Missa
em Santa Marta
Rádio Vaticano (RV) – A liberdade cristã vem de Jesus, “não das nossas
obras”. O Papa desenvolveu sua meditação matutina nesta terça-feira (11/10), a
partir da Carta de São Paulo aos Gálatas para então refletir sobre o Evangelho
do dia, no qual Jesus repreende um fariseu que só dava atenção às aparências e
não à substância da fé.
Àquele doutor da lei, disse o Papa, que havia criticado Jesus
porque não havia feito as abluções antes do almoço o Senhor responde
claramente:
“‘Vocês fariseus limpam o externo do
copo e do prato mas por dentro vocês estão cheio de avidez e de maldade’. Jesus
repete isso muitas vezes no Evangelho a esta gente: ‘vocês são maus por dentro,
não é justo, não é livre. Vocês são escravos porque não aceitaram a justiça que
vem de Deus, a justiça que nos deu Jesus’”.
Em um outro trecho do Evangelho, prosseguiu o Papa, Jesus pede que se
reze sem que se seja visto, sem aparecer. Alguns, notou o Papa, eram “caras de
pau”, “não tinham vergonha”: rezavam e davam esmolas para que lhes admirassem.
O Senhor, ao contrário, indica a estrada da humildade.
Não à “religião da maquiagem”
“O que importa – reflete o Papa e nos diz Jesus – é a
liberdade que nos deu a redenção, que nos deu o amor, que nos deu a recriação
do Pai”:
“Aquela liberdade interna, aquela liberdade de se fazer o bem escondido,
sem tocar os trompetes, porque a estrada da verdadeira religião é a mesma de
Jesus: a humildade, a humilhação. E Jesus, Paulo diz aos Filipenses, humilhou a
Si mesmo, esvaziou a Si mesmo. É a única estrada para nos tirar o egoísmo, a
cobiça, a soberba, a vaidade, a mundanidade. Ao contrário, esta gente que Jesus
repreende é gente que segue a religião da maquiagem: a aparência, o aparecer,
fingir parecer mas por dentro... Jesus usa para esta gente uma imagem muito
forte: ‘Vocês são túmulos reluzentes, bonitos por fora mas dentro cheios de
ossos de mortos e podridão’”.
Rejeitar as aparências
“Jesus – retomou Francisco – nos chama, nos convida a fazer o bem com
humildade”. “Você – disse – pode fazer todo o bem que quiser mas se não o faz
humildemente, como nos ensina Jesus, este bem não serve, porque é um bem que
nasce de você mesmo, de sua segurança e não da redenção que Jesus nos deu”. A
redenção, acrescentou, “vem pela estrada da humildade e das humilhações porque
não se chega à humildade sem as humilhações. E vemos Jesus humilhado na cruz”:
“Peçamos ao Senhor que não nos cansemos de caminhar por esta estrada, de
não nos cansarmos de rejeitar esta religião da aparência, do parecer, do fingir
ser... E caminhar silenciosamente fazendo o bem, gratuitamente como nós
gratuitamente recebemos a nossa liberdade interior. E que Ele proteja esta
liberdade interior de todos nós. Peçamos esta graça”.
(rb)
(radiovaticana)
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