"reverter a
lógica do 'cada um por si'"
Corpus Christi nos convida a renovar a surpresa e a alegria pelo
maravilhoso dom do Senhor que é a Eucaristia: "não a recebamos de forma
passiva e habitual; façamos a comunhão sempre como se fosse a nossa primeira
comunhão", disse.
Cristiane Murray - Cidade
do Vaticano
Ao meio dia deste primeiro domingo de verão na Itália, milhares
de pessoas foram à Praça São Pedro para ver o Papa e ouvir
suas palavras. Na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, o Santo
Padre fez uma breve reflexão sobre a origem desta festividade, narrada
nos quatro evangelhos canônicos.
O Evangelho de Lucas
Jesus estava curando doentes no lago da Galileia. Quando caiu a
noite, os discípulos disseram que o lugar era deserto e que estava na hora de
se despedir da multidão, para que fossem aos povoados e lugares vizinhos
procurar hospedagem e comida. O mestre surpreende e diz: "Não precisam
ir; deem-lhes de comer". Os discípulos retrucaram: “Só temos cinco
pães e dois peixes" e Jesus pediu que lhe levassem o que havia.
“ Jesus convida seus discípulos a fazer uma
verdadeira conversão, passando da lógica do cada um por si para a da partilha,
a partir do pouco que a Providência nos põe à disposição. E imediatamente
mostra que tem uma ideia clara do que quer fazer. ”
Ordena aos discípulos que se sentem em círculos de cinquenta;
toma nas mãos os cinco pães e dois peixes e olhando para o céu, agradece e
reparte os pães e os peixes, entregando-os aos discípulos, para que os
distribuíssem ao povo. Todos puderam comer e se satisfizeram.
Sacramento oferecido pela salvação
Este milagre mostra o poder do Messias e, ao mesmo tempo, a sua
compaixão pelo povo. Esse gesto prodigioso não só permanece como um dos grandes
sinais da vida pública de Jesus, mas antecipa o que será então, no final, a
memória do seu sacrifício, isto é, a Eucaristia, sacramento do seu Corpo e
Sangue oferecidos para a salvação do mundo.
Eucaristia, memória perpétua da Páscoa
Francisco explicou aos fiéis que “a Eucaristia é a síntese de
toda a existência de Jesus, que foi um único ato de amor ao Pai e aos irmãos.
Também ali, como no milagre da multiplicação dos pães, Jesus tomou o pão nas
mãos, elevou ao Pai a oração da bênção, partiu o pão e deu-o aos discípulos; e
fez o mesmo com o cálice do vinho. Mas naquele momento, na véspera da sua
Paixão, quis deixar naquele gesto o Testamento da nova e eterna Aliança,
memória perpétua da sua Páscoa de morte e ressurreição.
Terminando, o Papa pediu que acolhamos a Eucaristia com
gratidão, não de modo passivo e habitual, mas renovando verdadeiramente o nosso
"amém" ao Corpo de Cristo, para que o dinamismo do seu amor
transforme a nossa vida em oferta pura e santa a Deus e para o bem de todos
aqueles que encontramos no nosso caminho.
E antes de se despedir, lembrou que como em muitos lugares,
também aqui em Roma se realizam procissões no dia de Corpus Christi, e
ele mesmo irá ao bairro romano de Casal Bertone celebrar a
Missa e fazer a procissão.
Após conceder a bênção, Francisco falou sobre a beatificação de
um grupo de religiosas mártires da Ordem Franciscana da Imaculada Conceição, na
guerra civil espanhola:
“ Seu martírio é um convite a todos nós para
sermos fortes e perseverantes, especialmente na hora da provação ”
E ainda saudou os peregrinos do Brasil, desejando a todos um
feliz domingo e um bom almoço, e como é tradição, pedindo orações para si.
(vaticannews)
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