segunda-feira, 7 de maio de 2018

Para anunciar é preciso renunciar







· ​Aos neocatecumenais o Papa recordou que só uma Igreja livre do poder e do dinheiro pode testemunhar Cristo ·

5 de Maio de 2018

«Para anunciar é preciso renunciar», pois só uma Igreja «desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos, testemunha de maneira credível que Cristo liberta o homem», afirmou o Papa na manhã de sábado, 5 de maio, durante o encontro com os membros do caminho neocatecumenal reunidos em Tor Vergata por ocasião do cinquentenário do início da experiência missionária que nasceu na Espanha por iniciativa de Kiko Argüello e Carmen Hernández.
Às numerosíssimas pessoas de todas as partes do mundo reunidas na esplanada onde João Paulo II celebrou a jornada mundial da juventude, durante o grande jubileu do ano 2000, Francisco dirigiu um discurso totalmente centrado na missão, que, frisou, se funda no mandato evangélico de Jesus: «Ide e fazei discípulos de todas as nações». Por isso, ela requer que se «parta» libertando-se do supérfluo e fazendo-se «peregrinos no mundo em busca do irmão».
«Plenamente missionário – afirmou o Pontífice – não é quem vai sozinho, mas quem caminha junto». Por conseguinte, trata-se de «uma arte que se deve aprender sempre, todos os dias», estando atentos «a não marcar o paço aos outros» e a não «se isolar». Porque, explicou, «em frente vai-se todos unidos, como Igreja, com os pastores, com todos os irmãos, sem fugas para a frente e sem se lamentar de quem caminha mais devagar».
Depois, o Papa insistiu sobre o facto de que «o coração da missão «não é “conquistar” ou “ocupar” mas “fazer discípulos”, ou seja, «testemunhar que Deus nos ama e que com ele o amor verdadeiro é possível». Com efeito, a Igreja «é mestra, mas não pode ser mestra se primeiro não for discípula, tal como não pode ser mãe se primeiro não for filha». E, admoestou, «esta dinâmica do discipulado é totalmente diversa da dinâmica do proselitismo».
Francisco concluiu recordando que no coração de Jesus «há lugar para cada povo» e por isso «ninguém é excluído» da missão. E eis o apelo: «Não partais das teorias e dos esquemas, mas das situações concretas: deste modo, será o Espírito que plasmará o anúncio segundo os seus tempos e os seus modos».
(osservatoreromano)

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