"A minha carne é verdadeiro alimento
e o meu sangue bebida verdadeira"
A reprodução sacramental na Santa Missa do sacrifício de Cristo coroado pela sua ressurreição implica uma presença muito especial, que – para usar palavras de Paulo VI – «chama-se «real», não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem «reais», mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem». Reafirma-se assim a doutrina sempre válida do Concílio de Trento: «Pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação». Verdadeiramente a Eucaristia é "mysterium fidei", mistério que supera os nossos pensamentos e só pode ser aceite pela fé, como lembram frequentemente as catequeses patrísticas sobre este sacramento divino. «Não hás-de ver – exorta S. Cirilo de Jerusalém – o pão e o vinho [consagrados] simplesmente como elementos naturais, porque o Senhor disse expressamente que são o seu corpo e o seu sangue: a fé t'o assegura, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa».
"Adoro te devote, latens Deitas": continuaremos a cantar com S. Tomás, o Doutor Angélico. Diante deste mistério de amor, a razão humana experimenta toda a sua limitação. Compreende-se como, ao longo dos séculos, esta verdade tenha estimulado a teologia a árduos esforços de compreensão.
São esforços louváveis, tanto mais úteis e incisivos se capazes de conjugarem o
exercício crítico do pensamento com a «vida de fé» da Igreja, individuada especialmente «no carisma da verdade» do Magistério e na «íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais» sobretudo os Santos. Permanece o limite apontado por Paulo VI: «Toda a explicação teológica que queira penetrar de algum modo neste mistério, para estar de acordo com a fé católica deve assegurar que na sua realidade objectiva, independentemente do nosso entendimento, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de modo que a partir desse momento são o corpo e o sangue adoráveis do Senhor Jesus que estão realmente presentes diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho».
[Comentário ao Evangelho do dia feito por João Paulo II]
LEITURA I Deut 8, 2-3.14b-16a
SALMO RESPONSORIAL Salmo 147, 12-13.14-15.19-20
Refrão: Jerusalém, louva o teu Senhor.
LEITURA II 1 Cor 10, 16-17
«Há um só pão, formamos um só corpo»
ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 51-58
«A minha carne é verdadeira comida, o meu sangue é verdadeira bebida»
(Solenidades)
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