segunda-feira, 13 de junho de 2011

Santo António de Lisboa, presbítero e doutor.








No século XIII Santo António já era patrono de cerca de quarenta Igrejas em Portugal. Não se sabe exactamente quando o culto foi divulgado no nosso país. Segundo a tradição, quando Gregório IX, no dia 30 de Maio de 1232, em Espoleto, procedia à canonização de Santo António, os sinos tocavam à mesma hora em Lisboa, sendo isso considerado como um sinal sobrenatural. O povo tomou para si este Santo, que se tornou, no século XVI, o Santo Nacional dos Portugueses, mas moldou-o às suas próprias necessidades. Aparece nos altares das Igrejas com diversos atributos: protector da cidade, das casas e das famílias, advogado das almas do purgatório, advogado dos bons casamentos, protector dos animais, fazedor de milagres, advogado dos objectos perdidos, ajudante dos que combatem, curador dos doentes, protector dos náufragos, aquele que livra os homens das tentações demoníacas.
Não faltam lugares e quintas com o seu nome, de tal forma que em Lisboa, leitarias, farmácias e drogarias foram colocadas sob a protecção de Santo António, com vista aos bons negócios e ajuda dos seus proprietários. A devoção chegou mesmo aos artistas populares, lembremo-nos de algumas peças expostas no Museu Antoniano de Lisboa, ali mesmo ao lado da Igreja de Santo António, e que bem merece uma visita.
A própria toponímia do país está recheada com o seu nome. Claro que Lisboa se orgulha especialmente deste Santo fazendo-lhe festas de arromba nos bairros mais populares, repletos de ruelas enigmáticas e sedutoras, que sobem e descem obedecendo aos caprichos da velha Olissipo… O Castelo e Alfama usam engalanar-se para receber o Santo António no mês de Junho. Preparam-se as marchas e vestem-se as ruas de fitas coloridas que parecem tocar o céu de Lisboa. Nos pequenos largos onde desaguam as vielas e escadinhas, nascem esplanadas para se comer sardinha assada entre o perfume dos manjericos e os sons dos bailaricos. Várias ruas exibem com orgulho os tronos de Santo António. Esta tradição remonta a 1755 quando o Terramoto destruiu a capital e se fez um peditório para ajudar a reconstruir a Igreja de Santo António que então ficara parcialmente destruída. A tradição já não tem o mesmo significado, mas para os lisboetas não importa… Santo António é festa em Alfama e no Castelo e todos os anos Lisboa mostra ser ainda a cidade jovem e ingénua que se encanta com as guitarradas e com o Tejo.
O facto de ter sido canonizado um ano após a sua morte, mostra-nos bem qual a importância que teve como Homem, para lhe ter sido atribuída tal honra. Este acto foi realizado pelo Papa Gregório IX, que lhe chamou "Arca do Testamento".

(Solenidades)


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