Francisco transcorreu a manhã de sexta-feira (21) em Nápoles,
mas uma mensagem em vídeo produzida com antecedência aos jovens das Scholas Occurrentes
foi divulgada durante a tarde. A Fundação promove evento de lançamento da
maratona online de 24h sobre prevenção e combate ao bullying e ao
cyberbullying.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco enviou
uma mensagem em vídeo aos participantes de um evento internacional sobre como
prevenir e combater o bullying e o cyberbullying que acontece nesta sexta-feira
(21) na sede da Fundação Scholas Occurrentes, em Roma.
Mais de cem relatores,
entre jovens de 20 países, representantes de organizações sociais e
especialistas do mundo acadêmico estão reunidos para a conferência online
#StopCyberbullyingDay | 24h Scholas Talks. Durante a maratona virtual, que pode
ser seguida em tempo real pelo site da Fundação (www.scholasoccurrentes.org), também será
apresentado o primeiro relatório global sobre o cyberbullying feito pela
Scholas, depois da sondagem a mais de 5 mil jovens.
A busca pela própria identidade
Na mensagem do Papa, o
agradecimento inicial sobre o trabalho e o esforço da Fundação em realizar
atividades desse porte sobre a questão do bullyismo que, segundo Francisco,
nasce da falta de identidade dos jovens:
“Um problema que me
preocupa muito é aquele que cada um de vocês encontre a sua própria identidade,
e isso sem precisar diminuir ou obscurecer a identidade dos outros. Encontrar a
própria identidade é um caminho, é um caminho de diálogo, é um caminho de
reflexão, é um caminho de interioridade.”
Quem não percorre essa
estrada, afirma o Papa na mensagem, acaba por “agredir ou diminuir a identidade
dos outros” para “se sentir superior”, e aí é que nasce o bullying, “um
fenômeno de auto-compensação e de auto-valorização”.
“É um aprender a olhar de
cima a baixo e mal. Não se esqueçam que somente é lícito a uma pessoa olhar de
cima a baixo, sabem quando? Quando está ajudando a se levantar. Outra maneira
de olhar de cima a baixo não é lícita.”
E quando essa atitude
acontece em meio a grupos de jovens, no colégio e no bairro, por exemplo,
acontecem diferentes formas de agressão e de bullying, garante o Pontífice:
nesse momento “se vê a pobreza da própria identidade de quem agride, que
necessita agredir para se sentir pessoa”. E o Papa alerta:
“ Na farmácia não vendem remédios contra o bullying, os
laboratórios ainda não conseguiram a fórmula; enquanto isso, o que fazer? A
única maneira é o compartilhar, o conviver, o dialogar, o escutar o outro, ter
tempo de caminhar juntos, ter tempo porque é o tempo aquele que cria a relação.
”
“Não tenham medo do diálogo!”
O Papa Francisco continua
orientando os jovens e, para tanto, segue com os conselhos:
“Não tenham medo de
dialogar: cada um de nós tem algo para dar ao outro. Cada um de nós tem algo
bom para dar ao outro, cada um de nós precisa receber algo bom do outro. O
diálogo, o diálogo que nos torna iguais, não em identidade – temos identidades
diferentes – mas nos torna iguais ao longo do caminho. Somos caminhantes, todos
iguais, todos caminhamos, mas todos diferentes, então, todos em harmonia.”
Ao finalizar a mensagem
em vídeo dirigida à maratona online de 24 horas para prevenir e sensibilizar
sobre o tema do bullying, o Papa Francisco exorta:
“ Declarem a guerra ao bullying, porque ele diminui a dignidade;
e joguem pelo diálogo, joguem pelo caminhar juntos, joguem pela paciência de
escutar o outro. Então será uma paz forte, e essa mesma paz forte fará com que
descubram a própria identidade. Que Deus os abençoe e, vamos adiante, não
tenham medo do diálogo, vale a pena! ”
(vaticannews)
Sem comentários:
Enviar um comentário