XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM
Como Zaqueu
Com freqüência,
somos levados a olhar nas pessoas
só os
aspectos negativos...
Como é o
OLHAR DE DEUS?
Na 1ª
Leitura, vemos o Olhar de Deus:
"Os olhos de Deus são diferentes dos
nossos". (Sb
11,22-12,2)
O autor
sagrado manifesta o seu espanto porque o castigo de Deus
sobre os
egípcios tinha sido moderado e benevolente.
E encontra
três razões para justificar essa benevolência de Deus:
1. Ele é paciente porque é grande
e poderoso...
Não se sente
incomodado pelos atos dos que são pequenos e finitos.
Daí resulta
a tolerância e a misericórdia...
2. Ele
não quer a morte do pecador, mas a sua conversão.
Por isso:
"Deus fecha os olhos" diante
do pecado do homem,
a fim de o convidar
ao arrependimento.
3. Deus
ama todas as criaturas: Porque tudo é obra de suas mãos...
Ele não está
interessado em castigar os homens.
Os próprios
males não são "castigos de Deus".
Servem até
como remédio para que o homem ponha os pés no chão,
reconheça
seus pecados e enverede pelos caminhos da vida.
* Essa
imagem do amor e da misericórdia de Deus deve nos impregnar
e
transparecer em gestos para com os nossos irmãos.
Na 2ª Leitura, vemos o Olhar de Paulo. (2Tm 1,11-22)
O Apóstolo lembra que Deus é o protagonista na
salvação do homem.
Deus está
sempre no princípio, no meio e no fim...
É ele quem
anima e dá forças ao longo da caminhada;
é ele quem
nos espera no final do caminho, para nos dar a vida plena.
* A salvação
não é uma conquista nossa, mas um dom de Deus
No Evangelho vemos o Olhar de Jesus, no
encontro com Zaqueu. (Lc 19,1-10)
+ ZAQUEU é chefe dos Publicanos, um chefe
de ladrões...
homem de "baixa
estatura", pequeno, insignificante aos olhos dos homens,
desprezado e
rejeitado da comunidade...
- Este homem
procurava "ver Jesus".
O
"Ver" indica aqui mais do que curiosidade,
indica uma
procura intensa de algo novo, uma ânsia de descobrir o "Reino",
um desejo de
fazer parte dessa comunidade de Salvação que Jesus anunciava.
- No
entanto, o Mestre devia lhe parecer distante e inacessível,
rodeado
desses "puros" e "santos", que desprezavam os marginais
como ele.
- O
"subir num sicômoro" indica um desejo muito forte de encontro com
Jesus, disposto a enfrentar até o ridículo ou as vaias da multidão.
+ JESUS vai ao Encontro dele.
Deixa o
grupo dos "fiéis" e preocupa-se com o "pecador".
Ergue os
olhos e vê o "pequeno"... Chama-o pelo nome: Zaqueu ("puro").
Ele se
autoconvida: "Desce depressa... porque
hoje preciso ficar em tua casa".
+ A atitude
de Jesus provoca uma REAÇÃO:
- A Multidão
murmura escandalizada: "Foi hospedar
na casa de um pecador".
- Zaqueu
acolhe com alegria o hóspede... Prepara um "Banquete"...
E, comovido,
faz um pequeno discurso, em que manifesta a sua transformação.
Está
disposto a repartir os seus bens com os pobres e
restituir
quatro vezes mais o que tinha roubado...
Zaqueu só se
aquietou quando conseguiu VER JESUS
e acolhê-lo
em sua casa e em seu coração.
+ CRISTO conclui: "Hoje entrou a salvação nesta casa..."
Passos: - Zaqueu deseja ver Jesus... e vai à
procura; supera os obstáculos...
- Jesus
percebe o interesse e vai ao encontro: Convida-se...
- Acolhido... Zaqueu abre as portas de seu
coração... desce de pressa, acolhe Jesus e também os pobres: a Salvação.
* Zaqueu só
resolveu ser generoso após o encontro com Cristo
e após ter
feito a experiência do AMOR e da
MISERICÓRDIA de DEUS.
O amor de
Deus não se derramou sobre Zaqueu depois de ele ter mudado.
O que
provocou a conversão de Zaqueu foi o amor de Deus,
quando ainda
era pecador. Converteu-se, quando se sentiu amado...
Prova-se
assim que o amor pode transformar o mundo e o coração dos homens.
Hoje Cristo
continua batendo à porta de nossa casa.
Ele deseja
cear conosco para nos libertar de tudo o que nos aprisiona e
impede o
nosso crescimento da vida de fé e de comunidade.
Abrindo as
portas de nossa casa para acolher Jesus,
abrimos
também os ouvidos e o coração ao anúncio da Boa nova.
É esse Deus de
amor que devemos anunciar com palavras e gestos.
Só o amor
gera amor e só com o amor conseguiremos transformar
o mundo e o
coração dos homens.
Deus nos
convida a amar todos os homens, inclusive os pecadores;
mas nos
chama a combater o pecado, que enfeia o mundo
e destrói a
felicidade do homem.
Qual é o nosso
Olhar
para com os
que se sentem excluídos e marginalizados
até pelos
"fiéis" de nossas Comunidade?
- Um olhar
severo e feroz, como o do povo, que julga e condena?
- Ou um
olhar meigo, como o de Jesus,
que convida a celebrar num
"Banquete", com muito amor e acolhida?
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