Notas
"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Pois o que daria o homem em troca de sua vida?" Mc 8,36-37
Hoje a Igreja celebra um dos maiores santos da História: São Tomás de Aquino. É o autor da Suma Teológica.
Pertenceu à Ordem dos padres dominicanos.
Costuma ser indicado como o maior teólogo da Idade Média, como também, mestre dos teólogos até aos dias de hoje. Declarado "Doutor da Igreja", em 1567; e Padroeiro das Universidades, Academias e Colégios católicos, em 1880.
Foi de facto um génio, que poderia ter-se perdido, não fora ter-se libertado das atracções mundanas de sua classe, pois era rico, nobre e cerceado em seu desenvolvimento pela própria família. Foi em Paris - o maior centro de estudos teológicos do seu tempo - que ele pôde compor a sua gigantesca obra a Suma Teológica, verdadeira síntese do passado e intuição do futuro. Até hoje, essa obra não encontrou similar, nem em matéria de Filosofia nem em matéria de Teologia.
Por vezes, esquecemos, atrás do sábio, a grandeza do santo. E São Tomás soube desapegar-se das grandezas do mundo, para revelar o amor mais profundo à oração e à contemplação. Tornou-se, assim, o modelo de todos os que buscam a Deus, vivendo segundo o plano divino.
Liturgia
Carta aos Hebreus 10,32-39.
Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, suportastes a grande luta dos sofrimentos, tanto sendo expostos publicamente a insultos e tribulações, como sendo solidários com os que assim eram tratados. Tomastes parte nos sofrimentos dos encarcerados, aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, sabendo que possuís bens melhores e mais duradouros. Não percais, pois, a vossa confiança, à qual está reservada uma grande recompensa. Na realidade, tendes necessidade de perseverança, para que, tendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Pois ainda um pouco, de facto, um pouco apenas, e o que há-de vir, virá e não tardará. O meu justo viverá pela fé, mas, se ele voltar atrás, a minha alma não encontrará nele satisfação. Nós, porém, não somos daqueles que voltam atrás para a perdição, mas homens de fé para a salvação da nossa alma.
Livro de Salmos 37 (36) ,3-4.5-6.23-24.39-40.
Confia no SENHOR e faz o bem; habitarás a terra e viverás tranquilo.
Procura no SENHOR a tua felicidade, e Ele satisfará os desejos do teu coração.
Confia ao SENHOR o teu destino, confia nele e Ele há-de ajudar-te.
Fará brilhar, como luz, a tua justiça, e, como sol do meio dia, os teus direitos.
O SENHOR assegura os passos do homem e compraz se nos seus caminhos.
Se cair, não ficará por terra, porque o SENHOR há-de estender-lhe a mão.
A salvação dos justos vem do SENHOR; Ele é o seu refúgio na hora da angústia.
O SENHOR os ajuda e liberta, defende os dos ímpios e salva os, porque nele se refugiam.
Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.» Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Cromácio de Aquiléia (? – 407), bispo
Sermão 30, 2 (a partir da trad. SC 164, p.137)
A semente lançada à terra dá muito fruto (Jo 12, 24)
O Senhor comparou-Se a Si mesmo a um grão de mostarda: ainda que fosse o Deus da glória e da majestade eterna, tornou-Se muito pequeno, porque quis nascer de uma virgem com um corpo de criança pequena. Foi lançado à terra quando o Seu corpo foi posto no túmulo. Mas, depois de Se ter elevado de entre os mortos pela Sua gloriosa ressurreição, cresceu sobre a terra até Se tornar uma árvore em cujos ramos habitam os pássaros do céu.
Esta árvore significa a Igreja que a morte de Cristo ressuscitou na glória. Os seus ramos só se podem entender como sendo os apóstolos porque, tal como os ramos são o ornamento natural da árvore, assim os apóstolos são o ornamento da Igreja de Cristo pela beleza da graça que receberam. E diz-se que nestes ramos habitam os pássaros do céu. Alegoricamente, os pássaros do céu designam-nos a nós que, vindo à Igreja de Cristo, descansamos sobre o ensino dos apóstolos, como os pássaros sobre os ramos.
(Do: Evangelho Quotidiano)
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