Roma,
19 Out. 19 / 12:31 pm (ACI).-
Por volta das 8:30 da manhã, junto ao Castelo de Sant’Angelo, muito perto do
Vaticano, a iniciativa Amazônia Casa Comum, organizou uma “Via Sacra Amazônica”
no contexto do Sínodo da Amazônia, que se desenvolve em Roma até o próximo 27
de outubro.
Na
oração estiveram os indígenas da Amazônia do Brasil e outros países, além de
sacerdotes, religiosos, religiosas, membros da REPAM e bispos.
Entre os
prelados participantes estava o Cardeal Pedro Barreto, Arcebispo de Huancayo e
Vice-presidente da Rede Eclesiástica Pan-amazônica (REPAM) e Dom Roque
Paloschi, Arcebispo de Porto Velho, Presidente do Conselho Indigenista
Missionário (CIMI).
Foi uma
cerimônia em que, como está sendo habitual nos eventos da Casa da Amazônia,
haviam elementos de espiritualidade indígena e do cristianismo.
Os participantes, situados em círculo, levavam objetos típicos da Amazônia: uma
canoa, a imagem da mulher grávida –que
segundo os porta-vozes da Amazônia Casa Comum representa a fertilidade–, e uma
cruz com a foto dos chamados “mártires do caminho”.
Entre os
“mártires” estão: a irmã Dorothy Stang, Dom Alejandro Labaka, o Ir. Vicente
Cañas, a Irmã Inés Arango, o Pe. Alcides Jiménez, o Pe. Ezequiel Ramin, o Pe.
Rodolfo Lunkenbein, o Pe. Simao Bororo e o líder seringueiro Chico Mendes.
Antes da
Via Crucis partir rumo à Praça de São Pedro, um indígena incensou os
participantes tal qual fazem os indígenas amazônicos, utilizando inclusive um
incenso especialmente trazido da Amazônia para a ocasião.
Depois
desta cerimônia inicial, começou o Via Crucis propriamente dito com suas 14
estações mais uma 15ª dedicada à Ressurreição.
As 14
estações estavam adaptadas: “Jesus é condenado a morte”, “oprimido pela Cruz”,
“abandonado por todos”, “mãe e filho”, “Jesus é ajudado”, “a comunidade dos que
sofrem e levam a carga”, “os despossuídos”, “o clamor das mulheres”,
“marginalizado e golpeado”, “despojado de suas vestimentas”, “parecido na
Cruz”, “morte na Cruz”, “semente de esperança”, “trevas e sombras de morte”, e,
a 15ª: “o ressuscitado acompanha ao povo de Deus em seu caminho”.
Além
disso, cada estação estava acompanhada por uma frase ou tema: “direitos
humanos”, “os grandes projetos de ‘desenvolvimento’ na Conca do Amazonas”,
“reconciliação”, “o encontro”, “as culturas da Pan-amazônia”, “um chamado para
todos/as”, “os que lutam por sua terra”, “mulheres na Pan-amazônia”, “os mais
vulneráveis”, “opressão do povo”, “destruição da natureza”, “o mundo
esmigalhado”, “o povo de Deus emerge”, “vida e morte”, “o ressuscitado
acompanha o povo de Deus em seu caminho”.
Ao chegar
à Praça de São Pedro, enquanto se meditava sobre a estação final, alguns dos
participantes se deitaram no chão, sobre as fotografias dos chamados mártires
da Amazônia, simulando estar mortos. Ao finalizar esta 15ª estação, dedicada à
Ressurreição, as pessoas tombadas no chão se levantaram simulando ressuscitar e
elevaram as mãos ao céu em ação de graças.
Por
último, subiram uma menina à canoa e, depois de pintar símbolos amazônicos no
seu rosto, colocaram nela um cocar e subiram-na aos ombros sobre a canoa e,
entre cânticos e aplausos, levaram-na em círculos ao redor dos assistentes,
concluindo o ato religioso.
(acidigital)
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