sábado, 12 de abril de 2014

O Papa Francisco pede perdão pelos abusos feitos por alguns sacerdotes da parte das crianças


O Papa Francisco pediu perdão pelos abusos contra menores perpetrados por alguns sacerdotes. Fê-lo diante dos membros do Departamento internacional católico para a infância (Bice), recebidos em audiência esta manhã, 11 de Abril, na Biblioteca privada. Num trecho longo do discurso improvisado disse que se sente chamado a assumir «todo o mal» praticado por alguns sacerdotes e «a pedir perdão pelo dano que causaram e pelos abusos sexuais contra as crianças».
A Igreja – acrescentou – está ciente deste dano. É um dano pessoal e moral, mas de homens de Igreja. E não queremos dar um passo atrás no que se refere ao tratamento deste problema e às sanções que devem ser cominadas. Ao contrário, creio que devemos ser muito fortes. Com a vida das crianças não se brinca!»
Depois o Santo Padre dirigiu a sua atenção às muitas formas de violência que sofrem as crianças – do trabalho escravo ao recrutamento como soldados e a todos os tipos de malvadez – reivindicando com decisão o seu direito a crescer numa família, com um pai e uma mãe capazes de criar um ambiente idóneo ao seu desenvolvimento. Mas sobretudo condenou sem meias-palavras todas as tentativas de submeter as crianças aos «horrores da manipulação educativa» e da experimentação no campo da formação: «não são cobaias de laboratório», frisou.
Na sucessiva audiência ao Movimento italiano pela vida o Papa Francisco confirmou a sua condenação ao aborto e à «cultura do descartável». O ser humano, disse, não é um produto «descartável». A vida humana «é sagrada e inviolável» e «todos os direitos civis – evidenciou – se apoiam no reconhecimento do primeiro e fundamental direito, à vida, que não está subordinado a condição alguma, qualitativa, económica e ideológica». Hoje, insistiu o Pontífice, «devemos dizer “não” a uma economia da exclusão e da iniquidade» porque «esta economia mata». E entre as suas vítimas recordou em particular «as crianças e os avós», que são «a esperança de um povo». 

2014-04-11 L’Osservatore Romano

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