· Aos neocatecumenais o
Papa recordou que só uma Igreja livre do poder e do dinheiro pode testemunhar
Cristo ·
5
de Maio de 2018
«Para anunciar
é preciso renunciar», pois só uma Igreja «desvinculada do poder e do dinheiro,
livre de triunfalismos e clericalismos, testemunha de maneira credível que
Cristo liberta o homem», afirmou o Papa na manhã de sábado, 5 de maio, durante
o encontro com os membros do caminho neocatecumenal reunidos em Tor Vergata por
ocasião do cinquentenário do início da experiência missionária que nasceu na
Espanha por iniciativa de Kiko Argüello e Carmen Hernández.
Às
numerosíssimas pessoas de todas as partes do mundo reunidas na esplanada onde
João Paulo II celebrou a jornada mundial da juventude, durante o grande jubileu
do ano 2000, Francisco dirigiu um discurso totalmente centrado na missão, que,
frisou, se funda no mandato evangélico de Jesus: «Ide e fazei discípulos de
todas as nações». Por isso, ela requer que se «parta» libertando-se do
supérfluo e fazendo-se «peregrinos no mundo em busca do irmão».
«Plenamente
missionário – afirmou o Pontífice – não é quem vai sozinho, mas quem caminha
junto». Por conseguinte, trata-se de «uma arte que se deve aprender sempre,
todos os dias», estando atentos «a não marcar o paço aos outros» e a não «se
isolar». Porque, explicou, «em frente vai-se todos unidos, como Igreja, com os
pastores, com todos os irmãos, sem fugas para a frente e sem se lamentar de
quem caminha mais devagar».
Depois, o Papa
insistiu sobre o facto de que «o coração da missão «não é “conquistar” ou
“ocupar” mas “fazer discípulos”, ou seja, «testemunhar que Deus nos ama e que
com ele o amor verdadeiro é possível». Com efeito, a Igreja «é mestra, mas não
pode ser mestra se primeiro não for discípula, tal como não pode ser mãe se
primeiro não for filha». E, admoestou, «esta dinâmica do discipulado é
totalmente diversa da dinâmica do proselitismo».
Francisco
concluiu recordando que no coração de Jesus «há lugar para cada povo» e por
isso «ninguém é excluído» da missão. E eis o apelo: «Não partais das teorias e
dos esquemas, mas das situações concretas: deste modo, será o Espírito que
plasmará o anúncio segundo os seus tempos e os seus modos».
(osservatoreromano)
Sem comentários:
Enviar um comentário