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WALSINGHAM,
05 Abr. 18 / 05:00 pm (ACI).-
Em um acontecimento pouco comum na Igreja Católica,
pai e filho serão ordenados sacerdotes nos Estados Unidos. Trata-se de Peter
Infanger e seu filho, o diácono Andrew Infanger.
Peter,
de 63 anos, ficou viúvo em 2013 depois que a sua esposa Michelle faleceu de
câncer de mama. Naquele ano, seu filho Andrew foi aceito no Seminário São
Francisco de Sales da Arquidiocese de Milwaukee, (Wisconsin), segundo uma
entrevista publicada em 30 de março em ‘Milwaukee Journal Sentinel’.
Depois de
ficar viúvo, Peter entrou em um processo de discernimento vocacional e, em
2014, foi aceito como seminarista. Agora, em 2018, completa o seu quarto ano no
Seminário Mundelein, nos arredores de Chicago (Illinois). Em 2019, será
ordenado diácono e, em seguida, “se Deus quiser”, espera seguir seu filho no
sacerdócio.
Por sua
parte, Andrew, de 30 anos, será ordenado sacerdote em menos de dois meses.
“Não é a
norma e isto geralmente não acontece, mas não existe uma regra em relação à
idade. Geralmente, as pessoas da sua idade (do seu pai) seriam desqualificadas,
mas revisam cada caso. No caso dele é mais se está saudável e pode realizar os
estudos, essas provavelmente são as duas coisas mais importantes”, comentou
Andrew.
Peter
disse que a morte da sua esposa foi “uma das piores coisas que aconteceu”.
Entretanto, assegurou que Deus lhe deu “uma segunda vocação para ajudar os
outros”.
“Muitas
pessoas se aproximaram de mim e disseram: ‘Meu Deus, você foi casado durante 34
anos, realmente entende o que significa estar casado. Você pode me ajudar?’”,
contou.
‘Milwaukee Journal Sentinel’ assegura que a relação entre Andrew e Peter é tão
próxima que em algumas ocasiões durante a entrevista costumavam terminar a
frase do outro indistintamente.
O caminho de Andrew e Peter ao sacerdócio
Quando
era jovem, Andrew frequentava a Missa todos
os domingos. Estudou em escolas paroquiais e passava suas férias em um
acampamento administrado por monges beneditinos. Estudou Teologia em uma
pequena universidade católica.
Embora
nunca tenha se considerado um modelo de cristão ou piedoso o suficiente para
tornar-se sacerdote, em um momento da sua vida recebeu
o chamado de Deus ao sacerdócio.
“Andrew
é uma pessoa inteligente, mas muito simples, acho que ele fala ao coração com a
mensagem de Jesus de uma maneira que as pessoas podem relacionar e
compreender”, disse o seu mentor, Pe. Timothy Kitzke.
Depois da
sua ordenação, Andrew será enviado a West Bend, onde servirá nas paróquias de
St.
Frances Cabrini e St. Mary Inmaculate Conception.
Por sua
parte, o caminho de Peter começou aos 34 anos. Naquela época – quando Andrew
tinha apenas dois anos –, ele queria renunciar o seu trabalho e fazer caridade
em um lugar como ‘Catholic Charities’.
A esposa
de Peter o encorajou a continuar no seu trabalho relacionado ao marketing, mas
também a participar de atividades religiosas fora do horário de trabalho.
“Então
foi isso o que eu fiz. Foi professor de religião e voluntário na minha
paróquia. Durante 10 anos, trabalhei no Ministério da Justiça Penal com os
presos”, disse Peter, que mais tarde decidiu começar os estudos bíblicos.
Alguns
anos depois, ao perder a sua esposa e o seu trabalho, sentiu-se obrigado a
tomar uma decisão de vida.
“Eu perguntei:
Por que estou aqui? Para onde eu vou depois disso? O que Deus quer que eu
faça?”, disse Peter.
Andrew,
que nessa época já era seminarista, encorajou o seu pai a compreender o que
Deus queria para ele, não só em relação ao seu novo trabalho. Pouco tempo
depois, Peter assegurou-lhe que queria entrar no seminário.
Para
ter certeza de que Deus realmente o chamava ao sacerdócio, Peter chamou o Bispo
de Joliet (Illinois), Dom Daniel Conlon, que finalmente concedeu a sua
aprovação.
“Peter
Infanger está acima da idade geralmente aceita para a formação no seminário.
Mas a Igreja age pela graça de Deus e, em certas ocasiões, há circunstâncias
extraordinárias. No caso de Peter, foi realizado um processo no qual entendeu
que o Senhor realmente estava chamando-o ao ministério”, disse Dom Conlon em
uma declaração.
No final
da entrevista, Peter assegurou que a sua falecida esposa teria ficado feliz de
ver as escolhas que ele fez.
“Quando
ela entrou no hospital, uma das primeiras coisas que disse às enfermeiras foi como
se sentia orgulhosa que o seu filho, Andrew, fosse sacerdote”, concluiu.
(acidigital)
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