aguada; nos faz cristãos mas como “colônia de rosas”.
Aguados, superficiais. Pedir sempre a graça ao Espírito Santo da concretude.
Jesus passou pela minha vida, pelo meu coração. O Espírito entrou em mim.
Talvez, depois, tenha esquecido, mas a graça da memória do primeiro encontro.
Portanto, é tempo de
pedir a alegria pascal.
Vamos pedi-la uns aos
outros, mas aquela verdadeira alegria que vem do Espírito Santo, que dá o
Espírito Santo: a alegria da obediência pascal, a alegria do testemunho pascal
e a alegria da concretude pascal.
(vaticannews)
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