sexta-feira, 4 de maio de 2018

Proteger e vigiar: a missão do bispo, afirma o Papa


Missa em Santa Marta
Na missa na Casa Santa Marta, Francisco afirmou que os fiéis têm "faro" para reconhecer um bispo verdadeiro, que dá a vida a suas ovelhas.

Adriana Masotti – Cidade do Vaticano

O bispo e a sua missão: a este tema o Papa dedicou a sua homilia da missa matutina na Casa Santa Marta.
Francisco se inspirou na Primeira Leitura extraída dos Atos dos Apóstolos, que descreve um momento difícil dentro da comunidade de Antioquia.
“Ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram vosso espírito”, escrevem Pedro e os apóstolos àqueles cristãos, dizendo, com o Espírito Santo, de reagir para restabelecer a paz.
Portanto, através de uma carta, enviam Barnabé e Paulo e outros homens de confiança até Antioquia. A carta causou alegria aos cristãos “pelo encorajamento que infundia”, narra ainda a Primeira Leitura.
Os que se apresentaram para defender as pessoas como “ortodoxos da verdadeira doutrina”, disse o Papa, “acreditando ser os verdadeiros teólogos do cristianismo”, tinham desorientado o povo: e os apóstolos, os bispos de hoje, o confirmam na fé.

Sentinela

“O bispo – afirmou Francisco – é aquele que supervisiona, que controla, é a sentinela, “que sabe guardar para defender o rebanho dos lobos que se aproximam”. A vida do bispo “está envolvida com a vida do rebanho”.
Mas o bispo faz algo a mais – prosseguiu Francisco. Assim como o pastor, vigia. “Uma bela palavra para descrever a vocação do bispo”:

Fazer a vigília significa envolver-se na vida do rebanho: Jesus distingue bem o verdadeiro pastor do empregado, daquele que recebe um salário e não se importa se o lobo vem e come uma ovelha: ele não se importa. Ao invés, o verdadeiro pastor que vigia, que está envolvido na vida do rebanho, defende não só todas [as ovelhas], defende cada uma, confirma cada uma e se uma vai embora ou se perde, ele vai atrás para trazê-la de volta. Está tão envolvido que não deixa que nenhuma se perca.

Proximidade

O verdadeiro bispo, portanto, conhece o nome de cada ovelha e isso, afirmou o Papa, nos faz compreender como Jesus concebeu o bispo: próximo. E o Espírito Santo deu ao povo cristão o faro, a capacidade de entender onde existe um verdadeiro bispo:

Quantas vezes ouvimos: “Ah, esse bispo! Sim, é bom, mas não cuida muito de nós, está sempre atarefado”, ou “este bispo se mistura nos negócios, é um pouco comerciante e isso não é bom”, ou “este bispo se ocupa de coisas que não tem a ver com a sua missão”, ou “este bispo está sempre com a mala pronta, sempre viajando, em todos os lugares”, ou “violão na mão”… O povo de Deus sabe quando o pastor é pastor, quando o pastor é próximo, quando o pastor sabe vigiar e dá a própria vida por eles. A proximidade.

Vigília

Assim deve ser a vida de um bispo, e assim a sua morte, concluiu o Papa, citando o exemplo de São Turíbio de Mogrovejo, que morreu num pequeno vilarejo indígena circundando pelos seus cristãos que tocavam a chirimía (um instrumento musical de sopro) para que morresse em paz:

Peçamos ao Senhor que nos dê sempre bons pastores, que não falte à Igreja a proteção dos pastores: não podemos ir avante sem isso. Que sejam homens assim, trabalhadores, de oração, próximos, próximos ao povo de Deus... digamos em um só palavra: homens que saibam vigiar.

(vaticannews)

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