domingo, 14 de março de 2010

HOJE É O DIA DO SENHOR!



A Reconciliação


A Liturgia é um convite à RECONCILIAÇÃO.

Deus deseja a felicidade e a salvação de todos os seus filhos, mesmo quando, pelo pecado, se afastam dele...


As leituras falam da RECONCILIAÇÃO proposta por Deus, como abandono de um passado de escravidão e morte e como início de um futuro de vida nova.


Na 1ª Leitura Deus se reconcilia com o seu Povo.

(Jos 5,9a.10-12)


Israel celebra pela 1ª vez a Páscoa na Terra Prometida.

Antes, os nascidos no deserto, ainda não circuncidados, devem passar pela circuncisão, como sinal da Aliança e de pertença ao Povo eleito.

Assim TODOS poderiam celebrar a Páscoa, como início de uma vida nova.


* Na Quaresma também somos convidados a nos reconciliar com Deus, pôr fim à etapa da escravidão e do deserto, a fim de passar à vida da Liberdade.

A partir dessa "circuncisão do coração" podemos celebrar de verdade a Vida nova, a Ressurreição.


A 2ª Leitura é um Hino que enaltece a Misericórdia de Deus, que nos deu a vida em Cristo e recomenda:

"DEIXAI-VOS RECONCILIAR com Deus". (2Cor 5,17-21)

* Ser cristão é aceitar essa Reconciliação com Deus, em Cristo.

A comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros irmãos.


No Evangelho, o PAI se reconciliou com o filho e convidou os filhos se reconciliarem entre eles. (Lc 15,1-3.11-32)


Um grupo de fariseus e escribas criticava Jesus, pela atenção especial que dava aos marginalizados,

muitas vezes tidos como "pecadores pela sociedade de então.

- Jesus responde com três parábolas (Ovelha, Moeda e Filho Pródigo), que revelam a grande bondade e misericórdia de Deus, que sai à procura do perdido.


A Parábola do PAI MISERICORDIOSO (ou do Filho Pródigo) narra 2 cenas: o Filho mais novo e o Filho mais velho, unidas pela acção do PAI, que é o centro do relato:


+ O Filho mais novo, numa atitude de orgulho e de desprezo... afastou-se do Pai, da família e da comunidade... renunciou à sua posição de filho e foi "para longe"...

- Sonhou sua felicidade com uma vida de independência e de liberdade, e voltou espoliado, esfarrapado, faminto e sem dignidade...

- "Longe" da casa do Pai, não encontrou a felicidade desejada.

A fome fez ter saudades da casa do Pai e a lembrança da bondade do Pai o animou a voltar...


+ O Filho mais velho é um "bom filho", sóbrio, obediente e trabalhador... mas não é um bom irmão. Não aceita a volta do irmão, nem mesmo o amor do Pai, que o acolheu...


+ O Pai é o personagem central:

Sai ao encontro dos DOIS FILHOS:


- CORRE "movido de compaixão" ao encontro do Filho mais novo...

abraça-o... beija-o... Manda buscar roupa, calçado, o anel, para que o filho seja restituído em sua dignidade de filho.

E faz uma FESTA para celebrar na alegria a sua volta...


- VAI também ao encontro do Filho mais velho...

Suplica-lhe que entre... convida-o para a festa... para a alegria...


* Podemos abandonar a nossa dignidade de filhos.

Deus não abandona a sua missão de Pai.

Deus sai à procura dos perdidos e festeja porque são resgatados...

A acção do Pai reflecte a atitude de Jesus e deve ser também a nossa.


- Quem é esse jovem, que num desejo de liberdade e felicidade, vai longe do pai, da família, da comunidade e de Deus... e quando sente o vazio em que se encontra, começa a sentir saudades da casa do pai?


- Quem é esse irmão mais velho, "bom praticante", mas mau irmão, que não se alegra com o retorno do irmão arrependido, e até tenta impedir a volta de quem se desgarrou na vida?

Quantos filhos pródigos continuam ainda hoje pródigos, perdidos, longe da casa do Pai... porque não há quem acredite neles e vá ao seu encontro, ajudando-os a descobrirem os valores da vida e da fé...


* Talvez sejamos um pouco dos dois:

Todos temos um pouco do pecado do mais novo e da intransigência do mais velho.


+ O Evangelho de hoje nos convida a imitar o gesto do Pai:

- que respeita a liberdade e as decisões dos seus filhos...

- que continua a amar e a esperar o regresso dos filhos rebeldes.

- que está sempre preparado para abraçar os filhos que retornam..

- que os acolhe com amor e os reintegra na sua família.

- que festeja com alegria a sua volta...


Acolhendo os apelos de conversão da Quaresma e da Palavra de Deus, a nossa celebração será sempre um verdadeiro banquete para celebrar na alegria a volta ao Pai e à comunidade dos filhos pródigos que estavam perdidos, mas que voltaram à vida pela Bondade de Deus e pela Acolhida dos irmãos.


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 14.03.2010


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