Lisboa, 04 Jan (Ecclesia) – A celebração do Natal para a comunidade de cristãos ortodoxos radicados no Egipto, e um pouco por todo o mundo, pode estar em risco, se as condições de segurança não estiverem garantidas.
“Por agora, o Patriarca Copta Shenouda III está determinado a celebrar a missa da meia-noite, mas até 7 de Janeiro (ndr, data do Natal ortodoxo) ele ainda pode vir a cancelá-la” declara um padre egípcio à AsiaNews.
O atentado a uma igreja copta na cidade egípcia de Alexandria, no dia 1 de Janeiro, ainda está bem fresco na memória de todos – a explosão de um carro armadilhado tirou a vida a 21 pessoas, deixando ainda 80 feridos.
Dois dias depois surgiu a notícia de que as autoridades francesas estão a investigar uma ameaça feita por mudjahedines islâmicos contra uma igreja copta ortodoxa na região de Chatenay-Malabry, periferia de Paris.
A este clima de insegurança, o sacerdote egípcio junta a revolta que se começa a sentir nos cristãos ortodoxos do Egipto, sobretudo nos mais novos.
“Tornaram-se mais violentos, porque sentem que é inútil ficarem calmos à espera de justiça” realça o sacerdote, mantido no anonimato por motivos de segurança.
Há depois um certo sentimento de discriminação, face à maioria muçulmana: “Para repararmos uma casa de banho numa igreja precisamos de um decreto do governador de província” exemplifica o padre egípcio, acrescentado que “os muçulmanos nem precisam de autorização para construírem uma mesquita”.
Por agora, a AsiaNews relata que os cristãos ortodoxos radicados em Sidney, na Austrália, já cancelaram os festejos natalícios.
Foram também impostas fortes medidas de segurança no Egipto, França, Canadá e Alemanha.
A Igreja Ortodoxa Copta, de acordo com a tradição, foi estabelecida pelo Apóstolo São Marcos no Egipto em meados do século I (aproximadamente no ano 60).
Naquele país, os coptas são uma das mais importantes comunidades cristãs orientais, representando cerca de 10% da população, que é de 90 milhões de habitantes.
JCP
(AgEcclesia)
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