Sábado, 1 de Janeiro de 2011
NOTAS DO MEU CANTINHO
Estamos já no ano novo. “Há dias” entrámos no século 21 e já passaram dez anos. Uma velocidade que ultrapassa o som...
Chegamos ao ano de 2011 e nada sabemos do que nos espera. Como sempre as surpresas serão tamanhas. O Mundo está em permanente evolução e numa ebulição tremenda. Não há por aí, mesmo o governante mais esperto, que seja capaz de prever o futuro. E não faltam os projectos. Mas uma certeza fica: a incapacidade da sua realização.
Terminou o décimo ano deste terceiro milénio. Não deixou saudades. Os povos viveram horas amargas. Por toda a parte. Temos presente, apenas como exemplo, a situação dos mineiros do Chile, que, felizmente, não resultou em tragédia mas que, nem por isso, deixou de abalar o mundo, (ia a escrever civilizado mas não vale a pena...)
Há dias terminou em Lisboa a Cimeira da NATO. Uma cimeira que nem durou vinte e quatro horas mas que, mesmo assim, reuniu os maiores senhores do Mundo. E não durou tanto tempo porque, segundo a opinião de alguns órgãos da Comunicação Social, os problemas já iam estudados e praticamente resolvidos. Apenas uma formalidade do processo.
Portugal teve praticamente dois dias de descanso, com a Cimeira, pois os assuntos nacionais foram relegados para plano secundário. Mas voltaram depressa à ribalta. E continuam.
A greve nada resolveu. Os salários e ordenados baixaram e a economia do País continua numa corda bamba.
“Aperta-se o cinto” e continua a promover-se em força o “banco alimentar”. É que a fome anda por aí, embora em alguns casos, encoberta. É, em muitos casos, a pobreza envergonhada.
Portugal vive presentemente uma situação terceiro-mundista. Se não por estas ilhas, pela maior parte do velho País.
Estão em curso processos de averiguações de irregularidades cometidas em vários sectores. Mas não aqueles que deviam ser instaurados... Não na chamada classe média e muito menos na pobre mas naqueles magnates que , em diversos sectores, dominam o país. Um País que se engrandeceu há quinhentos anos com as descobertas e conquistas e que, de um momento para o outro, foi reduzido à mínima expressão territorial e ao descalabro económico, para ser “um jardim à beira mar plantado”, sem árvores nem arbustos, até porque os que restaram os incêndios (casuais ou criminosos?), vão todos os anos destruindo.
Com o cinto apertado, para que os trapos não caiam aos pés, vamos entrar no novo ano. Esperanças e promessas não faltam. Mas quais? Temos uma economia de restos. As empresas vão falindo e os despedimentos vão engrossando o desemprego.
Como disse, os salários e ordenados vão diminuindo e os investimentos em actividades que poderiam ser produtivas não aparecem.
Por estas ilhas a situação económica não será tão dramática. Mas não deixa de ser preocupante. Os terrenos foram abandonados. As indústrias estão em decadência. Tudo se importa , como sejam os géneros alimentícios, os materiais de construção, o vestuário e calçado. Pois se não há quem trabalhe os prédios agrícolas, nem faça o vestuário e o calçado e tudo o mais...
Desapareceram os alfaiates e as costureiras, os sapateiros, os serralheiros e os funileiros...
O milho e o trigo, as batatas, as laranjas e as maçãs vêm de longes terras. Ou da Espanha ou da América central.
E os nossos terrenos, outrora férteis e de fácil cultivo, estão abandonados. Povoam-nos os arvoredos selvagens e o silvado. Restam as chamadas criações mas estão a entrar em crise com a falta de escoamento do gado, uma vez que o Matadouro Industrial já não tem capacidade para trabalhar todo o gado que por lá aparece. Mas este é caso para outra ocasião.
Dezembro de 2010
Ermelindo Ávila
(Transcrição integral do blog)
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