“Beber da fonte de água que dá a
vida eterna”
JMJ 2019 Panamá
26/01/2019
Devemos reagir “voltando a beber do poço originário do primeiro
amor”. São palavras do Papa Francisco durante a homilia da Santa Missa na
presença de numerosos Sacerdotes, Consagrados e Movimentos Leigos, na CAtedral
de Santa Maria la Antigua
Jane Nogara – Cidade do Vaticano
No terceiro dia da
Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco celebrou a
Santa Missa com a dedicação do altar da Catedral Basílica Santa Maria La
Antigua, com a presença de numerosos Sacerdotes, Consagrados e Movimentos
Leigos.
O Papa iniciou sua
homilia comentando um trecho do Evangelho de João no qual diz que Jesus,
“cansado da caminhada, sentou-Se, sem mais, na borda do poço. Era por volta do
meio-dia”. Entretanto, chegou certa mulher samaritana para tirar água.
Disse-lhe Jesus: “Dá-Me de beber”.
Francisco parte deste
fato: Jesus cansado de caminhar, precisava aplacar e saciar a sede e recuperar
as forças, para continuar a sua missão: “levar a Boa-Nova aos pobres, curar os
corações feridos, proclamar a libertação aos cativos e consolar os que sofriam
(…) Todas são situações que nos tolhem a vida e a energia”.
“ Mas o Senhor cansou-Se
e, nesta fadiga, encontra lugar tanto cansaço dos nossos povos e da nossa
gente, das nossas comunidades e de todos aqueles que estão cansados e oprimidos
”
O cansaço da esperança
São múltiplas as causas e
os motivos que “quebratam a vida dos consagrados”. O Papa fala de uma situação
que “parece ter-se instalado nas nossas comunidades”. É uma “espécie sutil de
cansaço, que nada tem a ver com o cansaço do Senhor”:
“Trata-se do cansaço da
esperança” que não deixa avançar e nem olhar para diante. Como se tudo ficasse
confuso” e “pondo em questão as forças, os recursos e a viabilidade da missão
neste mundo que não cessa de mudar e interpelar”.
“É um cansaço
paralisador” disse o Papa que coloca também “em dúvida, a própria viabilidade
da vida religiosa no mundo de hoje”.
“ O cansaço da esperança
nasce da constatação de uma Igreja ferida pelo seu pecado e que, muitas vezes,
não soube escutar tantos gritos nos quais se escondia o grito do Mestre: ‘Meu
Deus, porque me abandonaste?’ ”
(…) e isso faz com que se
instale um pragmatismo cinzento no coração das nossas comunidades” dando espaço
a “uma das piores heresias do nosso tempo: pensar que o Senhor e as nossas
comunidades não têm nada para dizer nem dar a este mundo novo em gestação. Então
aquilo que um dia nasceu para ser sal e luz do mundo, acaba por oferecer a sua
versão pior”.
Devemos reagir
Como o Senhor, devemos
pedir: “Dá-me de beber” para receber daquela “fonte de água que dá a vida
eterna” para voltar, sem medo, ao poço originário do primeiro amor, quando
Jesus passou pelo nosso caminho, olhou-nos com misericórdia e pediu que O
seguíssemos” e “nos fez sentir que nos amava, e não só pessoalmente mas também
como comunidade”.
“Dá-Me de beber»
significa “recuperar a parte mais autêntica dos nossos carismas fundacionais –
que não se limitam apenas à vida religiosa, mas a toda a Igreja – e ver as
modalidades em que se podem expressar hoje (…) significa reconhecer-se
necessitado de que o Espírito nos transforme em homens e mulheres memoriosos de
uma passagem, a passagem salvífica de Deus”. Só assim “a esperança cansada será
curada”, pronta para retomar a missão com a força de Jesus.
Catedral panamenha
Por fim o Papa falou da
reabertura da Catedral depois de um longo tempo de restauração: “Uma Catedral
espanhola, índia e afro-americana torna-se, assim, Catedral panamenha, dos
panamenhos de ontem, mas também dos de hoje que a tornaram possível. Já não pertence
só ao passado, mas é beleza do presente (…) não deixemos que nos roubem a
beleza herdada dos nossos pais! Seja ela a raiz viva e fecunda que nos ajuda a
continuar fazendo bela e profética a história da salvação nestas terras”.
(vaticannews)
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