sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Epifania: experiência viva, de grande atualidade na Turquia



O vigário apostólico de Anatólia, Dom Paolo Bizzeti, lê um trecho do Evangelho de Mateus sobre a adoração dos Magos, à luz da experiência da Igreja na Turquia. “Os que estavam longe se aproximaram, e alguns dos mais próximos reagiram com frieza”. “Hoje, aqui na Turquia, vêm pessoas do Oriente em busca de Cristo, algumas vezes visto na internet ou em um livro”
Cidade do Vaticano

“Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judéia, na época do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: 'Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. Assim começa o Evangelho de Mateus sobre a Epifania, que é a “experiência viva, de grande atualidade” na Turquia. São palavras de Dom Paolo Bizzeti, 71 anos, há 3 anos vigário apostólico em Anatólia.

Os magos e muitos pagãos que se tornam discípulos


“O texto do Evangelho de Mateus é muito meditado – comenta dom Paolo - é um texto no qual Mateus, depois de muitos anos dos acontecimentos de Jesus e em vista da entrada de tantos pagãos entre os seus discípulos relembra da vida do Senhor e se dá conta de que desde o início, os que estavam longe se aproximaram e ao invés, alguns dos que estavam próximos – infelizmente – se manifestaram como se estivessem longe. Portanto é uma outra reviravolta nos acontecimentos natalinos de Jesus: os que estão longe se aproximam e os que estão próximos reagem com frieza como Herodes, os sacerdotes, os escribas, os que sabem tudo”.

A incrível novidade de um Deus pobre com os pobres


“Sabem quando deve nascer o Messias, onde… mas mesmo assim ficam em Jerusalém, porque estão fechados nas suas dinâmicas de poder, religiosas, enquanto estes magos representam os homens em busca da verdade, de um Deus autêntico e se deixam guiar aceitando finalmente esta maravilha, esta incrível novidade de um Deus que se faz pequeno com os pequenos, carinhoso com os carinhosos, pobre com os pobres. Portanto – novamente – o Evangelho nos apresenta uma reviravolta daquela que é a lógica à qual somos acostumados”.

Os novos magos de hoje, atraídos pela estrela que é Jesus


“Tudo isso para nós, aqui na Turquia, é experiência viva e presente, porque temos pessoas que vêm do Irã, do Afeganistão, do Turquemenistão, de outros países do Oriente, na busca de Cristo para aprofundar a intuição que tiveram de modo extremamente diverso uns dos outros. Alguns pela internet, outros através de livros, ou até sonhos. Tiveram a intuição de que Jesus é a verdadeira estrela de ilumina cada homem e se deslocaram até aqui, neste país, onde certamente a possibilidade de continuar sua busca religiosa é maior do que em seus países de origem. Para nós este trecho de Mateus é de grande atualidade”.

Medo do estrangeiro e os Reis Magos


Considerando que no Ocidente é muito difuso o medo do estrangeiro, perguntamos a Dom Paolo: o que pode nos ensinar este episódio dos Magos?
Dom Paulo responde: “O medo do estrangeiro, o medo do diverso, dos que estão em busca de algo e desestabilizam a situação existe por tudo. Também aqui na Turquia. Certamente acontece na Europa que atualmente se tornou uma fortaleza impenetrável. Creio que devemos encontrar aquela abertura e disponibilidade que os magos representam, ou seja, pessoas que sejam capazes de ir além de si mesmos e de se abrirem. Se não há abertura não pode haver progresso: nem na verdadeira religião nem na vida dos povos. É preciso arriscar esta aventura como eles, que atravessaram países, vieram de longe e que no final colocaram à disposição tudo o que tinham porque isso também é milagre: pessoas que colocam a disposição tudo o que têm para esta pequena família pobre, mas que representa o Senhor, Deus. É uma narração muito simbólica entre a busca humana e revelação divina, entre céu e terra que se encontram na gruta de Belém".

(vaticannews)

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