Jan 24, 2019 - 23:36
Cerca de 200 mil pessoas dos cinco continentes
celebraram chegada de Francisco aos eventos do maior acontecimento juvenil
organizado pela Igreja Católica
Cidade do Panamá, 24 jan 2019 (Ecclesia)
– O Papa foi hoje recebido no Panamá pelos participantes na Jornada Mundial da
Juventude (JMJ), no seu primeiro contacto com os peregrinos católicos dos cinco
continentes, convidando todos a rejeitar “muros”.
“Os construtores de muros, semeando o
medo, procuram dividir” as pessoas, disse Francisco, na cerimónia de
acolhimento na JMJ 2019.
A intervenção destacou a importância da
“cultura do encontro”, e pediu aos participantes no evento que mantenham vivo
“um sonho comum”, com a sua fé em Jesus.
Os jovens, observou o Papa, devem ser
“construtores de pontes”, uma frase que a multidão repetiu.
A festa no Campo Santa Maria la Antígua,
onde o altar representava simbolicamente o Pacífico, subiu de tom quando o
papamóvel chegou, ao som do hino da JMJ.
Francisco foi recebido por dois jovens
que o acompanharam na passagem por uma réplica das comportas do Canal do
Panamá, ao encontro de representantes dos cinco continentes, incluindo um
peregrino de Portugal: Joaquim Goes, com a t-shirt verde do Serviço da
Juventude do Patriarcado de Lisboa, em nome de todo o continente europeu.
A
cultura do encontro é apelo e convite a termos a coragem de manter vivo um
sonho comum. Sim, um sonho grande e capaz de envolver a todos”.
O Papa preside pela terceira vez a uma
edição internacional da JMJ, a primeira depois da assembleia do Sínodo dos
Bispos que, em outubro de 2018, debateu no Vaticano a relação entre a Igreja
Católica e os jovens.
“Reunidos no Panamá, a Jornada Mundial da
Juventude é mais uma vez uma festa de alegria e esperança para toda a Igreja e,
para o mundo, um grande testemunho de fé”, disse.
Francisco explicou que a ideia não é
“criar uma Igreja paralela, um pouco mais jovial”, mas caminhar em conjunto, no
serviço concreto ao próximo.
“O Cristianismo é Cristo”, repetiu, com
os jovens da JMJ.
Na sua intervenção, o pontífice desafiou
as novas gerações a avançar sem “medo de arriscar e caminhar”, encontrando a
comunhão nas diferenças.
“Nenhuma diferença nos conseguiu parar”,
exclamou.
Francisco falou do amor de Deus como um
“amor que vale a pena” e abre “novos horizontes”.
“Queridos jovens, esta Jornada não se
revelará fonte de esperança por um documento final, uma mensagem consensual ou
um programa a aplicar. Este encontro irradia esperança, graças aos vossos
rostos e à oração”, prosseguiu.
O Papa despediu-se com votos de que o
Panamá “não seja apenas um canal que une mares, mas também canal onde o sonho
de Deus continua a encontrar pequenos canais para crescer e multiplicar-se”.
Os participantes ofereceram um presente
ao pontífice: uma estola feita de “mola” (artesanato em tecido feito pelos
índios Guna do Panamá).
O pontífice pediu um “forte aplauso” para
os jovens indígenas e afrodescendentes, elogiando o “sacrifício” que muitos dos
participantes na JMJ 2019 tiveram de fazer, para estar no Panamá.
Francisco citou Bento XVI, seu
predecessor, e também pediu à multidão que saudasse o Papa emérito.
A cerimónia de acolhimento foi antecedida
por várias horas de animação, com música, encenações e momentos de reflexão que
reuniram cerca de 200 mil peregrinos dos cinco continentes, no maior evento
juvenil promovido pela Igreja Católica.
Bandeiras de todos os países com
peregrinos inscritos desfilaram junto ao Oceano Pacífico.
Em palco estiveram artistas e bandas de
vários géneros musicais, como DJ Herkinbuelvas, Jesse Demara, Invoxdei,
Halleluya Band, La voz del Desierto, Acts of the Apostles ou The Sun.
Após a intervenção do Papa, e antes da
despedida, jovens de diferentes países, incluindo um venezuelano e um angolano,
apresentaram preces em diferentes línguas.
Esta sexta-feira, Francisco vai presidir
a uma celebração penitencial, com jovens reclusos do Centro Correcional de
Menores Las Garças de Pacora, uma localidade situada a 46 quilómetros da
capital, Cidade do Panamá.
Nesse mesmo dia, depois de regressar de
helicóptero à Nunciatura Apostólica, Francisco estará de novo, pelas 17h30
(22h30 em Lisboa), no Campo Santa Marta la Antígua, para presidir à Via-Sacra
com os jovens.
OC
(Agência ECCLESIA)
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