Vaticano,
18 Jun. 19 / 08:00 am (ACI).- Em audiência com os Frades Menores
Conventuais realizada na segunda-feira, 17 de junho, na Sala Clementina do
Palácio Apostólico no Vaticano, o Papa Francisco encorajou uma formação sólida
que ajude a conter o abandono da vida consagrada.
O
Santo Padre explicou que uma formação sólida permitirá "conter, pelo menos
em parte, a hemorragia dos abandonos que afeta a vida sacerdotal e
consagrada".
Essa
formação, enfatizou o Papa Francisco, deve ser "um caminho de formação que
favoreça nos irmãos a plena conformação a Cristo. Uma formação integral que
envolva todas as dimensões da pessoa. Uma formação personalizada e permanente,
como um itinerário que dura a vida toda".
Essa
formação também deve moldar o "coração e mudar nossa maneira de pensar,
sentir e de se comportar. Uma formação à fidelidade, bem consciente de que hoje
estamos vivendo na cultura do provisório, em que o ‘para sempre’ é muito difícil
e as escolhas definitivas não estão na moda".
Neste
contexto, prosseguiu, "há a necessidade de formadores sólidos e
experientes na escuta e nos caminhos que levam a Deus, capazes de acompanhar os
outros ao longo deste caminho, formadores que conhecem a arte do discernimento
e do acompanhamento”.
O Santo Padre também incentivou os franciscanos menores a pregar a paz. "A
saudação franciscana que os distingue é ‘Paz e bem’, que podemos traduzir com
reconciliação: reconciliação com si mesmo, com Deus, com os outros e com as
criaturas, ou seja, viver em harmonia: paz que leva à harmonia",
assinalou.
"É
uma reconciliação em círculos concêntricos, que parte do coração e se estende
ao universo, mas na realidade tem início do coração de Deus, do coração de
Cristo. A reconciliação é o prelúdio da paz que Jesus nos deixou".
O Papa
Francisco assinalou que a paz "não é ausência de problemas, mas que vem
com a presença de Deus em nós e se manifesta em tudo o que somos, fazemos e
dizemos. Que vocês sejam mensageiros da paz, primeiramente com a vida e depois
com as palavras. Que vocês sejam instrumentos de perdão e misericórdia em
todos os momentos".
Lembrando
o exemplo do pobre homem de Assis, o Papa ressaltou que as comunidades
franciscanas devem ser "lugares onde a misericórdia é experimentada".
"Não há paz sem reconciliação, sem perdão, sem misericórdia. Somente quem
tem o coração reconciliado pode ser ‘ministro’ da misericórdia, construtor da
paz", acrescentou.
O
Pontífice também incentivou a viver segundo o Evangelho de São Francisco e a
promover a fraternidade, que é "um dom que deve ser acolhido com
gratidão. É uma realidade sempre em caminho, em construção e pede a
contribuição de todos, sem que ninguém se exclua ou seja excluído, uma
realidade em que não há ‘consumidores’, mas construtores".
"Exorto-lhes
que nutram sua fraternidade com o espírito de santa oração e devoção, ao qual
todas as outras coisas temporais devem servir. Dessa forma, a sua vida fraterna
em comunidade se torna uma forma de profecia na Igreja e no mundo; e se torna uma escola
de comunhão, que deve ser praticada, seguindo o exemplo de São Francisco, em
relação de amor e obediência aos pastores", exortou.
O Papa
Francisco também destacou a importância da "minoria", que "é uma
escolha difícil porque se opõe à lógica do mundo que busca o sucesso a todo
custo, deseja ocupar os primeiros lugares e ser considerado como
senhores".
"Francisco
pede a vocês para serem menores, seguindo o exemplo de Jesus que não veio para
ser servido, mas para servir, e nos diz: ‘Quem de vocês quiser ser grande, deve
tornar-se o servidor de vocês, e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá
tornar-se o servo de todos’", indicou o Pontífice.
"Que
esta seja – enfatizou o Papa Francisco – a única ambição de vocês: ser servos,
servir uns aos outros. Se vocês viverem assim, a sua existência será uma
profecia neste mundo em que a ambição do poder é uma grande tentação".
(acidigital)
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