Estão abertas as pré-inscrições para o Colégio de São Francisco, escola católica privada, que já tem reunidas as condições suficientes para abrir as portas no próximo ano lectivo, “basta que os pais assim o desejem para os seus filhos”, disse Tomaz Dentinho, um dos impulsionadores do projeto educativo, na sessão de apresentação, que contou com a presença do Padre João Seabra e Isabel Almeida Brito, do Colégio de São Tomás, que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho em Angra do Heroísmo, ilha Terceira.
O salão nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo estava repleto de pais, professores e educadores que durante duas horas puderam conhecer os contornos deste novo colégio católico.
Na cerimónia de apresentação do Colégio de São Francisco, que durou cerca de duas horas e contou com a presença de pais e professores, esteve também o Presidente da autarquia que se congratulou com “mais uma resposta dada às famílias” e expressou o desejo que “esta proposta torne mais competitiva a educação”.
O Bispo de Angra enalteceu o mérito da proposta que permite “diversificar” a oferta educativa, e sublinhou o facto de se tratar de uma escola de ”inspiração católica”.
O P. João Seabra, fundador e presidente da associação que gere o Colégio de S. Tomás, em Lisboa, a que o Colégio de São Francisco quer manter uma ligação estreita, afirmou que o objetivo é sempre melhorar a oferta nesta área, salientando que a dicotomia não entre ”a educação pública e a privada, mas sim a boa e a má educação”.
O Colégio de S. Tomás abriu há 10 anos com 120 alunos e hoje conta com 1270 “porque nasce do valor da tradição da Igreja católica”, acrescentou o mentor daquele projeto pioneiro em Portugal.
Segundo Seabra, “a educação dos jovens em Portugal foi sempre feita pela Igreja católica, e quando deixou de o ser correu mal”.
Definiu, ainda, os valores de abertura da razão à realidade total como critério na educação, que classificou como “tarefa comunitária que só a experiência católica possibilita”.
O sacerdote sublinhou, também, que “hoje não basta acumular anos sucessivos de estudos para se ser protagonista na sociedade”, postulando que “em tempos de crise, o rigor e a excelência na educação dos filhos são prioridade absoluta dos pais”.
Aliás, a propósito de qualidade lembrou, ainda, o caso do ensino superior, com a Universidade Católica, que criou um “paradigma de excelência e um padrão de cumprimento na educação que exigiu a reforma do ensino público nacional.”
Esta proposta educacional nasce de uma “certeza recíproca”: o desejo dos pais em educar bem os seus filhos e um “horizonte que se apresenta como hipótese de encontro com a Verdade, a Justiça, a Beleza e o Bem: no desenvolvimento da razão, da liberdade e da afeição, cada aluno poderá tornar-se capaz de assumir responsável e criativamente a sua vida e de contribuir para o bem de todos.”, conclui João Seabra.
Isabel Almeida Brito, diretora do Colégio de São Tomás, classificou-o de “um espaço supremo de cidadania” só possível em aliança com os pais.
Recordou que este projeto nasceu de um sentido de “enorme gratidão pela educação recebida”, da convicção que “não podemos ser indiferentes perante as perguntas, desejos e promessas dos jovens”, e que “os pais não são suficientes para dar resposta aos filhos”.
Para Isabel Brito “é através do currículo que se passa a matriz cristã”, alertando para o facto de que “a proposta não é suficiente se não houver concordância entre os pais e a escola”.
No decorrer da sessão o arquiteto José Parreira deu a conhecer o projeto de adaptação e requalificação do antigo Centro Juvenil da Penha de França, propriedade da Irmandade de Nossa Senhora do Livramento, aonde ficará sediado o futuro Colégio de São Francisco.
Tomaz Dentinho, responsável pelo estudo de viabilidade do Colégio assegurou que estão reunidas todas as condições para que o projeto possa avançar, nomeadamente a homologação do projeto educativo por parte do Governo Regional, o acordo com a Irmandade do Livramento para arrendamento do espaço e a aprovação de financiamento da GRATER para as obras de requalificação das instalações.
Foram ainda facultados aos interessados um folheto desdobrável com conteúdo informativo, o formulário de pré-inscrição e um caderno com os projetos educativo e curricular e regulamento interno do Colégio de São Francisco.
Recorde-se que na ilha Terceira existe o Colégio de Santa Clara, destinado a alunos do 1.º e 2.º ciclos, da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, com 4 centenas crianças matriculadas, e que completou recentemente 50 anos de existência.
O Colégio de São Francisco é propriedade da ACDA – Associação para a Ciência e Desenvolvimento dos Açores, procura testemunhar o cristianismo, propondo-o criativamente à liberdade dos alunos que são chamados a verificar essa “hipótese com lealdade”.
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